Jornal de Fato
A Petrobras decidiu usar a Inteligência Artificial (IA) para monitorar a qualidade da água usada em torres de resfriamento de suas usinas termelétricas. A estatal está convencida que o processo proporcionará mais praticidade e deverá melhorar a qualidade da água em outros meios onde o líquido seja utilizado.
O Rio Grande do Norte terá papel importante. É que a Petrobras vai investir R$ 9,7 milhões, a título de aporte, para a startup potiguar Turinga desenvolver o projeto. Vencedor da licitação, a Turinga tem até 2026 para concluir o projeto, uma vez que o plano da estatal é o processo deve ser concluído em todo o país daqui a dois anos. O edital vencido pela startup potiguar faz parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras.
A Turinga já tem um sistema de monitoramento da água que é utilizado pela Petrobras, mas sem o uso da Inteligência Artificial. “É uma tecnologia 100% desenvolvida no Rio Grande do Norte que pode ser usada em qualquer setor da indústria que precise monitorar os parâmetros da água, como viveiros de camarão, por exemplo”, explica Rodrigo Souza, sócio da startup, coordenador do projeto.
Em entrevista ao jornal Tribuna de Norte, de Natal, Rodrigo explicou que fatores como o potencial hidrogeniônico (ph), temperatura e a turbidez da água são avaliados nesses ambientes.
A Petrobras utilizava um técnico, que avaliava as condições da água, a cada 15 ou 30 dias, e gerava um relatório para que a inserção de produtos na água garantisse sua qualidade. Em 2023, a estatal abriu uma licitação e a Turinga foi escolhida para e ser a responsável por produzir equipamentos de verificação, o que gerou a aceleração do processo com a entrega de dados. Estes estão presentes em seis termelétricas no Brasil.
Segundo Rodrigo Souza, a Petrobras decidiu ir mais além e buscou o desenvolvimento de uma inteligência que verificasse o estado da água e realizasse a manutenção. “Eles queriam colocar uma IA nestes equipamentos, que teriam a capacidade de realizar os parâmetros sem a intervenção humana. Além disso, a ideia era que o próprio equipamento notificasse o acionador (equipamento automatizado), e este despejasse o produto. Para se ter uma ideia, a Petrobras gasta alguns milhões apenas nestes produtos de inserção”, relatou o coordenador do projeto.
Com a inserção da Inteligência Artificial o processo de monitoramento passará a ser totalmente automatizado. O sistema vai identificar os parâmetros da água, alertar se está bom ou ruim, e liberar a aplicação do produto necessário para tratamento. “Nesse novo formato o sistema identifica e corrige o problema sem necessidade de intervenção humana”, explica Rodrigo.
Dentre os vários sistemas que utilizam esta água, nas usinas, um dos principais é o de resfriamento, que tem função de manter a temperatura dos equipamentos dentro de margens aceitáveis. A água é avaliada em diferentes parâmetros como: ph, condutividade, turbidez, dentre outros.
Rodrigo revelou que pretende fazer com que a tecnologia seja utilizada até mesmo em residências. “Em processos industriais, é um produto viável. A longo prazo, podemos baratear o produto para o deixá-lo à disposição das pessoas”, disse.
A ideia para desenvolver um equipamento de monitoramento (ainda sem a utilização da IA) surgiu durante a dissertação do mestrado de Rodrigo Souza, desenvolvido no Laboratório de Engenharia e Computação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
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