O IBGE investigou, pela primeira vez, informações para melhor compreender os fenômenos do trabalho plataformizado e do teletrabalho no país. A coleta das informações ocorreu no 4º trimestre de 2022 e considerou para tal o trabalho principal das pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas no período de referência, exceto empregados no setor público e militares. As estatísticas abrangeram indicadores sobre o perfil sociodemográfico e sobre as características do trabalho daqueles que utilizavam plataformas digitais para o exercício do trabalho, assim como sobre as que estavam em trabalho remoto ou teletrabalho. As estatísticas são experimentais, isto é, estão em fase de teste e sob avaliação.
No Rio Grande do Norte, no 4º trimestre de 2022, a população ocupada de 14 anos ou mais de idade (exclusive os empregados no setor público e militares) foi estimada em 1,1 milhão de pessoas. Dessas, 19 mil realizavam trabalho por meio de plataformas digitais de serviços ou obtinham clientes e efetuavam vendas por meio de plataformas de comércio eletrônico no trabalho principal, sendo que 12 mil pessoas desse total trabalhavam por meio de aplicativos de serviços. Com isso, a pesquisa revelou que 1,1% da população potiguar ocupada no setor privado trabalhava por meio desses aplicativos. O percentual registrado para o Brasil foi de 1,7% e para a grande região do Nordeste foi de 1,4%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2022.
O rendimento médio real habitualmente recebido no trabalho principal (calculado para as pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, excluindo os empregados no setor público e militares) foi estimado em R$ 2513 para o Brasil, em R$ 1535 para região Nordeste e R$ 1725 para o Rio Grande do Norte. Entre os plataformizados, esse valor alcançava R$ 2645, R$ 1890 e R$ 2254, respectivamente, uma estimativa 5,4% superior à do rendimento médio dos não plataformizados para a média do Brasil (R$ 2510), 23,5% acima da média para região Nordeste (R$ 1530) e de 31,1% mais para o estado potiguar (R$ 1719).
Apesar dos rendimentos maiores, a jornada de trabalho dos trabalhadores potiguares plataformizados era em média, 46,5 horas por semana no trabalho principal, sendo essa jornada 9 horas mais extensa que a dos demais ocupados do estado (37,5 horas). No Brasil, a média de horas habitualmente trabalhadas por semana entre os plataformizados é maior que a dos não plataformizados, com essa diferença variando de 6,5 horas.
Tags: