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Postado às 13h30 | 25 Out 2023 | Redação Mais de 120 mil pessoas ocupadas no RN realizaram trabalho remoto em 2022

De acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (25), o total de pessoas que realizaram trabalho remoto no Rio Grande do Norte no período de referência de 30 dias, seja de forma habitual, seja ocasional, foi de 122 mil

Crédito da foto: Brisa Gil/Agência IBGE Notícias No Rio Grande do Norte, foram estimadas 1,3 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade ocupadas

No Rio Grande do Norte, foram estimadas 1,3 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade ocupadas e não afastadas, sendo esse contingente o foco da análise sobre teletrabalho e trabalho remoto, tanto em relação aos indicadores gerais, quanto aos indicadores de domicílio e fora do domicílio. O total de pessoas que realizaram trabalho remoto no Rio Grande do Norte no período de referência de 30 dias, seja de forma habitual, seja ocasional, foi de 122 mil. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2022.

De acordo com a pesquisa, essa população representou 9,0 % do total de ocupados do estado, um pouco abaixo da média nacional que foi de 9,8%. No grupo dos que realizaram trabalho remoto, está o subgrupo de teletrabalhadores, composto por 86 mil pessoas que, além de estarem em trabalho remoto, fizeram também uso de equipamentos de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para trabalhar. Esse número representou 6,4% dos ocupados no Rio Grande do Norte realizando teletrabalho no período de referência (4º trimestre de 2022).

A diferença de 36 mil de pessoas (trabalho remoto menos teletrabalho) está associada a indivíduos que trabalharam de forma remota, isto é, em local alternativo, mas não fizeram uso de equipamentos TIC.

O rendimento médio mensal real das pessoas ocupadas no estado foi R$ 2065 em 2022, mas para aquelas que realizaram teletrabalho esse valor alcançou R$ 4687, uma estimativa de R$ 2801 reais a mais dos que não realizaram teletrabalho. A diferença entre os dois rendimentos foi R$ 4 081 na média nacional.

Os dados da PNAD Contínua não indicam que o maior rendimento médio dos teletrabalhadores seja uma consequência do teletrabalho, mas, sim, que o perfil predominante das pessoas em teletrabalho está correlacionado com maiores rendimentos, em razão de fatores diversos, tais como: ocupações relacionadas a maior nível de escolaridade; empresas inseridas em atividades que pagam maiores remunerações; existência de estrutura para o teletrabalho no próprio domicílio, a qual costuma ser cara e, muitas vezes, não é custeada pela empresa; disponibilidade de acesso e de pagamento para Internet de qualidade, entre outros.

Em relação às horas habitualmente trabalhadas por semana, a média dos que realizaram teletrabalho foi de 35,9 e dos que não realizaram foi de 37,4, ou seja, uma diferença de 1,5 horas. No Brasil, os números levantados foram: 39,7 horas para os que realizaram teletrabalho e 39,3 horas tanto para o total de ocupados como para os que não executaram teletrabalho.

Maioria dos teletrabalhadores do RN realizaram o trabalho no domicílio

Quanto ao teletrabalho e ao trabalho remoto realizados apenas nos domicílios (residência como um local alternativo de trabalho), das 1,3 milhões de pessoas ocupadas e não afastadas no Rio Grande do Norte, 16% (217 mil) trabalharam no próprio domicílio durante o período de referência. O trabalho remoto no domicílio ocorreu para um contingente menor (7,8%, ou 106 mil de ocupados). Por fim, o último subgrupo dessa análise corresponde às pessoas que realizaram o trabalho remoto e utilizaram equipamentos de TIC, isto é, os teletrabalhadores no domicílio (5,8%, ou 79 mil ocupados). Como visto anteriormente, se 86 mil pessoas realizaram teletrabalho em 2022 no estado, significa dizer que 91,9% dessas pessoas que executaram teletrabalho o fizeram no próprio domicílio.

Sobre a pesquisa

A PNAD Contínua investigou, no 4º trimestre de 2022, o exercício do trabalho por meio de plataformas digitais no trabalho único ou principal, assim como o trabalho remoto ou teletrabalho, das pessoas ocupadas que tinham na semana de referência 14 anos ou mais de idade, exclusive os empregados no setor público e militares.

Os principais objetivos da pesquisa sobre o trabalho por meio de plataformas digitais foram: (i) identificar o contingente de pessoas ocupadas que utilizavam plataformas digitais de trabalho para exercer a ocupação, por tipo de aplicativo utilizado; (ii) melhor compreender o papel das plataformas em relação a aspectos relevantes do trabalho, investigando a dependência dos trabalhadores plataformizados quanto ao valor a ser recebido pelo trabalho realizado, aos prazos para cumprimento de tarefas e à escolha de clientes, além da influência das plataformas na determinação da jornada de trabalho.

Para tal, quatro tipos de plataformas digitais de trabalho foram contemplados – aplicativos de táxi; aplicativos de transporte particular de passageiros (exclusive aplicativo de táxi); aplicativos de entrega de comida, produtos etc.; e aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais –, e se investigou se a pessoa ocupada obteve clientes e prestou serviços por meio dessas ferramentas. Para os trabalhadores por conta própria e para os empregadores que não realizaram trabalho por meio de plataformas de serviços, também se investigou, no âmbito do trabalho principal, se a pessoa obteve clientes e vendeu produtos regularmente por meio de plataformas de comércio eletrônico.

Já a pesquisa sobre trabalho remoto e teletrabalho, teve como objetivo identificar o contingente de pessoas que realizaram teletrabalho por pelo menos 1 dia, no período de referência de 30 dias. Adotou-se como conceitos o seguinte:

Trabalho remoto - conforme a Organização Internacional do Trabalho – OIT (ILO, 2020), o trabalho remoto pode ser descrito como a situação em que o trabalho é total ou parcialmente realizado em local alternativo ao local padrão (ou default) de trabalho.  Para empregados, esse local alternativo é diferente das propriedades do empregador, do cliente ou até mesmo diferente do espaço público ou veículo automotor, se a natureza de suas funções implicar a sua realização nesses locais. Alguns exemplos de locais alternativos aos empregados seriam: o próprio domicílio, cafés, espaços de coworking (desde que não estejam sob controle do empregador ou cliente etc). No caso de empregador ou conta própria, é considerado trabalho remoto quando executado em local diferente das instalações do próprio empreendimento ou de clientes, e até mesmo em local diferente do espaço público, seguindo orientação semelhante ao de empregado sobre local alternativo. Em muitos casos o empregador ou conta própria tem o seu próprio domicílio como única instalação para a unidade econômica que possui e, por isso, nessas situações, trabalhar no próprio domicílio não é considerado como trabalho remoto;

O teletrabalho é uma subcategoria do trabalho remoto em que se utilizam dispositivos eletrônicos pessoais, tais como como computador, tablet ou telefone (celular ou fixo), para a realização do trabalho. Neste subgrupo, aqueles que utilizaram equipamentos TIC para realizar as tarefas laborais foram classificados como teletrabalhadores;

Trabalho no próprio domicílio considera as pessoas que trabalham em casa, podendo ou não ser um local padrão, ou seja, podendo ou não ser trabalho remoto;

Teletrabalho no domicílio está associado às pessoas que trabalham em casa, sendo este um local necessariamente alternativo e ainda utilizam equipamento TIC.

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