Sábado, 23 de novembro de 2024

Postado às 10h15 | 19 Ago 2024 | redação Educação ambiental para preservar bioma caatinga no Rio Grande do Norte

Crédito da foto: Reprodução Arara-maracanã (Primolius maracana) é uma das espécies que só são encontradas no RN

Da Redação

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) promoveu a entrega de kits de jogos educativos para escolas públicas do Seridó, com objetivo de promover a educação ambiental e a preservação do Bioma Caatinga. Trata-se de uma iniciativa pioneira, por meio da Subcoordenadoria de Planejamento e Educação Ambiental (SPEA), que chegou aos municípios de Caicó e Currais Novos.

O “Guardiões da Caatinga”, como é intitulado o material, contempla 89 instituições registradas no Seridó. Em Caicó, a equipe do órgão ambiental promoveu a doação do material na Câmara de Vereadores. O Idema esteve em Currais Novos, na Secretaria de Educação, realizando mais um momento de entrega de material para os demais municípios inseridos no território seridoense.

A entrega do material proporcionou a oportunidade de interação com os representantes do Sistema Educacional, fortalecendo o compromisso do Instituto com a sensibilização da temática e do engajamento social. Das 89 escolas convidadas para o evento, 61 receberam o material educativo, entre estaduais e municipais, sendo 5 para cada escola representada. No total, foram entregues mais de 300 exemplares.

Os jogos ensinam sobre a relevância desse bioma exclusivamente brasileiro, conhecido por sua rica biodiversidade e capacidade de adaptação ao clima semiárido. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a empresa Fubá Educação Ambiental, Elera Renováveis e o Idema, visando enriquecer o currículo escolar com uma ferramenta lúdica e interativa.

“A educação ambiental surge como o principal vetor nessa missão, pois é através do conhecimento e da conscientização que podemos fomentar o respeito e a preservação da Caatinga. Ao educarmos sobre o valor e as vulnerabilidades desse bioma, estamos plantando as sementes para garantir sua sobrevivência para as futuras gerações”, comentou a pedagoga e educadora ambiental do Idema, Laíse Campos.

 

No Coração da Caatinga

Os geógrafos e pesquisadores-bolsistas do Núcleo de Mudanças do Clima e Desertificação do Idema, Diógenys Henriques e Anny Nobre, ministraram a palestra “No Coração da Caatinga”, abordando as potencialidades do Seridó Potiguar, abordando conceitos, definições relacionadas ao tema, à riqueza natural, principais ameaças e desafios ao bioma. O processo de desertificação e mudanças climáticas.

Segundo dados do Observatório da Caatinga e Desertificação, aproximadamente 60% do Rio Grande do Norte está com nível de degradação entre significativo a crítico. O bioma abriga 4.963 espécies de plantas. Sobre a fauna, a Caatinga abriga 1.182 espécies, sendo 10% do total (125 espécies) encontra-se em alguma categoria de ameaça de extinção.

O trabalho do Idema no âmbito da Conservação da Natureza, como a criação e gestão de Unidades de Conservação, foi abordada ao longo da palestra. O pesquisador Diógenys Henriques comentou com os participantes sobre o foco do órgão estadual em fortalecer e ampliar as áreas protegidas no RN, como o Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) Serra das Araras, que se encontra em processo de criação.

Com uma área de 12.356,31 hectares, o REVIS Serra das Araras está inserido nos municípios de Cerro Corá, São Tomé e Currais Novos, e será criado com objetivos de proteger espécies da fauna e flora, assegurar a preservação e recuperação do bioma Caatinga, manter e recuperar mananciais e cursos d’água, além de favorecer o turismo ecológico na UC.

“Entender a importância da Caatinga Potiguar é fundamental para a preservação desse bioma único, que é exclusivamente brasileiro. A Caatinga, muitas vezes subestimada, é rica em biodiversidade e possui uma complexa teia de vida que se adaptou às condições do semiárido. Compreender seus elementos nos ajuda a valorizar e proteger esse patrimônio natural”, comentou Henriques.

 

Engajamento e responsabilidade coletiva

A historiadora e educadora ambiental da Spea/Idema, Bárbara Cavalcante, falou sobre os jogos que integram o kit educativo e a abordagem de cada um deles, como o espírito de cooperação e responsabilidade coletiva perante o meio ambiente.

“A Caatinga carrega uma identidade cultural muito forte e uma ampla diversidade biológica. Disseminar essas informações através da educação de forma lúdica é criar vínculo e sentimento de pertencimento. O material doado é mais do que um jogo, é uma ferramenta com potencial de transformar a percepção dos jovens sobre o meio ambiente e seu papel na conservação”, pontuou Cavalcante.

Por meio de aventuras e desafios, os alunos aprendem sobre a fauna, flora, os aspectos socioculturais, tradições, curiosidades, principais desafios ambientais que ameaçam essa região, incentivando a responsabilidade ambiental desde cedo.

Para viabilizar a doação do material aos municípios foi feita uma articulação entre o Idema e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME). Para as escolas estaduais, o contato foi com as Diretorias Regionais de Ensino e Cultura do RN (DIRECs).

A representante da Secretaria de Educação e da Cultura de Parelhas, Clebiana Azevedo, destacou que os jogos têm sido muito bem aceitos pelos alunos e professores, provocando o senso crítico e multiplicando o conhecimento no município.

“Estamos muito felizes em introduzir o ‘Guardiões da Caatinga’ em nossas escolas. Este jogo não só educa, mas também inspira os nossos alunos a se tornarem multiplicadores do meio ambiente. A Caatinga é uma parte vital do nosso ecossistema, e é crucial que as próximas gerações entendam sua importância e aprendam a protegê-la.”

A iniciativa reforça o compromisso do Idema em interiorizar suas ações de sensibilização, integrando o ensino tradicional com novas metodologias que estimulam a criatividade e o engajamento dos alunos.

“Os jogos desenvolvidos pela empresa de São Paulo Fubá Educação Ambiental, em parceria com a Elera Renováveis, estimulam o espírito de coletividade a partir das dimensões da participação, valores e conhecimento”, finalizou a pedagoga Laíse Campos.

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