Por Edinaldo Moreno / Reporter do JORNAL DE FATO
O Rio Grande do Norte produziu 63 toneladas a menos de camarão em 2022 e registrou, pela primeira vez desde 2016, queda na produção do crustáceo. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal, divulgada nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo com o resultado observado no ano passado, o RN permanece entre os principais produtores do crustáceo no país (25,2 mil toneladas), perdendo apenas para o Ceará, atual líder de mercado (61,3 mil toneladas). Em 2022 a perda foi de 17% em valor de produção ante 2021.
O valor de produção caiu R$ 131,6 milhões se comparada a 2021. Os municípios potiguares Pendências, Arês, Nísia Floresta, Mossoró, Canguaretama e Senador Georgino Avelino estão entre os dez com maiores valores de produção de camarão do país junto a outros quatro municípios cearenses.
LARVAS
Por outro lado, a produção de larvas e pós-larvas no estado aumentou 17,9%, chegando a 8,9 toneladas no total, quase 1,4 tonelada a mais que em 2021. Isso representou um aumento no valor de produção desses produtos de 16,7%, equivalente a R$ 21,4 milhões.
O resultado da produção de larvas e pós-larvas levou o RN à primeira posição no ranking nacional de estados com o maior valor de produção (R$ 149,4 milhões), à frente, inclusive, do Ceará que, apesar de ter produzido cerca de 556 toneladas a mais que o RN, alcançou um valor de produção de R$ 100,5 milhões. Canguaretama, Nísia Floresta, Touros e Macau foram os municípios potiguares responsáveis por esses números.
A Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) investiga informações sobre os efetivos das espécies animais criadas e os produtos da pecuária, tendo como unidade de coleta o município. A pesquisa fornece informações sobre os efetivos da pecuária existentes no município na data de referência do levantamento, bem como a produção de origem animal, e o valor da produção durante o ano de referência. Os efetivos incluem bovinos, suínos, matrizes de suínos, galináceos, galinhas, codornas, equinos, bubalinos, caprinos e ovinos.
A produção de origem animal, por sua vez, contempla a produção de leite, ovos de galinha, ovos de codorna, mel, lã bruta e casulos do bicho-da-seda; as quantidades de vacas ordenhadas e ovinos tosquiados; e a aquicultura, que engloba as produções da piscicultura, carcinocultura e malacocultura.
A periodicidade da pesquisa é anual e sua abrangência geográfica é nacional, com resultados divulgados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Mesorregiões, Microrregiões e Municípios.
Produção animal no RN registra aumento de 10% em 2022
O valor de produção de todos os produtos de origem animal do Rio Grande do Norte em 2022 foi de R$ 2,4 bilhões, sendo 33,6% desse valor vindo do leite, 32,4% de ovos de galinha e 31,9% do camarão (incluindo a produção de larvas e pós-larvas), representando uma alta 10,6% em relação a 2021.
Entre os produtos de origem animal, o destaque positivo foi para ovos de galinha que cresceu 32,2% em valor de produção ante 2021. Já entre os produtos de aquicultura, o destaque positivo foi para a produção de Tambaquis, que cresceu 205,5%, e o negativo foi para a produção de camarão, que registrou uma queda de 17%.
A produção de leite bateu novo recorde e foi estimada em 345,9 milhões de litros em 2022, um acréscimo de 5,7%, enquanto o número do efetivo de vacas ordenhadas cresceu 0,9% e chegou a 263,5 mil cabeças. Caicó e Jucurutu foram os municípios com maior produção, com 25,1 e 20,4 milhões de litros, respectivamente.
A produção de ovos de galinha também bateu recorde: 90,5 milhões de dúzias em 2022, alta de 12,2% frente a 2021, levando a um aumento de quase um terço no valor de produção gerado. O estado do Rio Grande do Norte é o 12º maior em produção de ovos no país e Parnamirim é líder da produção local (25,5 milhões de dúzias) seguido de Mossoró (12,5 milhões de dúzias).
MEL
A produção norte-rio-grandense de mel foi de 728 toneladas em 2022. Em 2021, o estado havia produzido 582 toneladas, o que significou um crescimento de 25% no período. O resultado gerou R$ 13 milhões em valor de produção, um recorde desde o início do plano real.
Entre os municípios potiguares, as 195 toneladas de mel produzidas em Apodi garantiram a sua liderança isolada no estado. Em 2022, o estado registrou a 13ª maior produção nacional e a sexta do Nordeste.
Efetivos de rebanhos potiguares cresceram entre 2 e 10% em 2022
Em 2022, todos os efetivos animais apresentaram crescimento no Rio Grande do Norte. Galinhas aumentaram em 12,3%; codornas, equinos e suínos cerca de 10%; bovinos em 4,3%; ovinos em 3,8%, bubalinos em 2,6% e caprinos em torno de 2,4%.
O destaque nacional do estado continua sendo os rebanhos de ovinos e caprinos que colocam o RN na 6ª posição entre os estados que possuem o maior número de cabeças dos dois tipos de rebanhos.
Apodi e Assú são os municípios potiguares que lideraram essa produção no estado com 71,9 mil e 69,8 mil cabeças, respectivamente, sendo a maior parte das cabeças de rebanho ovino. Destaca-se que, em 2022, Assú cresceu 75% na produção de ovinos, chegando à liderança na produção desse tipo de rebanho com 44,6 mil cabeças e passando à frente de Apodi (42,2 mil cabeças).
O rebanho bovino potiguar cresceu pelo quinto ano consecutivo e alcançou um pouco mais de 1 milhão de cabeças, o maior efetivo desde 2011, representando um crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Caicó responde pelo maior rebanho com 46.676 cabeças, seguido de Jucurutu (28.637 cabeças) e Nova Cruz (25.800 cabeças). Desses municípios, Jucurutu registrou queda de 10% se comparado ao número de cabeças de 2021, enquanto Caicó e Nova Cruz cresceram 8,3% e 0,8%, respectivamente.
A maior alta registrada foi no município de Senador Elói de Souza que acrescentou 2.374 cabeças ao seu rebanho, 98,5% a mais do que em 2021. Pendências (58,3%), Campo Redondo (45,1%), Serra de São Bento (42,8%) e Japi (41,9%) também se destacaram pelos acréscimos ao rebanho bovino. Já as maiores quedas foram registradas nos municípios de Portalegre, Areia Branca e Santa Maria que tiveram perdas de 35,5%, 34,5% e 30,2% respectivamente.
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