Censo Demográfico 2022 apontou que no Rio Grande do Norte tinha mais de 3 mil pessoas viviam em domicílios improvisados. Mossoró registrava o total de 584 domicílios particulares permanentes não ocupados, sendo 562 vagos e outros 22 de uso ocasional.
Por Edinaldo Moreno / Repórter do Jornal de Fato
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detalhou as condições de moradia no Brasil, incluindo domicílios como abrigos, casas improvisadas e espaços coletivos. O Censo Demográfico 2022 apontou que no Rio Grande do Norte mais de 3 mil pessoas viviam em domicílios improvisados.
O IBGE explica que os dados revelam características da população nesses locais, como idade, sexo e nível de escolaridade. Ao detalhar as características daqueles que residem em domicílios improvisados, espaços coletivos e imóveis não ocupados, o Censo contribui para a formulação de políticas públicas mais eficazes e direcionadas às necessidades específicas dessas populações.
O Censo 2022 mostrou que das 3.050 pessoas que viviam em domicílios particulares improvisados no estado, o tipo de domicílio com maior quantidade de moradores foi "Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido", com 1.294 moradores – ou seja, 42,4% dos moradores de domicílios improvisados.
Em segundo lugar, "Dentro de estabelecimento em funcionamento" (780 moradores) ou 25,6%, seguido por "Estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada" (519) ou 17,0%. Na maior parte dos domicílios improvisados o percentual de homens residindo é superior ao das mulheres.
O Rio Grande do Norte ocupou a 19ª posição no Brasil e a 7ª na Região Nordeste em número de pessoas residindo neste tipo de domicílio. São Paulo lidera esse indicador nacionalmente com 42.066 pessoas e a Bahia se destaca no Nordeste com 13.654 pessoas vivendo nestas condições.
Em 2022, mais de 160 mil pessoas residiam em domicílios improvisados no Brasil. No Nordeste esse número foi de 43 mil pessoas. De acordo com o IBGE, domicílios improvisados são aqueles localizados em edificações que não tenham dependências destinadas exclusivamente à moradia, em estruturas comerciais ou industriais degradadas ou inacabadas, em calçadas, praças ou viadutos e em abrigos naturais, bem como em estruturas móveis (como veículos e barracas).
Em domicílios improvisados, a taxa de analfabetismo foi de 31,9% entre os homens e 19,5% entre as mulheres. Similar às taxas no Brasil e do Nordeste, o indicador foi maior em homens quando comparado ao das mulheres.
MOSSORÓ
De acordo com o Censo 2022, Mossoró registrava o total de 584 domicílios particulares permanentes não ocupados, sendo 562 vagos e outros 22 de uso ocasional. O percentual da estrutura residencial permanente degradada ou inacabada no município era de 1,89% dos mais de 30 mil tipos de domicílio.
Mais de 8 mil potiguares residiam em domicílios coletivos, apontou Censo 2022
O Censo 2022 trouxe uma análise inédita sobre a população que vive em instituições e estabelecimentos, classificados como domicílios coletivos. Os dados revelam características como idade, sexo e nível de escolaridade dos moradores desses locais. Domicílios coletivos são definidos na operação censitária como uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se encontravam, na data de referência, era regida por normas de subordinação administrativa.
De acordo com o IBGE, foi recenseada uma população de 837 mil pessoas residindo em domicílios coletivos, representando 0,4% da população total. No Rio Grande do Norte, 8.478 pessoas residiam em domicílios coletivos, equivalente a 0,4% da população. Em todos os cenários, o percentual de homens que residiam em domicílios coletivos é superior ao de mulheres. No RN, esse percentual foi de 0,4% contra 0,1%, respectivamente.
No Brasil, considerando o total, o tipo de domicílio coletivo a registrar o maior número de moradores em 2022 foi a categoria “Penitenciária, centro de detenção e similar”, onde residiam 479 mil pessoas, correspondendo a 57,2% do total de moradores de domicílios coletivos e a 0,2% do total da população brasileira.
Na sequência, aparece o tipo “Asilo ou outra instituição de longa permanência para idosos”, com 161 mil pessoas, representando 19,2% dos moradores de domicílios coletivos e 0,1% da população brasileira. Fazendo uma comparação por sexo, para os três principais tipos de estabelecimentos coletivos, observa-se que no Rio Grande do Norte, das pessoas que residiam em domicílios coletivos no estado, 4.966 homens se encontravam em penitenciária, centro de detenção e similar, o que equivale a 58,5% dos moradores em estabelecimento coletivo, enquanto 235 (2,7%) eram mulheres.
Não houve diferença quando o domicílio era do tipo hotel ou pensão, mas nos asilos ou outra instituição de longa permanência para idosos (AILP), o percentual das mulheres (9,7%) foi superior ao dos homens (6,2%).
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Título: RN ocupou a 6ª na Região Nordeste da população em estabelecimentos penitenciários
Legenda: Em relação à população em instituição de longa permanência para idosos, o RN ficou na 5ª posição na região
Para a população em estabelecimentos penitenciários, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacou que o Rio Grande do Norte ocupou a 19ª colocação nacional e a 6ª posição na Região Nordeste com 5.201 pessoas. Em relação à população em asilos ou outra instituição de longa permanência para idosos, com 1.355 pessoas residindo neste tipo de estabelecimento, o estado potiguar ocupou a 14ª posição no Brasil e a 5ª na região.
No Brasil, em penitenciárias, 96,0% eram homens. No Rio Grande do Norte, 95,5% (4.966) eram do sexo masculino e 4,5% (235) eram mulheres. Na maior parte dos estados, segundo o Censo 2022, a população de mulheres vivendo asilos ou outra instituição de longa permanência para idosos (AILP) era maior do que a de homens. No Rio Grande do Norte, do total de pessoas vivendo em domicílios coletivos, 15,9% (1.355) estavam em AILP, sendo que mulheres representavam 9,7% (824) e os homens 6,2% (531).
Enquanto nas penitenciárias e similares as idades mais prevalentes eram de 25-29 anos (16,8%) e de 30 a 29 anos (21,2%); entre os moradores em AILP, predominavam aqueles com idade de 60 a 69 anos (2,32%) e 70 a 79 anos (5,1%); por sua vez, nos hotéis e pensões não houve predominância de grupos etários.
No Rio Grande do Norte, a maior taxa de analfabetismo foi observada em homens nos AILP (36,3%), na sequência as mulheres em penitenciárias e similares (15,4%) e homens moradores de hotel ou pensão (6,3%).
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