FABIANO SOUZA - JORNAL DE FATO
Campo Grande ou Augusto Severo? Este domingo, 7, dia de eleições gerais em todo o Brasil, para os moradores de um município do Rio Grande do Norte será especial. Além de votar nos representantes políticos, os moradores da cidade de Campo Grande ou Augusto Severo, como é conhecido o município do Oeste potiguar, vão escolher o nome do município. O plebiscito foi aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para ocorrer junto com a eleição de hoje. Por isso, quando entrarem na cabina de votação, os eleitores decidirão se preferem Campo Grande ou Augusto Severo para denominar o município oestano.
O plebiscito visa acabar de vez com a duplicidade do nome do município, tendo em vista que na esfera estadual, a cidade é conhecida como Campo Grande, mas para os órgãos federais, está registrada oficialmente como Augusto Severo, o que provoca problemas à administração municipal e dificulta o recebimento de recursos da União.
Requisitado pelo Tribunal Regional Eleitoral do RN (TRE-RN), o plebiscito foi aprovado pelo órgão federal. Assim, no dia 7 de outubro - primeiro turno das eleições deste ano -, a população terá uma tela a mais para escolher o nome da cidade.
Desde que o plebiscito foi confirmado pelo TSE em julho deste ano, foi dado o início de processo de formação das duas frentes populares, com a participação de membros do Legislativo municipal em ambas.
Mesmo com o desinteresse de grande parte da população, os grupos que trabalham na campanha estiveram realizando orientação para atrair eleitores até o dia de ontem (6).
De acordo com o TRE-RN, quando o eleitor for votar, a pergunta que aparecerá na urna será: "Você é a favor da alteração do nome do município de Augusto Severo para Campo Grande?". A população poderá votar nas alternativas sim, não ou branco. O voto será obrigatório para maiores de 18 anos, sendo facultativo apenas para analfabetos, maiores de 70 anos e adolescentes entre 16 e 18 anos.
O que mais preocupa a população é o tempo de duração do voto.
A reportagem do JORNAL DE FATO conversou com a chefe do Cartório Eleitoral do município, Diana Pedrosa. Ela disse que tem sido feito um intenso trabalho de orientação dos eleitores e também dos mesários para agilizar o processo de votação.
“Sabemos que devido o número de candidatos e, também, o plebiscito, o eleitor vai demorar mais para concluir seu voto. Diante disso, ao longo do período de campanha realizamos uma audiência pública, participamos de programa de rádio e procuramos, de todas as formas, informar o eleitor como ele deve proceder. Além disso, estamos trabalhando com os mesários para que a votação possa ser tranquila, mesmo sabendo das dificuldades que devemos enfrentar”, disse Diana Pedrosa.
Chefe de cartório eleitoral diz que votação deve ser demorada
A chefe do Cartório Eleitoral, Diana Pedrosa, disse ainda que durante a realização da audiência publica na Câmara Municipal de Campo Grande no mês de setembro, um bom número de pessoas esteve presente para discutir o plebiscito que acontece hoje. A audiência contou com a presença de vereadores, representantes do TRE-RN, representantes da Prefeitura, diretores de escolas.
Segundo ela, a audiência pública foi dividida em três momentos: processo político, histórico e eleitoral, com mediações do vereador Vagner Souza, dos historiadores Tiago Gondim e Agnaldo Gondim e do escritor José Régis de Melo.
Durante o momento histórico, os mediadores fizeram uma viagem temporal na formação político-administrativa da cidade, ressaltando a influência que o nome Campo Grande tem na formação da identidade cultural do povo.
Diana Pedrosa voltou a afirmar a importância da votação. Ela disse que durante o processo de votação do plebiscito, a pergunta que será feita na última tela da urna eletrônica é a importância da população escolher entre os nomes Augusto Severo e Campo Grande. “É importante que o eleitor esteja atento ao processo para evitar demora na votação”, disse.
Ela faz alerta para que os eleitores não utilizem camisa com nome de candidatos ou sobre plebiscito.
Para Vagner Souza, o debate sobre o plebiscito se tornou mais amplo, com o acesso através da rádio comunitária.
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