Sábado, 23 de novembro de 2024

Postado às 10h00 | 25 Jun 2023 | Tropas do grupo paramilitar Wagner liberam cidades russas de Voronej e Lipetsk

Crédito da foto: Reprodução Integrantes do grupo Wagner dirigem um tanque de guerra em rua

Por AFP — Moscou / O Globo

Os combatentes do grupo paramilitar russo Wagner se retiraram neste domingo das cidades de Voronej e Lipetsk, na fronteira com a Ucrânia, um dia depois que seu líder, Yevgueni Prigojin, decidiu por fim a uma rebelião que pretendia avançar até Moscou, informaram autoridades locais. A decisão foi anunciada após negociações mediadas pela Bielorrússia para encerrar o motim em curso desde a noite de sexta-feira.

"As unidades do grupo paramilitar Wagner estão finalizando sua retirada do território da região de Voronej", escreveu no Telegram o governador local, Alexander Gusev, que assegurou que tudo aconteceu "sem incidentes".

Horas depois, autoridades locais também anunciaram que a cidade de Lipetsk, a 400 km de Moscou, havia sido liberada.

"As unidades de Wagner, que foram destacadas no sábado na região de Lipetsk, deixaram o território", afirmou o serviço de imprensa das autoridades regionais no Telegram.

Os homens de Wagner ocuparam Rostov, no sudoeste do país, na noite de sábado, onde assumiram o controle do Quartel-General, centro nevrálgico das operações russas na Ucrânia, após negociações entre Prigojin e o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko. Pelo acordo, o Kremlin garantiria a segurança dos integrantes do grupo paramilitar, desde que os comboios rumo a Moscou deixassem as três regiões russas onde estavam presentes: Rostov, Voronej e Lipetsk.

Todas as restrições nas estradas da região de Rostov, impostas após a tentativa de rebelião, que durou 24 horas, eram esperadas no domingo, anunciou o serviço local do Ministério de Situações de Emergência da Rússia.

— A circulação foi restabelecida — declarou o seu porta-voz, citado pela agência estatal RIA Novosti.

A Rússia instaurou, no sábado, um "regime de operação antiterrorista" na região de Moscou — que continua em vigor. Em pronunciamento pela TV, o presidente russo, Vladimir Putin, qualificou a rebelião como uma "punhalada pelas costas" e acusou o líder dos mercenários, Yevgeny Prigojin, de ter "traído" a Rússia por sua "ambição desmedida".

Na véspera, a rixa entre o governo da Rússia e o líder do grupo de mercenários ganhou grandes proporções. Prigojin acusou o Exército russo de bombardear suas bases próximas à linha de frente com a Ucrânia e convocou uma "rebelião armada" contra o comando militar nacional em resposta, levando autoridades no país a investigá-lo, por consequência.

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