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Postado às 17h30 | 08 Dez 2021 | Redação No setor cultural do RN, diferença entre os rendimentos de trabalhadores pretos ou pardos e brancos é a 2ª maior do país

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O IBGE divulgou hoje (08/12) a Síntese de Informações e Indicadores Culturais 2009-2020, publicação que compila dados e indicadores de pesquisas do Instituto, trazendo um recorte de inúmeras dimensões do setor cultural do país.

Dentre os temas abordados, a análise trouxe os rendimentos dos trabalhadores do setor cultural no país. Sobre isso, a publicação mostrou que, em 2020, no RN o rendimento das pessoas brancas que atuavam no setor cultural foi de 2.708 reais, ao passo que as pessoas pretas ou pardas receberam 1.492 reais - o que equivale a 55% do valor do rendimento das pessoas brancas. Comparando com os outros estados do país, essa é a segunda maior diferença de rendimentos no setor cultural (1.216 reais), ficando atrás apenas do estado de Pernambuco (diferença de 1.295 reais).

No Rio Grande do Norte, o ano de 2020 foi o primeiro em que foi registrado renda para homens e mulheres acima de 2.000 reais, com os homens dessa vez obtendo um valor um pouco maior (2.075 reais) que o das mulheres (2.056 reais). Ademais, o rendimento médio foi de 2.065 reais, o maior entre os estados do Nordeste neste ano.

A maior diferença em 2020 foi observada em Sergipe, 1.043 reais, sendo: 1.866 reais para homens e 823 para mulheres. Apesar de ter ficado 

acima da média de rendimentos do Nordeste (1.401 reais), o RN ainda se encontra abaixo da média nacional (2.478).

De 2019 para 2020, Governo do RN aumenta em mais de 130% o gasto com cultura

 

A despesa com cultura do governo do RN em 2019 foi cerca de 22 milhões de reais, e em 2020 aumentou para um valor próximo de 51 milhões. Trata-se de um incremento de cerca de 132%. Este aumento também foi observado nos demais estados do Brasil.

No que se refere às despesas com cultura das famílias nos anos de 2017-2018, o gasto no RN foi em média de 248 reais por mês, superando a média registrada para a região Nordeste (188 reais). Isso garantiu ao estado potiguar a segunda colocação do Norte/Nordeste nesse quesito, atrás apenas do Amapá (256 reais). O Piauí o último colocado em gastos familiares com cultura (127 reais) no Brasil. A primeira colocação nacional foi o DF (629 reais).

Diminui o número de unidades culturais no RN

 

Os estados do Nordeste tiveram uma diminuição do número de unidades locais (organizações, empresas, filiais) do ramo cultural quando comparado o ano de 2009 com o de 2019.

No  Rio Grande do Norte, a redução foi de 60 estabelecimentos (0,8%), saindo de 3.042 unidades em 2009, para 2.982 em 2019. Apesar dessa queda não ter sido tão acentuada, a diminuição fez com que o RN figurasse entre os cinco últimos estados em termos de participação das unidades locais no total do país.

Conforme dados do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), em 2009 o RN respondia por 5,6% dos estabelecimentos culturais do Brasil, percentual que caiu para 4,8% em 2019.

Mídias audiovisuais e interativas são atividades que geram maior valor no setor cultural potiguar

 

Sobre a produção econômica do setor cultural no RN, o IBGE analisou o valor adicionado das diferentes atividades que o compõem. As atividades culturais periféricas, que consistem em equipamentos e materiais de apoio às atividades culturais principais, que são as que possuem relação mais estreita com o âmbito cultural, aumentaram o valor injetado na economia de 75 milhões (2009) para 106 milhões (2019), o que rendeu maior valor entre as atividades do setor no território potiguar.

Em relação às atividades culturais centrais, as relacionadas a mídias audiovisuais e interativas foi outra categoria que se destacou pelo incremento de seu valor, saindo de 25 milhões (2009) para 81 milhões (2019). Já a categoria “livros e imprensa” em 2009 contava com valor adicionado de 20 milhões e em 2019 seu valor chegou a 33 milhões.

Captação de recursos para projetos culturais é o menor desde 2009

Em 2020, o RN registrou o segundo pior valor em recursos captados para financiar projetos culturais desde 2009 (1,14 milhão). Entre 2009 e 2013, houve aumento de valor captado a cada ano. No panorama atual, é perceptível que o valor para o financiamento de atividades culturais foi caindo a partir de 2013, quando o estado obteve 8,8 milhões. Na comparação  com os demais estados do Nordeste, o RN superou apenas o Piauí (1,03 milhão).

No que diz respeito ao número de projetos captados pelo RN no programa de incentivo à cultura, entre os anos de 2009 até 2020 o estado conseguiu financiamento para um total de 103 empreendimentos. Essa quantidade é a terceira menor do Nordeste, ficando à frente de Alagoas (36), Sergipe (56) e Maranhão (82) durante esse período. O ano de 2020 foi o segundo menor (6 projetos) em projetos aprovados pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura ,instituído pela Lei Rouanet,  para o estado.

Entre os estados do Nordeste, RN possui a segunda maior proporção de pessoas atuando no setor cultural

81 mil pessoas de 14 anos ou mais estão trabalhando no setor cultural do RN, o que se traduz em 6,05% do total de ocupados no estado em 2020, ficando ligeiramente abaixo do estado do Ceará, que teve 6,12%. No estado, a faixa etária predominante é a de pessoas entre 30 a 49 anos (48,5%), em seguida 14 a 29 anos (37,2%), 50 anos ou mais em último (14,3%).

Desde 2019, o setor cultural registra proporcionalmente mais ocupações formais do que se comparado com os todos os outros setores econômicos juntos, atingindo em 2020 o máximo de formalidade (58,2%). O nível mais alto de informalidade foi de 65,1%, registrado em 2018. No RN, a população das pessoas pretas e pardas, considerando dados desde 2014, sempre com índices de ocupação superiores do que as pessoas brancas acima de 14 anos no setor cultural.

O RN vem registrando nos últimos anos aumento na participação de mulheres no setor cultural desde 2017. Naquele ano, 44,2% dos ocupados no setor cultural eram do sexo feminino. Em 2020, esse percentual foi de 51,3%. Comportamento que é seguido por outros quatro estados do nordeste: Bahia, Sergipe, Alagoas e Ceará.

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