Por Fabiano Souza - Repórter do JORNAL DE FATO
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Estado (Idema) confirmou que já recolheu cerca de 50 toneladas de lixo que chegaram às praias de sete municípios do Rio Grande do Norte, nos últimos dias.
O número foi atualizado em relatório publicado na noite de segunda-feira (10), com novos dados repassados pelos municípios atingidos pela grande quantidade de lixo. Ao todo, foram 49,6 toneladas recolhidas em 22 praias e rios localizados em sete municípios potiguares.
O material começou a chegar às praias potiguares no dia 20 de abril e também atingiu praias da Paraíba. Somente em João Pessoa, foram mais de 40 toneladas.
O relatório também aponta hipóteses para a origem do lixo, como descarte, proposital ou não, feito por empresas e embarcações, além de carreamento do material para o mar pela chuva e alagamentos.
A última ocorrência registrada foi em Natal, no dia 29 de abril, quando servidores municipais encontraram lixo na Via Costeira. Desde então, segundo o Idema, não foram registrados novos aportes de resíduos sólidos chegando às praias potiguares.
O relatório também ressaltou que três animais foram encontrados mortos na praia de Tabatinga, em Nísia Floresta - três tartarugas e um golfinho - porém a necropsia realizada pelos pesquisadores do Projeto Cetáceos Costa Branca da UERN não identificou relação das mortes com os resíduos que afetaram a costa.
Ainda de acordo com o órgão, a origem do material segue sob investigação da Polícia Federal. O Ibama também abriu investigação sobre o caso.
Entre os materiais coletados, havia adesivo da campanha política de Recife, além de mochila com identificação da rede estadual de Pernambuco e título de eleitor do município da capital pernambucana.
Além desses materiais, foram recolhidos tubo para coleta de sangue, seringas, etiquetas de remédios; sapatos e sandálias, plásticos; copos descartáveis; garrafas pet; garrafas de água; garrafas de iogurte e embalagens de margarinas, entre outros materiais.
Entre as hipóteses levantadas pelos órgãos ambientais, é considerada descartada a possibilidade de o lixo ser de origem internacional, "dada a presença de muitos produtos vendidos no país", segundo o Idema.
Investigação analisa hipóteses sobre origem do lixo
Os investigadores consideram, por exemplo, a possibilidade de o lixo ter vindo de alguma empresa que trabalha com coleta de resíduos, "propositadamente ou não".
Outra hipótese de origem para o material foram chuvas e alagamentos em Pernambuco e outros estados, com possível carreamento de material para rios e mar.
Além disso, é levada em consideração a possibilidade de que uma embarcação tenha realizado "despejo acidental ou não" do material.
O município potiguar mais atingido foi Baía Formosa, que registrou lixo em nove praias e um rio e recolheu mais de 41 toneladas de material.
Municípios atingidos por lixo no RN:
Natal - 1 kg
Ponta Negra
Via Costeira
Parnamirim -
Imediações da Barreira do Inferno
Nísia Floresta - 3,5 toneladas
Camurupim
Barreta
Tabatinga
Búzios
Tibau do Sul - 1,5 tonelada
Praia das Minas
Sibaúma
Cacimbinha
Senador Georgino Avelino - 0,35 tonelada
Praia de Malembar
Canguaretama - 6 toneladas
Barra de Cunhaú - Ponta do Rio
Baía Formosa - 41,25 toneladas
Praia de Pontal
Praia da Cachoeirinha
Praia de Barreirinhas
Praia da Cutia
Praia do Morro Amarelo
Praia Bacupari
Praia de João dos Santos
Praia do Urubu
Praia do Sagi
Rio Guaju
Informações: Idema/G1-RN
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