Por Edinaldo Moreno - Jornal de Fato
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (25) mais informações do “Censo Demográfico 2022: Composição domiciliar e óbitos informados: Resultados do universo”. De acordo com a pesquisa, morreram mais homens do que mulheres no Rio Grande do Norte entre janeiro de 2019 e julho de 2022.
O Censo 2022 mostrou que, no período citado, ocorreram 67.542 óbitos no estado. A maioria de mortes registradas no território potiguar foi de homens. Do total registrado, 37.222 mortes foram do sexo masculino, o que representa 55,1%. Em relação a mulheres, o número foi de 30.320 ou 44,9%.
O IBGE explica que é importante destacar que esses dados refletem variações regionais similares da mortalidade aos dados do Registro Civil, inclusive a distribuição de óbitos por sexo. Contudo, a fonte da informação é baseada na resposta dos moradores aos recenseadores sobre as mortes ocorridas de membros dos domicílios nos últimos sete semestres anteriores à data de referência do Censo 2022, ou seja, entre a zero hora de 1º de janeiro de 2019 e a meia-noite de 31 de julho de 2022.
Os três primeiros municípios com o maior número de óbitos foram Natal, Mossoró e Parnamirim. A capital potiguar lidera com 16.150 óbitos, sendo 53,1% de homens (8.579) e 46,9% de mulheres (7.571). Em segundo lugar, Mossoró registrou 5.318 óbitos, com uma predominância de 56,1% de homens (2.986) sobre 43,9% de mulheres (2.332). Parnamirim aparece em terceiro, com 3.851 óbitos, dos quais 54,8% foram homens (2.112) e 45,2% mulheres (1.739). Em todos os municípios destacados, o número de óbitos foi maior entre os homens, refletindo uma tendência presente nos dados do estado.
No Brasil, foram registrados 3.961.989 óbitos entre janeiro de 2019 e julho de 2022, sendo 55,7% de homens (2.206.198) e 44,3% de mulheres (1.755.789). Na região Nordeste, o total de óbitos foi de 1.074.251, com uma proporção similar: 55,9% dos óbitos referem-se a homens (600.851) e 44,1% a mulheres (473.400).
O Censo Demográfico é uma das principais fontes de referência sobre as condições de vida da população em todos os municípios brasileiros e suas subdivisões territoriais. Nesta divulgação, são apresentados os resultados referentes a dois temas principais: a composição domiciliar, que se baseia na relação de parentesco ou convivência entre os moradores e o responsável pelo domicílio, e informações sobre a ocorrência de óbitos entre residentes de um mesmo domicílio.
FAIXA ETÁRIA
Os dados apresentados indicaram que o número de óbitos entre homens foi superior em praticamente todas as faixas etárias. Isso se evidencia de forma mais marcante nas idades entre 15 e 29 anos, faixa em que a razão de óbitos masculinos foi mais de quatro vezes superior à feminina.
Essa diferença provavelmente se deve ao maior número de mortes por causas externas, como acidentes e violência, que afetam desproporcionalmente os homens nesse grupo etário. Por exemplo, na faixa de 15 a 19 anos, a razão foi de 4,5, com 1,22 óbitos de homens para 0,27 de mulheres. De 20 a 24 anos, essa razão subiu para 4,6, com 1,85 óbitos masculinos contra 0,4 femininos.
Entretanto, essa tendência é invertida a partir dos 80 anos, quando a mortalidade feminina começa a superar a masculina. Na faixa de 85 a 89 anos, a razão é de 0,9, indicando mais óbitos entre mulheres (4,95) do que entre homens (4,26).
Essa mudança ocorreu porque, demograficamente, provavelmente havia menos homens sobreviventes, devido à mortalidade masculina precoce. Por exemplo, entre pessoas com 100 anos ou mais, a razão foi de 0,5, com 0,45 óbitos de homens para 0,9 de mulheres.
15 municípios potiguares registraram mais óbitos de mulheres que de homens
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacou ainda que essa tendência de óbitos entre os sexos é diferente em 15 municípios potiguares, nos quais o percentual de óbitos entre mulheres supera o de homens.
Em Cruzeta, 56,3% dos óbitos foram de mulheres; Lagoa Salgada registrou 55,4% de óbitos femininos; e em Lajes Pintadas, as mulheres representaram 55,2% dos óbitos.
Esses municípios destacam uma inversão na tendência geral observada no estado, em que o número de óbitos entre homens costuma ser maior.
Média de moradores por domicílio particular no RN foi de 2,88
O Censo Demográfico 2022 mostra que, no Brasil, a média de moradores por domicílio particular foi de 2,79, sem variação entre os sexos da pessoa responsável que é a pessoa de 12 anos ou mais, cuja responsabilidade domiciliar é reconhecida pelos demais moradores.
No Rio Grande do Norte, a média geral foi de 2,88, com leve diferença entre homens (2,86) e mulheres (2,90). No Nordeste, essa média foi um pouco maior, com 2,90 moradores, sendo 2,85 quando o responsável do domicílio era homem e 2,95 quando era mulher.
A maior média de moradores por domicílio no estado foi observada entre os responsáveis de 25 a 39 anos, com 3,05 pessoas. As pessoas mais jovens, de 25 a 39 anos, foram as que concentraram domicílios com mais moradores, superando as demais faixas etárias, como aquelas com responsáveis de 40 a 59 anos e 60 anos ou mais.
No ranking dos municípios do Rio Grande do Norte em relação à média de moradores por domicílio em 2022, Galinhos ocupou a primeira posição, com a maior média, registrando 3,36 moradores por domicílio. Em seguida, vieram Pedra Grande (3,30), Rio do Fogo (3,29), Senador Georgino Avelino (3,24) e Canguaretama (3,23), compondo o grupo dos cinco maiores. Por outro lado, entre as menores médias, José da Penha ficou na 163ª posição, com 2,70 moradores por domicílio, seguido por Frutuoso Gomes (2,69), São João do Sabugi (2,64), Ipueira (2,62) e Jardim do Seridó, que apresentou a menor média, com 2,60 moradores por domicílio.
Número e percentual de óbitos de pessoas que haviam residido com moradores dos domicílios particulares, por municípios do RN, ordenados pelo total de óbitos – Censo 2022
NATAL
Total: 16.150
Homens: 8.579 (53,1%)
Mulheres: 7.571 (46,9%)
MOSSORÓ
Total: 5.318
Homens: 2.986 (56,1%)
Mulheres: 2.332 (43,9%)
PARNAMIRIM
Total: 3.851
Homens: 2.112 (54,8%)
Mulheres: 1.739 (45,2%)
SÃO GONÇALO DO AMARANTE
Total: 1.939
Homens: 1.071 (55,2%)
Mulheres: 868 (44,8%)
CAICÓ
Total: 1.459
Homens: 750 (51,4%)
Mulheres: 709 (48,6%)
MACAÍBA
Total: 1.452
Homens: 862 (59,4%)
Mulheres: 590 (40,6%)
CEARÁ-MIRIM
Total: 1.447
Homens: 818 (56,5%)
Mulheres: 629 (43,5%)
ASSÚ
Total: 1.279
Homens: 724 (56,6%)
Mulheres: 555 (43,4%)
CURRAIS NOVOS
Total: 1.000
Homens: 536 (53,6%)
Mulheres: 464 (46,4%)
SÃO JOSÉ DE MIPIBU
Total: 943
Homens: 531 (56,3%)
Mulheres: 412 (43,7%)
Fonte: IBGE (Censo Demográfico)
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