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Postado às 09h45 | 23 Mar 2020 | Redação Com 90% de cancelamentos em março, hotelaria deve fechar as portas em abril

Crédito da foto: Canindé Soares A taxa de cancelamento das reservas em março atingiu o percentual de 90%

A Associação Brasileira da Indústria de Hoteis do Rio Grande do Norte (ABIH-RN) estima já para o mês de abril o fechamento de quase todos, senão todos os hotéis no estado. Segundo a entidade, alguns já fecharam as portas tanto em Natal quanto em Pipa.

De acordo com a ABIH-RN, a taxa de cancelamento das reservas em março atingiu o percentual de 90%. O levantamento foi realizado pelo órgão junto aos seus associados.

“O setor do turismo foi bastante impactado, a princípio alguns hotéis estão fechando por 30 dia, mas a tendência é de que todos paralisem suas atividades simplesmente porque não vai ter hóspedes, e, com isso vem as incertezas do futuro que nos espera para os próximos meses, por causa do Covid-19”, afirmou José Odécio, presidente da ABIH-RN.

A hotelaria emprega no Rio Grande do Norte mais de 50 mil trabalhadores diretos, e mais de 200 mil indiretos. O prejuízo até agora é de quase 400 milhões de reais, e vai crescer ainda mais, com iminência de perda de milhares de empregos.

“O setor de turismo, especialmente a hotelaria, já está sofrendo bastante com essa crise, tendo em vista que não estão vindo turistas, e, portanto, os hotéis tendem a colapsar. É evidente que essa situação é gravíssima e há um risco enorme de perda de empregos, o que nos preocupa bastante. Só aqui em Natal, da hotelaria, são mais de 45 mil funcionários, e para que isso não ocorra esperamos que haja medidas dos governos para ajudar o setor a passar por essa crise, que é, de longe, a mais grave crise já enfrentada pelo setor”, comentou José Odécio.

O setor de turismo aguarda com otimismo as medidas que o Governo Federal deve anunciar entre esta segunda e terça-feira para a hotelaria, bares e restaurantes, de longe, os mais atingidos. Outras medidas precisam ser tomadas pelos governos do estado do RN e pela prefeitura do Natal, especialmente no que tange ao ICMS da energia, gás e água, além da suspensão de cobrança do Simples Estadual, e o ISS e IPTU, estes de competência municipal.

“Numa crise com essas proporções, caso as autoridades das três esferas de poder, aí incluídos o Estado do RN e o Município de Natal, não tomem providências para assegurar os empregos, a catástrofe estará instalada. É preciso manter os empregos e as empresas, e cada um tem de contribuir para atenuar essa grave crise – governos federal, estadual e municipal, sob pena da crise colapsar toda a economia por muito mais tempo”, ressaltou José Odécio.

“Cobrar tributos de empresas à beira da falência não vai resolver a crise, vai agravá-la, e é isso que estamos tentando evitar e acredito que, tanto a governadora Fátima Bezerra quanto o prefeito Álvaro Dias, têm sensibilidade suficiente para compreender o que estamos sugerindo. O que pretendemos é manter as empresas e os empregos para quando a crise passar, possamos, mesmo com muitas perdas, retomar nossas atividades e ajudar a economia voltar a crescer”, destacou o presidente da ABIH-RN.

Nesta segunda-feira a ABIH-RN encaminhará à governadora Fátima Bezerra e ao prefeito Álvaro Dias as medidas mitigadoras que o setor de Turismo espera que sejam tomadas, visando minimizar os graves efeitos dessa crise.

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