Por Edinaldo Moreno - Jornal de Fato
O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian mostra que a Região Nordeste registrou em julho o total de 1.120.886 empresas inadimplentes. O Rio Grande do Norte, no período, verificou mais de 70 mil CNPJs no vermelho, o que levou ao estado um dos números mais baixos entre as unidades federativas na região.
A inadimplência atingiu 73.324 empresas no sétimo mês do ano no RN. A proporção de empresas inadimplentes no território potiguar foi de 28,2%, a quarta menor registrada no Nordeste. A menor taxa foi registrada em Piauí (23,5%). Os outros estados com menor índice são Paraíba (24,6%) e Ceará (25,8%).
Para o economista da datatech, Luiz Rabi, a interrupção na queda das taxas de juros, que vinha se mantendo estável, pode contribuir para a permanência da alta inadimplência, principalmente para as dívidas de longo prazo. “Empresas com esse tipo de endividamento enfrentam riscos maiores e o aumento das taxas de juros pode resultar em pagamentos mais altos, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas dívidas pode levar à insolvência. Além disso, a valorização do dólar adiciona uma pressão extra, pois os importadores de insumos ou produtos são diretamente impactados. O fortalecimento do dólar encarece essas importações, reduzindo as margens de lucro e prejudicando a liquidez necessária para cumprir com as obrigações financeiras”, comenta Luiz Rabi.
CENÁRIO NACIONAL
Em julho, a negativação dos negócios continuou estável no país, com 6,9 milhões de CNPJs no vermelho, de acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil. Esse total representa 30,8% das companhias existentes no Brasil, revelando uma queda de 0.4 ponto percentual em relação ao dado de junho.
Alagoas foi a Unidade Federativa (UF) com o maior número de CNPJs no vermelho, totalizando 83.152 registros, o que corresponde a 42,4% das empresas existentes no local. Em segundo lugar ficou Maranhão (40,0%), seguido por Roraima (38,0%), Amapá (37,4%) e Distrito Federal (37,1%).
O setor de “Serviços” representou a maior parte das empresas com compromissos negativados (55,9%). Em sequência estava o “Comércio” (35,6%), seguido pelas “Indústrias” (7,3%), “Primário” (0,8%) e a categoria “Outros” (0,3%), que engloba o segmento Financeiro e o Terceiro Setor. Em relação ao setor das dívidas, a categoria “Outros” representou a maior parte delas (28,9%) seguida por “Serviços” (28,8%).
Ainda sobre julho deste ano, cada CPNJ inadimplente registrou, em média, 7 dívidas. Quando somadas, as mais de 6,9 milhões de dívidas registradas chegaram a totalizar cerca de R$ R$ 147,1 bilhões.
Micro e pequenas empresas representam maior parte da inadimplência
Dentre as mais de 6,9 milhões de companhias negativadas, 6,5 são micro e pequenos negócios. Considerando apenas as empresas desses portes, existiam mais de 45,2 milhões de dívidas e a soma desses débitos totalizava R$ 126,4 bilhões.
“Os empreendimentos de portes menores são, naturalmente, mais impactados pelas dificuldades financeiras, já que possuem menor fôlego no fluxo de caixa e pouca reserva emergencial”, explica Rabi.
O Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas contempla a quantidade de empresas brasileiras que estão em situação de inadimplência, ou seja, possuem pelo menos um compromisso vencido e não pago, apurado no último dia do mês de referência. O Indicador é segmentado por UF, porte e setor.
EMPRESAS INADIMPLENTES – REGIÃO NORDESTE
BAHIA – 318.446
PERNAMBUCO – 202.220
CEARÁ – 161.931
MARANHÃO – 121.346
ALAGOAS – 83.152
RIO GRANDE DO NORTE – 73.324
PARAÍBA – 69.317
SERGIPE – 45.873
PIAUÍ – 45.277
PROPORÇÃO DE EMPRESAS INADIMPLENTES – REGIÃO NORDESTE
ALAGOAS – 42,4%
MARANHÃO – 40,0%
PERNAMBUCO – 32,9%
SERGIPE – 32,3%
BAHIA – 29,5%
RIO GRANDE DO NORTE – 28,2%
CEARÁ – 25,8%
PARAÍBA – 24,6%
PIAUÍ – 23,5%
Fonte: Serasa Experian
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