Sexta-Feira, 22 de novembro de 2024

Postado às 13h15 | 02 Out 2024 | redação Canto do Amaro se destaca como o maior produtor de petróleo onshore do Brasil

Crédito da foto: Ilustrativa Produção de petróleo no Rio Grande do Norte

Por Edinaldo Moreno - Jornal de Fato

O Rio Grande do Norte registrou no segundo trimestre de 2024 um crescimento de 4% na produção de petróleo, totalizando três milhões de barris. Um dos destaques do “Boletim de Petróleo e Gás Natural e Arrecadação de Royalties – Segundo Semestre”, divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), nesta terça-feira (1º) foi a constatação de que o campo de Canto do Amaro, localizado na Bacia Potiguar, consolidou-se como o maior produtor de petróleo onshore do Brasil, durante o segundo trimestre de 2024, o que reforça a importância estratégica da região para a indústria petrolífera nacional.

De acordo com o levantamento, o Campo do Amaro contribuiu com 8,18% da produção nacional no período, produzindo 602 mil barris, destacando-se como o campo de maior produção. Na sequência aparece Salina Cristal, com 237 mil barris. Quanto à produção de gás natural, Lorena liderou com 22.505 mil metros cúbicos, seguido por Boa Esperança, com 13.168 mil metros cúbicos.

A produção onshore total trimestral de petróleo e gás natural em 2024 foi de 2,74 milhões de barris e 98.213 Mm3, respectivamente. O volume de petróleo extraído aumentou em 119 mil barris, representando um crescimento de 4,13%. Já a produção de gás natural teve um incremento de 16.132 Mm3, resultando em uma alta de 17,51%. Em relação à produção diária, foram registrados 30.164 bbl/dia de petróleo e 1.078 Mm3 /dia de gás natural. A produção de gás natural teve um aumento mais expressivo, alcançando 26% de crescimento, com um adicional de 20.477 mil metros cúbicos.

Em 2023, a produção apresentou uma trajetória estável com ligeiras variações e um crescimento moderado. Começando com 31.141 mil barris por dia (bbl/dia) em janeiro, chegou a 32.812 bbl/dia em junho. Em contrapartida, 2024 foi marcado por maior volatilidade, com a produção iniciando em um patamar superior, de 34.413 bbl/dia em janeiro, mas apresentando grandes oscilações nos meses seguintes, até alcançar 32.054 bbl/dia em junho. Apesar dessa instabilidade, os números de 2024, em geral, superaram os de 2023.

No ano anterior, a produção oscilou de maneira mais evidente, partindo de 957 mil metros cúbicos por dia (Mm3/dia) em janeiro e crescendo de forma gradual até atingir 1.068 Mm3/dia em junho. No entanto, ocorreram alguns declínios, como em fevereiro (932 Mm3/ dia) e abril (971 Mm3/dia). Nos últimos meses de 2024, a produção demonstrou um comportamento mais estável, mantendo-se consistentemente acima de 1.100 Mm3/dia. Em janeiro, foi registrado um nível de 1.182 Mm3/dia, seguido de um leve aumento até maio, quando alcançou 1.230 Mm3/dia, antes de uma pequena redução em junho, chegando a 1.139 Mm3/dia.

EMPRESAS

A Brava Energia (resultado da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta) manteve sua liderança como a principal produtora de petróleo no Rio Grande do Norte, com uma participação de 65,39% na produção. Em seguida, a Potiguar E&P S.A. detém 33,05%. Juntas, essas duas empresas são responsáveis por quase toda a produção de petróleo do estado, totalizando 98,44%. As demais empresas possuem uma participação combinada de apenas 1,56%.

A Brava Energia também consolidou sua posição como principal produtora de petróleo offshore no estado, responsável por mais de 93% da produção total no segundo trimestre de 2024, com 2,64 mil barris por dia. Em contraste, a Petrobras, com seus 202 barris por dia, detém uma participação muito menor no mercado offshore, que tem sido dominado pela Brava desde que a empresa iniciou suas operações na região em 2019.

O campo de Macau, o mais produtivo da Bacia Potiguar, concentrou cerca de 93% da produção de petróleo offshore do Rio Grande do Norte. Essa concentração demonstra a importância estratégica desse campo para a produção de petróleo no estado. Já no setor de gás natural, o campo Pescada liderou o ranking, respondendo por quase 76% da produção total, consolidando sua posição como principal fonte de gás natural na região.

 

Felipe Guerra assume liderança no repasse de royalties no segundo trimestre de 2024

O “Boletim de Petróleo e Gás Natural e Arrecadação de Royalties – Segundo Semestre” apontou que no segundo trimestre de 2024, 98 dos 167 municípios potiguares receberam repasses de royalties do petróleo e gás, totalizando R$ 61.725.388,68. Diferentemente do primeiro trimestre, Felipe Guerra assumiu a liderança nos repasses, com um montante de R$ 7.364.011,046, representando um crescimento de 207,8% em relação ao mesmo período de 2023. Esse aumento significativo coloca Felipe Guerra em destaque entre os municípios beneficiados pelos royalties.

Na lista divulgada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), Mossoró aparece como o terceiro município no repasse de royalties, com o total de R$ 4.989.183,53. A cidade de Assú foi a segunda do estado a receber mais royalties no período, com R$ 5.374.424,88. Fecham o top 5 Tibau (R$ 4.853.527,62) e Areia Branca (R$ 3.797.282,43).

Ainda de acordo com o levantamento, os repasses de royalties no segundo trimestre de 2024 apresentaram um crescimento de 14,39% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionados principalmente pelo aumento da produção de petróleo e gás na Bacia Potiguar. No entanto, a análise mensal revela uma variação nos valores repassados: enquanto o trimestre como um todo apresentou crescimento, o mês de maio registrou uma queda de 3,23% em comparação a maio de 2023.

A distribuição de royalties ao Rio Grande do Norte apresentou uma queda de 12,87% no primeiro semestre de 2024, totalizando R$ 3,06 milhões a menos em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar dessa retração geral, os meses de março, abril e junho registraram crescimentos de 2,94%, 7,30% e 10,32%, respectivamente, em relação aos mesmos meses do ano anterior, demonstrando uma certa oscilação nos repasses ao longo do semestre.

 

OS 15 MAIORES CAMPOS EM TERRA COM MAIOR PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL

CANTO DO AMARO

Produção de petróleo (bbl): 601.975

Produção de gás natural (Mm³): 2.700

SALINA CRISTAL

Produção de petróleo (bbl): 237.223

Produção de gás natural (Mm³): 6.378

SABIÁ BICO DE OSSO

Produção de petróleo (bbl): 145.248

Produção de gás natural (Mm³): 9.360

LORENA

Produção de petróleo (bbl): 124.228

Produção de gás natural (Mm³): 22.505

RIACHO DA FORQUILHA

Produção de petróleo (bbl): 107.317

Produção de gás natural (Mm³): 7.587

FAZENDA POCINHO

Produção de petróleo (bbl): 94.991

Produção de gás natural (Mm³): 1.283

BOA ESPERANÇA

Produção de petróleo (bbl): 79.485

Produção de gás natural (Mm³): 13.168

BREJINHO RN

Produção de petróleo (bbl): 77.495

Produção de gás natural (Mm³): 6.225

MONTE ALEGRE

Produção de petróleo (bbl): 61.060

Produção de gás natural (Mm³): 936

LIVRAMENTO

Produção de petróleo (bbl): 60.094

Produção de gás natural (Mm³): 5.497

SABIÁ

Produção de petróleo (bbl): 44.990

Produção de gás natural (Mm³): 1.739

LESTE DO POÇO XAVIER

Produção de petróleo (bbl): 42.566

Produção de gás natural (Mm³): 2.085

CACHOERINHA

Produção de petróleo (bbl): 20.374

Produção de gás natural (Mm³): 3.272

SANHAÇÚ

Produção de petróleo (bbl): 11.079

Produção de gás natural (Mm³): 10.307

UPANEMA

Produção de petróleo (bbl): 9.113

Produção de gás natural (Mm³): 1.254

TOTAL

Produção de petróleo (bbl): 1.717.239

Produção de gás natural (Mm³): 94.296

Fonte: ANP (Agosto, 2024)

 

OS 20 MUNICÍPIOS DO RN QUE MAIS RECEBERAM ROYALTIES

Felipe Guerra: R$ 7.364.011,46

Assú: R$ 5.374.424,88

Mossoró: R$ 4.989.183,53

Tibau: R$ 4.853.527,62

Areia Branca: R$ 3.797.282,43

Governador Dix-Sept Rosado: R$ 2.899.982,39

Apodi: R$ 2.551.667,67

Caraúbas: R$ 2.409.468,99

Upanema: R$ 2.399.343,10

Macau: R$ 2.299.798,22

Carnaubais: R$ 2.131.077,67

Ielmo Marinho: R$ 1.965.676,05

Porto de Mangue: R$ 1.905.596,90

João Câmara: R$ 1.844.021,86

Jandaíra: R$ 1.831.737,86

Galinhos: R$ 1.825.575,65

Pedro Velho: R$ 1.819.360,11

Afonso Bezerra: R$ 1.777.452,89

Grossos: R$ 1.625.898,31

Serra do Mel: R$ 1.458.577,26

Fonte: ANP (Agosto, 2024)

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