A ENGIE Brasil Energia reportou seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2023 na última quarta-feira. A Companhia, que registrou lucro líquido ajustado de R$ 806 milhões no segundo trimestre de 2023, incremento de 56,8% em relação ao mesmo período do ano passado, tem na Região Nordeste o principal foco do seu plano de expansão em geração de energia renovável.
São três empreendimentos em implantação, dois no Rio Grande do Norte e um na Bahia. “Olhando para o futuro, e somando os investimentos planejados entre 2023 e 2025, serão R$ 14,5 bilhões injetados em nossa estratégia de crescimento, dos quais R$ 10,5 bilhões destinados à geração renovável na Região Nordeste”, explica Eduardo Sattamini, Diretor-Presidente e de Relações com Investidores da ENGIE Brasil Energia.
Na conta, somam-se o Conjunto Eólico Santo Agostinho (RN), que no segundo trimestre de 2023 atingiu 73% de progresso geral da obra. Ao todo, 12 unidades geradoras estão em operação comercial e outras 15 autorizadas para a fase de testes. A previsão de conclusão integral da implantação do projeto permanece para o quarto trimestre de 2023. Quando concluído, agregará 434 MW de capacidade instalada à matriz elétrica nacional, demandando R$ 2,3 bilhões em investimentos pela Companhia.
Também no Rio Grande do Norte está planejada a implantação do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol, que terá 750 MW de capacidade instalada. Com a obtenção das licenças de instalação no período, foram iniciadas as atividades do projeto, como ensaios, sondagens e estudos preliminares. Para este novo empreendimento, estão previstos R$ 3,3 bilhões de investimentos nos próximos anos com a geração de 1.300 empregos diretos.
Já na Bahia, no município de Gentio do Ouro, evoluíram os trabalhos de implantação do Conjunto Eólico Serra do Assuruá, composto por 24 parques a serem implantados em fase única, totalizando 846 MW. Para esse empreendimento, serão R$ 6 bilhões em investimentos entre 2023 e 2025.
ENGIE Brasil já opera Rio Grande do Norte
Além dos projetos em implantação, a ENGIE Brasil Energia já opera outras duas usinas no Rio Grande do Norte. Em Assú, a Usina Fotovoltaica Assú V, com capacidade instalada de 30 MW, foi desenvolvida e implantada em 2017. No município de Areia Branca, o Conjunto Fotovoltaico Floresta tem capacidade instalada de 86 MW.
A implantação do Conjunto Eólico Santo Agostinho inclui diversos impactos positivos às comunidades do entorno, desde o seu início em junho de 2021. Foram investidos R$ 25 milhões em projetos sociais, ambientais e culturais de interesse público.
Uma das iniciativas apoiada pela companhia é o RN+ Limpo, que envolve diversas instituições públicas e privadas, para oferecer ações educativas em escolas estaduais dos municípios de Lajes, Pedro Avelino e Angicos, para arrecadação e descarte correto de resíduos eletrônicos e esponjas.
Também foram oferecidos gratuitamente, na região de Lajes, cursos profissionalizantes para formação da comunidade local na área de energias complementares, com foco na capacitação da mão de obra local. As vagas foram prioritariamente ofertadas a mulheres, em linha com a estratégia da ENGIE no âmbito da equidade de gênero. Elas ocuparam 31 das 41 oportunidades disponíveis, distribuídas em duas turmas: Tecnologia em Geração Eólica e Introdução às Tecnologias de Geração Fotovoltaica.
Resumo sobre energia eólica
- É a energia gerada da força dos ventos.
- Sua geração acontece no interior dos aerogeradores, grandes estruturas que se assemelham a moinhos.
- É considerada limpa, oriunda de uma fonte renovável e comparativamente mais barata do que a energia gerada por outras fontes.
- Por outro lado, as turbinas podem causar a morte de pássaros e morcegos e elevam o grau de ruído nos ambientes. Além disso, a geração de energia depende diretamente do fenômeno atmosférico dos ventos, que não são frequentes em todos os lugares nem ocorrem com a mesma intensidade sempre.
- Os maiores produtores de energia eólica no Brasil são os estados Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia.
- Em escala mundial, destacam-se a China, os Estados Unidos e a Alemanha. O Brasil aparece como 7º maior em capacidade instalada.
Governo do RN luta por novas linhas de transmissão
Em audiência em Brasília, no início deste mês, a governadora Fátima Bezerra (PT) recebeu do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, a confirmação que o leilão para as linhas de transmissão de energia na Região Leste do Sistema Nordeste, deve ser lançado em março de 2024. É neste sistema que o Rio Grande do Norte está inserido.
Atualmente, o estado tem baixa capacidade remanescente para escoamento da geração de energia, o que não permite a formalização de novos contratos, uma vez que o Estado não tem mais capacidade para se conectar à rede.
Alexandre Silveira ressaltou a conclusão dos relatórios dos estudos para o linhão denominado Bipolo 2 Nordeste, que sai do Rio Grande do Norte fazendo ligação com os grandes centros consumidores da região Sudeste. Tudo isso com uma nova tecnologia implantada no Brasil.
Durante a reunião, a governadora apresentou o projeto do Porto-Indústria Verde, que deverá ser construído na cidade de Caiçara do Norte, e que deve funcionar como base para a produção de equipamentos e energias renováveis no mar – offshore. Ainda este mês o Governo Federal deve lançar o Programa Nacional de Hidrogênio Verde, o que vem ao encontro dos planos do governo estadual.
“Isso demonstra uma sinergia muito importante com o Ministério, na questão da geração de energia offshore, além da produção de hidrogênio verde, amônia verde e e-metanol”, afirmou Hugo Fonseca, coordenador de Desenvolvimento Energético da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico.
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