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Postado às 08h15 | 19 Dez 2019 | Redação Rio Grande do Norte tem quarta maior sindicalização do Brasil

Crédito da foto: Sindprevs RN possuía 204 mil pessoas associadas a sindicatos até 2018, segundo dados do IBGE

O Rio Grande do Norte tem o quarto maior percentual de trabalhadores sindicalizados do Brasil, 15,5%. Isso significa que 204 mil pessoas ocupadas estavam associadas a sindicatos em 2018. Esse é um dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua - características adicionais do mercado de trabalho, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre as unidades da federação, o Piauí lidera com 23,2% de pessoas ocupadas associadas a sindicatos. Em seguida, os trabalhadores maranhenses aparecem com 18,2% de sindicalização. O Rio Grande do Sul tem o terceiro maior percentual, 15,8%.

A média de sindicalização no Nordeste era de 15% em 2017, o que representava 3,1 milhões de trabalhadores. Em 2017, 14% estavam associados a sindicatos, o que representava 2,9 milhões de pessoas ocupadas. O estado potiguar é a única unidade da federação onde não houve variação percentual de trabalhadores sindicalizados entre 2017 e 2018.      

No Brasil, houve uma redução de 1,9% de trabalhadores associados a sindicatos. Em 2017, os sindicalizados eram 14,4% dos ocupados. Em 2018, esse percentual baixou para 12,5%, o menor da série histórica iniciada em 2012.

Depois de atingir menor resultado na série histórica iniciada em 2012, o número de pessoas cooperadas dobrou no Rio Grande do Norte. O estado teve o terceiro maior crescimento do Brasil, 2,7%.

Em 2017, 2,5% das pessoas ocupadas como empregadoras ou por conta própria estavam ligadas a cooperativas. Em 2018, esse percentual aumentou para 5,2%. Em números absolutos, o estado potiguar saiu de 10 mil pessoas cooperadas, em 2017, para 20 mil cooperados em 2018.

Somente Roraima (3,7%) e Rondônia (3%) tiveram um crescimento percentual maior que o Rio Grande do Norte.

Já o percentual de pessoas trabalhando em domicílios cresceu em todas as regiões entre 2017 e 2018. No Brasil, 5,2% das pessoas ocupadas trabalhavam em domicílios de residência em 2018.

A região Nordeste possui 6,3% das pessoas ocupadas trabalhando em domicílios. Entre as grandes regiões do Brasil, esse é o maior percentual. Isso significa pouco mais de 1,04 milhão de pessoas ocupadas. Nas demais, o percentual de pessoas ocupadas em domicílios é: Norte (5,7%); Sudeste (5,33), Centro-oeste (5,1) e Sul (3,1%).

No Rio Grande do Norte, 73 mil pessoas trabalhavam no domicílio de residência em 2018. Isso equivale a 7,4% das pessoas ocupadas no estado.

Sindicalização atinge a menor taxa no Brasil em 2018

Já com relação à adesão do trabalhador brasileiro a sindicatos profissionais, atingiu seu menor nível em 2018.

Feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o levantamento do IBGE, mostrou que apenas 12,5% dos trabalhadores estavam sindicalizados em 2018. Essa foi a menor taxa de sindicalização na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Segundo o IBGE, em 2012 a taxa de sindicalização era de 16,1%. Ela se manteve estável em 2013, mas iniciou trajetória de queda a partir de 2014, que foi acentuada em 2016 por conta da maior retração na ocupação do mercado de trabalho.

De acordo com a gerente da pesquisa, Adriana Beringuy, a queda na sindicalização entre 2014 e 2017 esteve fortemente associada à crise no mercado de trabalho, devido ao aumento do desemprego. Mas o mesmo fator não pode ser apontado em 2018, segundo ela, uma vez que não houve queda na ocupação.

Antes, a queda mais intensa de sindicalizados, em números absolutos, havia ocorrido na passagem de 2015 para 2016, quando o contingente diminuiu em um milhão de trabalhadores.

Até 2017, era obrigatória a contribuição sindical no país – uma vez por ano, todos os trabalhadores formais eram obrigados a pagar o equivalente a um dia de salário para o sindicato da categoria, fossem sindicalizados ou não. Com a reforma trabalhista aprovada naquele ano, tal obrigatoriedade foi derrubada.

“A gente não sabe até que ponto as mudanças legislativas contribuíram para a redução desses sindicalizados. Como esse fenômeno da não obrigatoriedade da contribuição sindical é algo recente, não temos elementos suficientes para tentar mensurar os impactos dessa mudança. O que a gente tem de elemento mais analítico é o comportamento do mercado de trabalho”, disse a pesquisadora.

A queda no desemprego iniciada em 2018, apontou a gerente da pesquisa, foi puxada pelo aumento do trabalho por conta própria e pelo emprego no setor privado sem carteira assinada, ou seja, pela informalidade. “Essas categorias de ocupação, tradicionalmente, têm menos mobilização sindical”, enfatizou.

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