Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2022 – módulo de acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal –, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em 2022 o Rio Grande do Norte tinha 2,5 milhões de pessoas de 10 anos ou mais idade com telefone móvel para uso pessoal.
De acordo com o levantamento, o número correspondia a 81,9% da população dessa faixa etária. Desse percentual, a maioria era de não estudantes (83,5%) frente aos estudantes (75,8%). Em relação ao sexo, 84,8% das mulheres e 78,7% dos homens tinham telefone móvel celular para uso pessoal no estado.
O IBGE estima uma contínua expansão da posse de telefone celular no período abrangido pela pesquisa, variando de 76% da população de 10 anos ou mais de idade, em 2016, para 80%, em 2021, até atingir 81,9%, em 2022. A parcela que tinha acesso à Internet por meio desse aparelho aumentou de 75,3% em 2016 para 96,2%, em 2022. Já entre os estudantes que tinham telefone móvel celular para uso pessoal no Rio Grande do Norte (481 mil pessoas), a parcela que tinha acesso à Internet nesse aparelho era de 98,9%.
Ainda de acordo com a pesquisa, em 2022, o percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal no estado teve o seu mínimo registrado no grupo de 10 a 13 anos (47,2%), elevando-se abruptamente entre as pessoas de 14 a 19 anos (82,4%). As maiores participações ocorreram nos grupos dos adultos jovens de 25 a 29 anos (93,7%) e de 30 a 39 anos (92,8%). Nos grupos etários seguintes, o percentual declinou gradualmente até o dos adultos de meia-idade de 50 a 59 anos (83,9%), terminando com queda acentuada entre os idosos de 60 anos ou mais (64,1%).
Entre 2021 e 2022, houve crescimento do percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal em todos os grupos etários, exceto para o dos jovens de 10 a 13 anos, ambos com declínio de 4,3 p.p.
SEM CELULAR
O levantamento do IBGE também informa o total de potiguares com motivos para não ter telefone móvel celular para uso pessoal no território potiguar. Segundo a pesquisa, em 2022, estimava-se que 561 mil pessoas não tinham telefone móvel celular para uso pessoal, representando 18,1% da população de 10 anos ou mais de idade do estado. Esse percentual era 23,3%, em 2019, e 20%, em 2021.
Dentre os motivos alegados para não se ter o aparelho, os três que mais se destacaram agregaram, em conjunto, quase 80% das pessoas de 10 anos ou mais de idade que não tinham esse aparelho, no estado. No contingente dos que não tinham telefone móvel celular para uso pessoal, 33% alegaram que não sabiam usar telefone móvel celular; 29,5%, que o aparelho telefônico era caro; e 16,7%, costumava usar o telefone móvel celular de outra pessoa.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) visa acompanhar as flutuações trimestrais e a evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de trabalho, e outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País. Para atender a tais objetivos, a pesquisa foi planejada para produzir indicadores trimestrais sobre a força de trabalho e indicadores anuais sobre temas suplementares permanentes (como trabalho e outras formas de trabalho, cuidados de pessoas e afazeres domésticos, tecnologia da informação e da comunicação etc.), investigados em um trimestre específico ou aplicados em uma parte da amostra a cada trimestre e acumulados para gerar resultados anuais, sendo produzidos, também, com periodicidade variável, indicadores sobre outros temas suplementares. Tem como unidade de investigação o domicílio.
Os resultados anuais sobre outros temas ou tópicos são obtidos acumulando-se informações de determinada visita ao longo do ano, ou são concentrados em determinado trimestre. É o caso do módulo temático sobre Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC, investigação que ocorreu no quarto trimestre de 2022 e abrangeu o acesso à Internet e à televisão, bem como a existência de telefone, entre outros equipamentos como microcomputador, tablet e rádio, nos domicílios particulares permanentes; e o acesso à Internet e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal junto às pessoas de 10 anos ou mais de idade.
Tanto o questionário de domicílios quanto o de pessoas passaram por reformulação com o objetivo de aprofundar e melhorar a investigação do uso e acesso a essas tecnologias, tais como serviço pago de streaming de vídeo; existência de dispositivo inteligente, acesso gratuito à Internet em locais públicos (tais como: estabelecimentos públicos de educação e bibliotecas públicas, estabelecimentos públicos de saúde, praças e parques, acréscimo de finalidades de acesso à Internet (tais como usar redes sociais, ouvir músicas, rádio ou podcast, realizar compras online etc.), inclusão do 5G em banda larga móvel etc.
Desta forma, a série histórica para alguns indicadores foi interrompida a partir da presente divulgação e novos indicadores serão apresentados com dados, até o momento, somente para o ano de 2022.
Quase 70% dos domicílios do RN não têm microcomputador ou tablet
No total de domicílios do estado em 2022, aqueles em que havia microcomputador representavam 31,1%. Em 2016, esse percentual era de 38,4%. A existência de tablet é menos comum nos domicílios que a de computador. Nos domicílios do RN, em 2022, o percentual daqueles em que havia tablet era de 7,4%. O rendimento médio mensal real per capita domiciliar em função da existência desses equipamentos nos domicílios no estado foi de R$ 769, para os domicílios que não tinham microcomputador nem tablet e de R$ 2227 para os que tinham pelo menos o computador.
Quanto à existência de telefone, 4,9% dos domicílios particulares permanentes (59 mil) do estado não possuíam o equipamento. Considerando o tipo de telefone, em 2022, havia telefone fixo convencional em 6% dos domicílios potiguares e esse percentual tem apresentado declínio desde 2016 (45,9%). A parcela dos domicílios que tinham telefone móvel celular, por outro lado, aumentou de 94,1% para 94,9% entre 2016 e 2022, saindo de cerca de 1 milhão para 1,1 milhão em média. Nos domicílios em que havia telefone fixo convencional o rendimento médio foi de R$ 2554, enquanto naqueles com telefone móvel celular esse rendimento foi de R$ 1258, a o passo que nos que tinham ambos os equipamentos, o rendimento médio era de R$ 2584.
De 2016 a 2022, no total de domicílios do Rio Grande do Norte, o percentual daqueles em que o serviço de rede móvel celular funcionava, para Internet ou para telefonia, passou de 87,6% para 90,3%, saindo de 937 mil para quase 1,1 milhão de domicílios.
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