Sábado, 27 de abril de 2024

Postado às 09h45 | 22 Mar 2024 | redação Confira os principais mitos e verdades sobre a dengue e Aedes Aegypti

Crédito da foto: Agência Brasil Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue

Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO

Doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue, apesar de muito presente no cotidiano de todos os brasileiros, ainda restam muitas dúvidas sobre o que é verdade ou mentira. Para o médico infectologista e professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), Igor Queiroz, é preciso buscar sempre informações de qualidade e que tenham embasamento científico para evitar complicações da doença ou tratamento inadequado.

O Brasil já chegou a 1,8 milhão de casos prováveis e confirmados de dengue em 2024. O especialista destaca que estar munido de informações verdadeiras é fundamental para a saúde pública como um todo. “Nós somos responsáveis pela não proliferação do mosquito e temos que ter cuidado redobrado, principalmente em períodos como o que estamos vivenciando”, frisa.

Para iniciar, o consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e também presidente da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia (SRNI), desmistificar que apenas áreas tropicais são afetadas pela dengue e só pessoas pobres ficam doentes.

“Embora a dengue seja mais comum em áreas tropicais e subtropicais, ela pode ocorrer em qualquer lugar onde o mosquito Aedes aegypti esteja presente, incluindo regiões urbanas e rurais. A falta de saneamento básico e a criação de poças de água limpa podem aumentar o risco em algumas áreas, mas qualquer pessoa exposta ao mosquito pode contrair a doença”.

Ele afirma ainda que a dengue pode ser grave e até fatal em alguns casos, mas a maioria das pessoas se recupera completamente com tratamento adequado. A forma grave da doença pode levar a complicações sérias, como choque hemorrágico, que podem ser fatais se não tratadas a tempo. Portanto, é mito que a dengue é uma doença fatal em todos os casos.

“O uso de repelentes recomendados pelos órgãos de saúde ao invés de receitas caseiras, abrir as janelas de casa durante a passagem do carro fumacê e alternar o tipo de inseticida para que o mosquito não crie resistência são algumas das medidas que todos podem tomar para se proteger. Lembrando que o mais importante é evitar que o mosquito procrie”, lembra Queiroz.

Sobre a indagação de que somente mosquitos infectados podem transmitir a dengue, a verdade é que apenas fêmeas do Aedes aegypti infectadas podem transmitir o vírus da dengue ao picar uma pessoa. No entanto, é importante lembrar que, mesmo nem todos os mosquitos da espécie estando infectados, todos representam um risco potencial de transmissão.

Mesmo que seja possível desenvolver imunidade temporária após contrair dengue, ela pode diminuir ao longo do tempo e não oferece proteção completa contra todos os sorotipos do vírus. Portanto, é importante continuar praticando medidas preventivas mesmo após a recuperação da doença, desmistificando o mito de quem contraiu dengue uma vez, está imune para sempre.

Por fim, o infectologista explica se apenas água limpa é um criadouro do Aedes aegypti. “Mosquito Aedes aegypti pode se reproduzir em qualquer local com água parada, independentemente de estar limpa ou suja. Isso inclui recipientes como pneus velhos, vasos de plantas, garrafas vazias e calhas entupidas. Portanto, é importante eliminar todos os possíveis criadouros de água parada em torno de casa”.

 

RN registra pouco mais de 1 mil casos confirmados de dengue em 2024

O mais recente Painel de Arbovisores, disponibilizado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), aponta os números sobre as arboviroses (dengue, chikungunya e zika) em todo o Rio Grande do Norte. O balanço aponta mais de mil casos confirmados entre a Semana Epidemiológica 1 e 13.

Os dados se referem até a última terça-feira (19). De acordo com o levantamento atual, foram notificados 7.683 casos de dengue, sendo que 1.165 foram confirmados para a doença e outros 1.192 descartados. Do total de confirmados, 971 de clínico epidemiológico e 194 laboratorial. O RN não registrou óbito pela doença.

Já em relação ao cenário epidemiológico da chikungunya, o boletim mostra que o estado registrou no período 122 casos da doença. São 62 clínico epidemiológico e outros 60 laboratorial. Houve ainda 1.752 casos notificados. Foram descartados 364 casos. Também não há registro de óbito por chikungunya no território potiguar em 2024.

Por fim, o Rio Grande do Norte tem 144 casos confirmados de zika. O boletim aponta o total de 610 casos notificados e 133 descartados. Do total de casos confirmados, 14 clínico epidemiológico e 130 laboratorial. A arbovirose não registrou morte. Em gestantes, o balanço aponta 38 casos notificados, 11 descartados e 2 confirmados.

Os dados, segundo o boletim, estão sujeitos a alterações.

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