Segunda-Feira, 24 de fevereiro de 2025

Postado às 20h03 | 10 Mai 2017 | Cesar Santos Presidente da Fiern defende aprovação de reforma em encontro

Amaro Sales se reuniu com bancada federal em Brasí­lia

Crédito da foto:

Deputado Rogério Marinho, senador Garibaldi Filho e o presidente da Fiern Amaro Sales

Os presidentes da Federação das Indústrias (FIERN), Amaro Sales de Araújo, da Federação dos Transportes (FETRONOR), Eudo Laranjeiras, da Federação da Agricultura (FAERN), José Vieira, e o vice-presidente da Federação do Comércio (FECOMERCIO), Luiz Lacerda, se reuniram nesta quarta-feira, 10, durante café da manhã na Confederação Nacional da Indústria (CNI), com parlamentares federais do Rio Grande do Norte.

Estiveram presentes os senadores José Agripino e Garibaldi Alves e os deputados Beto Rosado, Walter Alves, Rogério Marinho e Felipe Maia. Na ocasião, foi entregue uma carta assinada por todas as Federações e feita uma explanação sobre a gravidade da situação da Previdência Social.

O presidente da FIERN e do Conselho da Micro e Pequena Empresa (COMPEM-CNI), Amaro Sales, voltou a defender enfaticamente a aprovação das reformas como condição imprescindível para o equilíbrio das contas públicas e, consequentemente, apoiar o Brasil a sair da crise, reanimar a economia e voltar a gerar empregos.

No caso do Rio Grande do Norte, a taxa de desemprego já atinge quase 15%, afetando 225 mil potiguares, aponta o documento entregue aos parlamentares, que também alerta para o monumental déficit do governo federal, que atingiu em 2016, quase R$ 160 bilhões e elevou a dívida pública do país a R$ 4,1 trilhões (66% do PIB nacional).

Segundo a carta, “um dos efeitos nefastos da atual conjuntura é a perda, quase total, da capacidade de investimentos públicos, oxigênio historicamente imprescindível para fazer girar as engrenagens econômicas. Outro efeito deletério observado é o Estado ser obrigado a recorrer ao mercado para captar recursos e fazer frente às suas despesas, vendo-se compelido a manter altas taxas de juros, a exemplo da Selic, taxa básica da economia, que está, atualmente, em 11,25% ao ano”.

Para os dirigentes das classes produtoras, “está muito claro que grande parte desse descompasso entre receitas e despesas do Poder Público tem na Previdência Social sua raiz, tanto na do Regime Geral que envolve apenas o INSS (trabalhadores Urbanos e Rurais), como as dos Regimes Próprios da União (servidores Públicos Civis e militares), e a dos Estados e Municípios”.

De acordo com números expressos na carta, os déficits totais dos regimes previdenciários (Geral e Próprio) somaram em 2016 R$ 316,6 bilhões, valor superior ao estimado para Petrobras (R$ 230 bilhões), a maior empresa brasileira.

Para os dirigentes do setor produtivo do Rio Grande do Norte, é urgente a necessidade de se rever todo o sistema previdenciário. “Além do risco de completa falência, a demora em resolver o problema fará o Brasil simplesmente não conseguir sair da crise econômica em que está, mesmo com todos os esforços despendidos em outras áreas”.
    
As entidades encerram a nota reafirmando o apelo à bancada federal potiguar para que se posicionem favoravelmente à Reforma da Previdência em curso no Congresso Nacional. “A bem do interesse coletivo, este é o desejo de todos nós”, finaliza o documento.

De acordo com o deputado Rogério Marinho (PSDB), a idade mínima de 65 anos para se aposentar é uma realidade em todo o mundo. “Um dos principais déficits que tem afetado investimentos que são importantes é justamente o previdenciário. Há um desequilíbrio histórico desse sistema, com diferenças entre categorias”, disse. “O Brasil precisa fazer o seu dever de casa para sinalizar para o mercado interno e aos investidores externos que temos um país organizado, em que é possível fazer um planejamento, com suas contas públicas em ordem e com a capacidade de prever o seu presente com perspectiva de futuro.”

Já a reforma previdenciária, na visão de Felipe Maia, permitirá acabar com os gargalos no sistema que fechou com um déficit de aproximadamente R$ 150 bilhões, em 2016, e com uma estimativa de saldo negativo de quase R$ 190 bilhões, em 2017. “Com o envelhecimento da população, esse quadro se agravará, com um consumo desses recursos ainda maior, reduzindo os investimentos em outras frentes como educação, saúde e segurança”, ressaltou Maia.

O diretor-executivo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio-RN), Jaime Faria, demonstrou aos parlamentares as consequências de não se aprovar a Reforma Previdenciária com urgência. “Não conseguiremos aposentar os jovens porque os déficits são explosivos e se deterioram em uma velocidade grande”, explicou. “No Brasil, que tem a metade de idosos dos Estados Unidos, gasta-se o dobro do percentual do PIB gasto pelos americanos com previdência.”
 

Tags:

voltar