Por Amina Costa - Repórter do JORNAL DE FATO
Apenas 3% de toda a água do planeta é doce e menos de 1% de toda a água que existe é apropriada para consumo humano. O Brasil possui 14% de toda essa água doce existente no planeta, sendo 73% desse volume localizado na Bacia Amazônica. Por este motivo, fica nítida a necessidade de discussão sobre a manutenção deste recurso tão necessário. Nesta segunda-feira, 22, é comemorado o Dia Mundial da Água, data que faz relembrar a importância deste recurso, que é essencial para a existência de todos os seres vivos.
Essa data foi criada em 1992, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e visa à ampliação da discussão sobre esse tema. Por ser uma discussão de extrema importância, a reportagem do JORNAL DE FATO buscou mais informações sobre a forma como este recurso vem sendo gerido, no estado, junto à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) e à Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN).
A assessoria de comunicação da SEMARH informou que, em todo o Nordeste existem menos 5% da reserva hídrica do país e que alguns estados, como o Rio Grande do Norte, convivem com constantes ameaças destes recursos hídricos. Com a previsão da Organização das Nações Unidas (ONU) de que, em 30 anos, a demanda por água no mundo aumentará em 50%, o estado do Rio Grande do Norte busca investir em segurança hídrica, para garantir a durabilidade deste recurso.
“Este é um grande e urgente desafio. Por isso, ações de gestão para transformação da segurança hídrica precisam ser intensas e contínuas. Por esse motivo, o Governo do estado do Rio Grande do Norte vem investindo em segurança hídrica como uma de suas prioridades, considerando a diversidade e pluralidade de relações que os norte-rio-grandenses têm com água”, informa a assessoria da Semarh.
A Secretaria informou que, para dotar o estado com infraestrutura hídrica para conviver com estiagem e incrementar as atividades econômicas necessárias para a população semiárida, a governadora Fátima Bezerra deu andamento e iniciou algumas obras estratégicas para o Rio Grande do Norte. Estas obras beneficiam milhões de potiguares, em todas as regiões do estado.
Entre os projetos e obras está o Complexo de Oiticica que vai beneficiar 800 mil pessoas em 43 municípios do RN. “O governo de Fátima Bezerra encontrou as obras de Nova Barra com 43% de execução e hoje está com o percentual de 84,53% encaminhados, somado às obras físicas da parede do reservatório que já estão 89,9% executadas”, informa a Semarh.
“O Governo do Estado elaborou os estudos e o projeto para a construção de um sistema adutor na região do Seridó, que interligará grandes reservatórios por meio de sete adutoras e 300 km de extensão. Além disso, investiu e investe em recuperação de barragens, desenvolve um programa permanente de recuperação e implantação de dessalinizadores e cisternas em comunidades rurais de difícil acesso”, informa a Semarh.
Esgotos são a principal fonte poluidora dos recursos hídricos
A Companhia de Águas e Esgotos do RN (CAERN) informa que a principal fonte poluidora dos recursos hídricos, não apenas no Rio Grande do Norte, mas em todo mundo, são os esgotos. De acordo com a estatal, dados do SNIS 2019 apontam que a cobertura de esgotamento sanitário no Estado é de 23,50%. Esse dado tente a aumentar a partir deste ano.
“No Estado, a Caern ampliará o serviço de esgotamento da cidade de Parnamirim, saindo dos atuais 4% para 100% da parte central do município, o que totaliza cerca de 70% da cidade. As áreas de expansão Cajupiranga, Nova Esperança e Coophab, não estão englobadas nestas obras, mas já possuem projetos de esgotamento sanitário em finalização, para posterior captação de recursos para serem saneadas. A previsão é que seja concluído até o fim de 2021”, informa a companhia.
A Caern informa ainda que a cidade de Assú será beneficiada com as obras, que terão início no mês de abril. “A cidade de Assú sai de 0% para 42%. Em junho de 2021 será São José do Mipibu que passa de 1,35% para ter uma cobertura de 90% na área urbana. Em Macaíba, também segue em andamento com previsão de conclusão no fim de 2021”, informa.
A companhia informa que, apesar das frequentes discussões sobre a importância de preservar os recursos hídricos, ainda encontra dificuldades com o trabalho de educação ambiental. Para tornar este trabalho o mais exitoso possível, a Caern firmou parcerias com o Idema, com as Instituições federais de ensino e com a Agência Nacional de Águas e Saneamento, onde ofertam cursos e produzem conteúdos com enfoque na temática socioambiental.
“A nossa linha de atuação é informar e engajar a população em práticas que visem proporcionar a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Para isso, são utilizadas diferentes abordagens e metodologias, bem como a articulação com diversas instituições sociais e governamentais, nas três esferas.
Mesmo durante a pandemia, a Educação Ambiental tem se reinventado realizando ações on-line (live instagram, webinar, redes sociais, dentre outros). Tem fortalecido ainda a transmissão de conteúdo via whatsapp. Além de cursos para formação de multiplicadores.
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