Nesta atualização, seis estados apresentaram sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Ceará, Goiás, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Roraima e Sergipe. Análise é eferente à Semana Epidemiológica (SE) 37, de 10 a 16 de setembro
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulga, nesta quarta-feira (20), uma atualização do boletim InfoGripe . O cenário segue similar ao da semana passada, no qual se identificou um ligeiro aumento nos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associadas à Covid-19, majoritariamente localizados em estados do Sudeste e do Centro-Oeste.
Nesta atualização, seis estados apresentaram sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Ceará, Goiás, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Roraima e Sergipe. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 37, de 10 a 16 de setembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 18 de agosto.
Nos estados do Nordeste e Centro-Oeste, o aumento se concentra nas faixas de 2 a 4 e de 5 a 14 anos de idade. Já em Roraima, o crescimento está nas crianças de até 4 anos de idade. No Rio de Janeiro, como citado anteriormente, o destaque se observa nas faixas etárias da população adulta, com ênfase nos casos de Covid-19, assim como em Goiás e São Paulo. Entre as capitais, seis registraram crescimento no número de casos: Aracaju (SE), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA).
Em Aracaju, Fortaleza e Salvador o foco está principalmente em crianças e pré-adolescentes (até 14 anos de idade). Na capital carioca, no entanto, há aumento em todas as faixas etárias que envolvem a população adulta. São Paulo também apresenta um ligeiro crescimento de ocorrências na população a partir de 50 anos, mas é mascarado pela queda no público infantil. Já em Maceió, o sinal ainda não é claro, ainda sendo compatível com oscilação.
Coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes destaca que a população adulta é a mais afetada e faz um alerta para alguns estados do Sudeste e do Centro-Oeste. “O que continua chamando a atenção é essa retomada do crescimento da Covid-19, especialmente Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. É um processo lento. O Rio de Janeiro chama um pouco mais a atenção, pois a situação está mais clara, mas São Paulo também já começa a ficar mais evidente”, afirma Gomes.
Em função da retomada que se observa, o pesquisador relembra a importância da vacinação em dia. “Temos a vacina bivalente, agora disponível para a maior parte das faixas etárias. E mesmo para aquelas faixas às quais a bivalente ainda não está aprovada, estar em dia com a vacina disponível para a sua idade é fundamental, especialmente agora que observamos esse aumento”, destaca.
Em relação aos casos gerais de SRAG no país, detectou-se sinal de queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas). Já para os vírus da influenza A e para o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o cenário é de estabilidade ou queda na maioria dos estados brasileiros. Apesar de ainda ter um volume expressivo no número de ocorrências de rinovírus em alguns estados, principalmente em crianças e pré-adolescentes, há uma tendência de interrupção no crescimento ou início de queda.
Resultados positivos de vírus respiratórios e óbitos
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (2,4%), influenza B (1%), vírus sincicial respiratório (11,5%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (39%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de: influenza A (1,1%), influenza B (1,1%), vírus sincicial respiratório (0%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (77%).
Referente ao ano epidemiológico 2023, já foram notificados 136.261 casos de SRAG, sendo 52.523 (38,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 68.356 (50,2%) negativos, e ao menos 8.105 (5,9%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 8,6% são influenza A, 4,5% influenza B, 38,7% VSR, e 30,3% Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas 4 últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 2,4% influenza A, 1% influenza B, 11,5% VSR, e 39% Sars-CoV-2 (Covid-19).
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