No estado potiguar, a proporção de pessoas com algum grau de pobreza saiu de 65,3% em 2008-2009 para 36,6% em 2017-2018.
A proporção de pessoas com algum grau de pobreza caiu 28,7% no Rio Grande do Norte em 10 anos. O percentual consta no levantamento “Evolução dos Indicadores não Monetários de Pobreza e Qualidade de Vida no Brasil” com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 e 2017-2018. O índice foi divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo não conta com dados por município. Ainda de acordo com o levantamento, o Rio Grande do Norte, assim como todas as outras Unidades da Federação do Brasil, tiveram quedas na proporção de pessoas com algum grau de pobreza multidimensional se comparados os períodos. No estado potiguar, a proporção de pessoas com algum grau de pobreza saiu de 65,3% em 2008-2009 para 36,6% em 2017-2018.
A POF é o levantamento mais detalhado sobre os padrões de consumo dos brasileiros. Baseado nessa pesquisa, o IBGE realiza vários outros estudos, que foi o caso da evolução dos indicadores não monetários de pobreza e qualidade de vida no Brasil (IPM-MN, IVM- NM e IPM-CR), pois trata-se da mais abrangente investigação sobre os padrões de renda e consumo das famílias brasileiras. Ela tem duração de 12 meses (de junho a junho) e abrange 75 mil domicílios em 1.900 municípios brasileiros.
Pelo seu nível de detalhamento das condições de vida da população, a POF é fonte de informações para pesquisas e estudos acadêmicos de inúmeras instituições e empresas, além de auxiliar o monitoramento de 10 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável adotados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, a proporção da população que tinha algum grau de pobreza multidimensional na POF 2017-2018, foi de 22,3%, uma queda 21,9 p.p. em relação a parcela de 44,2% obtida na POF 2008-2009. No Nordeste, a proporção das pessoas com algum grau de pobreza em 2017-2018 caiu para 43,8% (-29,5 p.p.) em relação ao verificado no período 2008-2009.
O IBGE destaca que, embora a variação na proporção do grau de pobreza das pessoas que residem no RN tenha apresentado uma queda acentuada em 10 anos, apenas esta informação não é capaz de fornecer dados suficientes para uma avaliação ampla a respeito da dinâmica de aspectos sociais.
No índice de pobreza multidimensional não monetário (IPM-NM), que dá melhor entendimento acerca dos aspectos relacionados as desigualdades e a severidade na pobreza, o Rio Grande do Norte saiu de um de 9,5 em 2008-2009 para um IPM-NM de 4,0 em 2017-2018 e, apesar da queda, ficou na 23ª posição, se considerarmos os estados na ordem dos que tiveram uma maior queda na variação percentual deste índice.
Os estados que apresentaram as maiores quedas em 10 anos foram Santa Catarina e Roraima, com variações acima de -80%, seguidos de Tocantins, Paraná, Sergipe e Distrito Federal com variações entre -75 e -80%.
Saúde, alimentação, acesso aos serviços financeiros e padrão de vida causam o maior impacto negativo no IPM-NM
Em 2017-2018, “Saúde e Alimentação” e “Acesso aos serviços financeiros e padrão de vida” foram as categorias que tiveram mais importância na composição dos efeitos marginais para o IPM-NM do Rio Grande do Norte com percentuais de 18,9% cada. O indicador de acesso aos serviços financeiros também foi o mais impactante para o IPM-NM Brasil (19,2%).
Continuando a análise das dimensões do índice no RN, o IBGE ressalta que o item “Educação” representou 18,7%, seguido de “Acesso aos serviços de utilidade pública” com 14,9%, “Transporte e Lazer” com 14,5% e “Moradia” com 14,2% do total dos efeitos marginais observados no resultado do IPM –NM no estado. Em 2008-2009, o maior impacto negativo do IPM-NM potiguar era a categoria de “Transporte e Lazer” que chegou a contribuir com 21,2% do índice.
Quanto ao índice de pobreza multidimensional com componente relativo (IPM-CR), que mensura o fenômeno da pobreza identificando grupos com maior ou menor grau dessa pobreza, o RN apresentava um índice de 19,3 em 2008-2009 e de 16,3, dez anos depois, em 2017-2018. Isso o tirou da 10ª posição entre os estados com o maior IPM-CR para a 15º em 2017-2018. No Brasil esses índices foram de 15 e 12, nos respectivos períodos.
Já ao observarmos a população do RN com algum grau de vulnerabilidade multidimensional, que é uma medida mais abrangente e que inclui o subconjunto daquelas com algum grau de pobreza, quase a totalidade dos residentes no estado tinha algum grau de vulnerabilidade em 2008-2009 (96,2%). Esta proporção caiu para 81,9% em 2017-2018, porém ainda é um valor muito elevado, bem acima da média nacional pra o mesmo período. No Brasil, essa proporção era de 81,7% em 2008-2009 e de 63,8% em 2017-2018. Com esses dados, pode-se calcular o índice de vulnerabilidade multidimensional não monetário (IVM-NM) que, no RN, foi de 19,8 em 2008-2009 e reduziu para 11,7 em 2017-2018. No Brasil este mesmo índice era de 14,5 em 2008-2009 passando para 7,7 em 2017-2018.
Entre as dimensões que mais impactavam os índices IVM-NM e IPM-CR em 2008-2009 destacou-se a de “Transporte e Lazer” passando a ser a de “Educação” em 2017-2018 para ambos.
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