Domingo, 24 de novembro de 2024

Postado às 11h30 | 09 Fev 2024 | redação Secretaria de Saúde instala “Sala de Situação” para monitorar a dengue no Rio Grande do Norte

Crédito da foto: Agência Brasil Vacina contra a dengue ainda não chegou à rede SUS

Jornal de Fato

O aumento de número de casos prováveis de dengue no Rio Grande do Norte, comprovado no Boletim Epidemiológicos de Arboviroses – 5/2024, leva o governo a adotar medidas para monitorar e combater a ação do Aedes aegypti, mosquito transmissor. Nesta sexta-feira, 9, a Secretaria de Saúde (SESAP-RN) instala a “Sala de Situação” para monitoramento das arboviroses, em especial a situação da dengue.

Conforme noticiado pelo Jornal de Fato, os casos prováveis de dengue no estado subiram de 526 para 757. Esses números representam um acréscimo de 43,91% em relação ao mesmo período de 2023.

O último Boletim Epidemiológico Arboviroses, publicado essa semana no site da Sesap-RN, aponta que já são 78 casos confirmados no Estado, enquanto no ano passado, nesse mesmo período, eram 73. Municípios como Jandaíra, Baía Formosa e Ceará-Mirim apresentam maior incidência (veja quadro nesta página).

Mossoró também deve ficar em estado de alerta. São 91 casos de dengue prováveis, 1 confirmado, com incidência de 29,95% por 100 mil habitantes. A cidade também registra 9 casos prováveis de Chikungunya, com 2 confirmados, incidência de 2,92%; e 2 casos prováveis de Zika, nenhum confirmado, incidência de 0,49%.

A governadora Fátima se reuniu com o Ministério da Saúde para discutir estratégias de combate à dengue. Em fórum com gestores de todo o país, Fátima defendeu trabalho integrado para enfrentar a doença.

“Primeiro é preciso parabenizar o Ministério da Saúde por convocar essa reunião e colocar-se como protagonista. É assim que deve ser, chamando a sociedade, governos e prefeituras”, disse. “Estamos fazendo aqui no Rio Grande do Norte, desde o ano passado, um trabalho dessa maneira intersetorial, junto aos municípios e com as nossas áreas da educação, de assistência social, infraestrutura e serviços urbanos”, afirmou a governadora e presidente do Consórcio Nordeste.

O Ministério da Saúde reforçou a necessidade de integração entre todos os entes para enfrentar a emergência que já se coloca em alguns locais do país. "Um momento como esse encontro, é importante para trocarmos ideia e unirmos esforços. Por isso agradeço a todos pela presença", comentou a ministra Nísia Trindade aos governadores, vice-governadores e gestores estaduais de saúde presentes à reunião virtual.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), com base nas orientações do Ministério da Saúde, emitiu uma nota de orientação aos municípios em meados de dezembro passado, com diversas informações voltadas ao combate na reprodução do Aedes aegypti e no cuidado com os pacientes.

“Estamos ainda em um momento de controle, mas não podemos baixar a guarda. Por isso o trabalho de controle e monitoramento é diário. Estamos em contato direto com os municípios também para dar todo o apoio possível”, ressaltou a secretária Lyane Ramalho, titular da Sesap.

 

Remédios são contraindicados em caso suspeito de dengue

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alertou para os remédios contraindicados em caso de suspeita da doença. Segundo o Ministério da Saúde, do início deste ano até a última segunda-feira, 5, a doença provocou 36 mortes no país.

O presidente da SBI, Alberto Chebabo, citou o ácido acetilsalicílico, ou AAS, conhecido popularmente como aspirina, entre os não recomendáveis, por se tratar de medicação que age sobre plaquetas.

“Como já tem uma queda de plaquetas na dengue, a gente não recomenda o uso de AAS”, disse o médico. Corticoides também são contraindicados na fase inicial da dengue.

Segundo Chebabo, como a dengue é uma doença viral, para a qual não há antiviral, os sintomas são tratados. O tratamento básico inclui analgésico, antitérmico e, eventualmente, medicação para vômito. Os principais sintomas relacionados são febre, vômito, dor de cabeça, dor no corpo e aparecimento de lesões avermelhadas na pele.

O infectologista advertiu que, se tiver qualquer um dos sintomas, a pessoa não deve se medicar sozinha, e sim ir a um posto médico para ser examinada. “A recomendação é procurar o médico logo no início, para ser avaliada, fazer exames clínicos, hemograma, para ver inclusive a gravidade [do quadro], receber orientação sobre os sinais de alarme, para que a pessoa possa voltar caso tais sinais apareçam na evolução da doença”.

Os casos devem ser encaminhados às unidades de pronto atendimento (UPAs) e às clínicas de família.

Entre os sinais de alarme, Chebabo destacou vômito incoercível, que não para, não melhora e prejudica a hidratação; dor abdominal de forte intensidade; tonteira; desidratação; cansaço; sonolência e alteração de comportamento, além de sinais de sangramento.

“Qualquer sangramento ativo também deve levar à busca de atendimento médico”, alertou. No entanto, a maior preocupação deve ser com a hidratação e com sinais e sintomas de que a pessoa está evoluindo para uma forma grave da doença.

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