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Postado às 09h30 | 11 Jun 2021 | Redação Projeto Ekosal trabalha para regularizar salinas artesanais no Rio Grande do Norte

Crédito da foto: Rogério Taygra Salinas artesanais em Grossos ainda resistem à mecanização do setor

Por Fabiano Souza/Repórter do JORNAL DE FATO

O projeto Ekosal desenvolvido a partir da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em parceria com a prefeitura de Grossos, com o objetivo de regularização ambiental da salinas artesanais do município vem ampliando o trabalho de atuação. O projeto conta atualmente com 93 salinas mapeadas de 66 salineiros com interesse no licenciamento ambiental da atividade. A adesão ao projeto é voluntária, e sem custos aos salineiros.

“O salineiro que regularizar a situação das salinas junto aos órgãos ambientais, terão mais oportunidades de conseguir financiamentos junto aos bancos, como também linhas de créditos para investir na expansão da atividade salineira, beneficiando o comércio local” disse a prefeita de Grossos, Cinthia Sonale.

Grossos aparece como único município da região salineira que resiste em manter a produção de sal não mecanizada. O município conta com 173 salinas artesanais distribuídas em seu território, sendo 130 delas na comunidade do Córrego, 29 no Boi Morto, 12 no coqueiros e 2 na comunidade de Areia Alvas.

O projeto Ekosal já realizou dois encontros com os salineiros a fim de apresentar os objetivos do projeto, que trata da regularização da atividade no município, que é único onde a extração do sal artesanal é encontrada no Rio Grande do Norte.

Uma equipe da UFERSA já esteve no município e realizou visita técnica às salinas artesanais, oportunidade em que foram feitos o mapeamento das salinas por meio de GPS RTK (equipamento de medição de alta pressão) e com auxílio de VANTS (drones).

A participação da Prefeitura é de suma importância para o sucesso do projeto, pois além de mobilizar, pode agilizar a documentação técnica, que seja emitida por parte do poder público como, por exemplo, documentos de certidão do solo, alvará de localização, dentre outros.

 

Projeto visa evitar desaparecimento das salinas artesanais

A produção artesanal de sal marinho é uma das atividades mais antigas e tradicionais do Brasil. Desenvolvida desde o período da colonização portuguesa, a salinicultura nacional está concentrada majoritariamente no litoral setentrional do Rio Grande do Norte, resultado da combinação de condições climáticas, geográficas e ambientais dessa região, as quais favorecem a formação de salinas naturais.

Como reflexo dessa vocação, a atividade se modernizou e se tornou parte significativa da economia do litoral do Rio Grande do Norte, também conhecida como “Costa do Sal”, que gera atualmente por uma produção anual superior a 5 milhões de toneladas, o que corresponde a mais de 95% da produção nacional.

Mesmo com toda essa importância histórica, social e econômica, a forma artesanal de produção de sal marinho corre o risco de deixar de existir nas próximas décadas, caso nada seja feito. Incapazes de competir no mercado com as grandes salinas mecanizadas instaladas na região, os salineiros artesanais encontram cada vez menos estímulos para continuar com a atividade. Além das dificuldades econômicas, a atividade sofre ainda com a insegurança jurídica advinda da falta de licenciamento ambiental das unidades produtivas, a qual pode, inclusive, provocar seu fechamento.

Diante desse cenário e do reconhecimento das dificuldades que os pequenos salineiros artesanais enfrentam para se regularizarem por conta própria, a Ufersa, com apoio da Prefeitura de Grossos e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (Fapern) estão dando suporte para regularização das salinas artesanais.

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