Por Edinaldo Moreno - Jornal de Fato
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da Pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM) mostrando o valor da produção agrícola do Rio Grande do Norte em lavouras temporárias e permanentes, com destaque para a quantidade de toneladas das principais lavouras do estado. Em 1º lugar no ranking nacional, o RN produziu 7 vezes mais melão que a Bahia e 9 vezes mais do que o Ceará.
Entre as principais lavouras no estado, destacam-se o melão, a cana-de–açúcar e a banana (cacho) que são responsáveis por 23,5%, 20,1% e 11,0% do valor total de produção do estado, respectivamente. O levantamento apontou que em 2023 o Rio Grande do Norte produziu mais de 600 mil toneladas de melão. A produção da Bahia chegou a 85.341 toneladas, enquanto que a produção do Ceará foi de 65.887 toneladas.
A pesquisa destaca ainda que o estado potiguar manteve o crescimento da produção ao longo desse período, comparativamente a 2022, o salto da produção foi de 36,7%, equivalente a 162,5 mil toneladas. Cana-de-açúcar e banana apresentaram aumento em toneladas em 2023 quando comparado a 2022, mas o percentual de participação no valor da produção reduziu de 25,8% para 20,1 e de 16,5% para 11,0%, respectivamente.
Em 2023 registrou-se aumento no valor de produção do melão que cresceu em torno de 5 pontos percentuais (de 18,7% para 23,5%) em relação ao ano de 2022. Esse desempenho da produção de melão mantém, há mais de dez anos, o Rio Grande do Norte na liderança nacional, com o maior valor de produção da cultura.
Além do melão, em 2023, o Rio Grande do Norte também se destacou nacionalmente nas produções de mamão (3º lugar) com mais de 138 mil toneladas, abacaxi (6º lugar) com mais de 65.230 frutos por hectare, castanha de caju (2º lugar) com mais de 32 mil toneladas, melancia (5º) com mais de 147 mil toneladas e batata-doce (5º lugar) com mais de 66 mil toneladas produzidas.
Já o milho, apesar de ser a segunda cultura que mais utiliza área plantada no estado (66,4 mil hectares), ou seja, quase 18,6% de toda área plantada do RN, representa apenas 1,07% do valor da produção e ocupou a 14ª posição neste indicador em 2023. A castanha de caju, produto tradicional no estado, ocupou 58,3 mil hectares em área plantada, gerou mais 131,3 milhões, que representou apenas o 8º maior rendimento do total, equivalente a 3,75%.
LAVOURAS
De acordo com os dados da Pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgada pelo IBGE, para o ano de 2023, o valor da produção agrícola no Rio Grande do Norte em lavouras temporárias foi de R$ 2,3 bilhões e em lavouras permanentes de R$ 1,1 bilhão. Esses valores representam um crescimento de 20,6% e 26,3% em relação ao ano de 2022, respectivamente.
Em conjunto, para o ano do estudo, as duas lavouras representaram um rendimento total de R$ 3,5 bilhões, com incremento de R$ 640 milhões ou de 22,4% em relação ao período anterior. A área plantada em temporárias no RN foi de 264 mil hectares, com alta de 12,3%, ou 28,9 mil hectares a mais do que em 2022. Enquanto para lavouras permanentes, a área plantada foi 91 mil hectares, um aumento de 9,7 mil hectares (11,8%) em relação ao ano anterior.
A área colhida total foi de 325 mil hectares e representou uma redução de 9,7% em relação à área plantada de 356 mil hectares. Nacionalmente, o Rio Grande do Norte ocupa a 20ª posição em quantidade de áreas plantadas e colhidas e na Região Nordeste, figura na 8ª posição.
A Produção Municipal Agrícola tem como objetivo fornecer informações estatísticas sobre quantidade produzida, área plantada e colhida, rendimento médio e valor da produção agrícola. O inquérito é anual e atinge todo o território nacional, com informações para o Brasil, Regiões Geográficas, Unidades da Federação, Mesorregiões Geográficas, Microrregiões Geográficas e Municípios.
Culturas permanentes são aquelas que possuem um longo ciclo vegetativo, que permitem colheitas sucessivas, sem necessidade de novo plantio e as culturas temporárias são aquelas de curta ou média duração – geralmente inferior a um ano – em que após a colheita faz-se necessário iniciar um novo plantio.
Mossoró, Baraúna e Alto do Rodrigues são os com maior valor de produção
A Pesquisa da Produção Agrícola Municipal revelou ainda que o conjunto dos dez municípios com maior produção em R$ representam 60,9% do valor da produção agrícola municipal do estado, equivalente a R$ 2,1 bilhões.
Os municípios de Mossoró (R$ 413 milhões), Baraúna (R$ 353 milhões) e Alto do Rodrigues (R$ 271 milhões) são os três com maior valor da produção e juntos somam mais de R$ 1,0 bilhão, ou 29,7% do valor da produção potiguar.
A área plantada e colhida desses municípios não são as maiores do estado, mas devido ao volume e ao valor dos respectivos produtos, são os que apresentam o maior valor da produção.
COMPARATIVO DA PRODUÇÃO DE MELÃO DOS CINCO MAIORES PRODUTORES NACIONAIS (em toneladas) - 2023
RIO GRANDE DO NORTE – 604.566
BAHIA – 85.341
CEARÁ – 65.887
PERNAMBUCO – 53.722
PIAUÍ – 30.999
PERCENTUAL DO VALOR DE PRODUÇÃO DAS PRINCIPAIS CULTURAS AGRÍCOLAS DO RN NO TOTAL DO VALOR PRODUZIDO PELO ESTADO (2023)
MELÃO – 23,5%
CANA-DE-AÇÚCAR – 20,14%
BANANA (Cacho) – 11,09%
MAMÃO – 7,94%
MANDIOCA – 7,01%
ABACAXI – 5,81%
CASTANHA DE CAJU – 3,75%
BATATA-DOCE – 3,73%
MARACUJÁ – 3,72%
MELANCIA – 3,52%
MANGA – 3,52%
FEIJÃO (em grão) – 1,89%
COCO DA BAÍA – 1,6%
MILHO (em grão) – 1,07%
Fonte: IBGE
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