Segunda-Feira, 23 de dezembro de 2024

Postado às 09h30 | 27 Mar 2024 | redação Refém do grupo terrorista Hamas por 2 meses relata violência sexual

Crédito da foto: Alexandre Meneghini/Reuters Amit Soussana em 29 de janeiro de 2024

Por g1

Uma israelense que foi mantida refém pelo grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza durante 54 dias descreveu a violência sexual a que foi submetida durante o tempo de sequestro.

Amit Soussana, de 40 anos, deu uma entrevista ao “New York Times” para contar os crimes sofridos por ela. Foi a primeira vez que uma vítima contou em primeira pessoa os crimes sexuais que membros do Hamas cometeram contra as pessoas sequestradas em Israel e levadas para a Faixa de Gaza.

Amit foi levada no dia 7 de outubro de 2023 do kibutz Kfar Aza. Ela morava sozinha no lugar e, depois de ouvir as sirenes que alertavam que havia um ataque, escutou o barulho de tiros. Ela chegou a se esconder no quarto dela, que tinha segurança reforçada, mas os terroristas explodiram a porta e a sequestraram.

Naquele dia, homens do Hamas atacaram o território de Israel, mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram centenas de israelenses que foram levados para a Faixa de Gaza. Israel respondeu declarando guerra ao grupo terrorista.

Amit só foi libertada no dia 30 de novembro.

Ela disse ao "New York Times" que, em um dos locais para que foi levada na Faixa de Gaza, ficava presa em um quarto de crianças, acorrentada pelo tornozelo. Às vezes o homem que a vigiava entrava no quarto, levantava a blusa dela e a tocava. Ele perguntou várias vezes quando a menstruação dela iria acabar. Ela disse que fingiu que ainda estava menstruada durante uma semana após o fim.

Amit relatou que, por volta do dia 24 de outubro, o homem que a vigiava a levou a um banheiro para que ela se lavasse. Nesse momento, ele ficou na porta, segurando uma arma. Depois que ela tomou banho, ele a apalpou e a agrediu.

O homem colocou uma arma na testa dela e a levou a um quarto de criança. Nesse cômodo, com uma arma apontada para ela, ele a forçou a se relacionar sexualmente com ele, disse Amit.

Segundo o “New York Times”, o relato dela é consistente com a descrição que ela fez a dois médicos e um assistente social pouco depois de sua libertação.

Os relatórios que os profissionais da saúde fizeram descrevem a natureza do ato sexual, mas o jornal optou por não revelar detalhes.

Amit ficou sequestrada em mais de cinco lugares. Ela esteve em casas de pessoas, em um escritório e em um túnel.

Medo de não ser libertada

No fim de novembro, 106 reféns foram libertados. Amit foi gravada pelo Hamas pouco antes, e ela contou que fingiu ter sido bem tratada enquanto era refém porque tinha medo de não ser libertada.

Segundo o jornal, agora Amit resolveu falar porque ela quer que as pessoas saibam em quais condições estão os reféns que ainda estão sob controle do Hamas na Faixa de Gaza (estima-se que são mais de cem).

Crimes contra reféns

Pelo menos três reféns libertados já falaram publicamente sobre abuso sexual cometidos contra terceiros.

No dia 5 de março, especialistas da ONU afirmaram em um relatório que há motivos razoáveis para acreditar que os terroristas do Hamas cometeram violência sexual, inclusive estupro e estupro coletivo, em diversos locais, no ataque do dia 7 de outubro contra o território israelense.

A equipe de especialistas foi liderada pela advogada Pramila Patten. Ela visitou Israel entre 29 de janeiro e 14 de fevereiro para coletar relatos e verificar informações sobre violência sexual ligada aos ataques do Hamas em 7 de outubro.

Patten e sua equipe consideraram que está claro que uma parte dos reféns que foram levados para a Faixa de Gaza foram vítimas de violência sexual.

O Hamas negou acusações de que seus membros cometeram violência sexual durante o ataque do 7 de outubro ou posteriormente, com os reféns que sequestrou naquele dia.

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