Por Felippe Coaglio, Luisa Belchior, TV Globo, g1
Israel disse que a resposta ao ataque com mísseis do Irã será uma ofensiva "precisa e dolorosa" durante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira (2).
O conselho, o principal braço da ONU para tratar de conflitos e guerras, se reuniu nesta quarta-feira (2) para debater justamente a escalada de tensões no Oriente Médio. Israel e Irã participaram da reunião como convidados.
"Será uma resposta precisa e dolorosa. Vamos nos defender com força e justiça de acordo com leis internacionais", disse o embaixador a jornalistas antes de seu discurso. Na terça-feira, Israel prometeu um "ataque surpresa" ao Irã como retaliação, mas não havia informado se seria uma ofensiva ampla ou precisa.
Durante seu discurso, ele reafirmou que Israel atacará novamente e disse que "as consequências que o Irã enfrentará serão maior que qualquer uma já imaginada".
"O momento de empatia passou", afirmou.
Já o embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, disse que o ataque com mísseis a Israel de terça-feira (1º) foi uma "ação de proporcional autodefesa" e, por isso, não violou qualquer princípio da ONU sobre guerras.
Iravani disse ainda que a única forma de terminar com o conflito no Oriente Médio e evitar uma guerra generalizada é que Israel interrompa os ataques e a incursão por terra no Líbano.
O Conselho de Segurança se reúne também no mesmo dia em que o governo israelense declaraou o secretário-geral da ONU, António Guterres, "persona non grata" e o proibiu de entrar no país.
Guterres abriu a sessão — não é comum que o secretário-geral da ONU participe do Conselho de Segurança, mas fontes da ONU afirmaram à TV Globo que ele já havia pedido para participar da reunião antes da reprimenda de Israel a ele.
No discurso, o secretário-geral não falou sobre o caso, mas disse condenar "fortemente" o ataque do Irã com mísseis ao território israelense. Mais cedo, o chanceler israelense disse ter proibido a entrada de Guterres no país justamente por ele não ter condenado a ofensiva iraniana.
Ele pediu que "a soberania do Líbano seja respeitada", sem citar Israel — o Exército israelense invadiu o território libanês na segunda-feira (30) e começou uma incursão por terra no país contra o Hezbollah.
O Líbano também foi convidado para a reunião do Conselho de Segurança. Em seu discurso, o embaixador do Líbano na ONU acusou Israel de mentir sobre as características da invasão de Israel ao Líbano e chamou a ofensiva de "agressão barbárie".
"Eles dizem que o objetivo são alvos do Hezbollah. Mas há muitos civis mortos", disse. "Crianças no sul de Beirute estão dormindo nas ruas. Isso não pode mais ser tolerado".
Mahmud pediu ajuda à ONU com fundos para a recuperação do país após os bombardeios de Israel.
Já a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, reiterou a ameaça feita por Washington ao Irã na terça-feira (1º), de que um ataque a Israel teria "sérias consequências".
Soldados mortos
Também nesta terça, as Forças Armadas de Israel anunciaram que oito soldados morreram durante embates com membros do Hezbollah no sul do Líbano.
As mortes foram as primeiras de militares israelenses desde que Israel invadiu o Líbano por terra, na semana passada, como parte da escalada de conflitos entre as forças israelenses e o grupo extremista.
O Exército de Israel, não informou como o soldado morreu, mas, na terça-feira (1º), disse que militares israelenses haviam travado o primeiro combate direto com membros do Hezbollah desde o início da guerra na Faixa de Gaza — o Hezbollah, apesar de atuar no Líbano, apoia o Hamas, baseado em Gaza.
Em um comunicado, o Hezbollah afirmou que a morte do soldado israelense foi causada por uma emboscada que pegou os militares de surpresa em um vilarejo do Líbano.
Na terça-feira (1º), militares de Israel e membros do Hezbollah travaram o primeiro combate direto desde o início da guerra na Faixa de Gaza, segundo o porta-voz do Exército israelense para o mundo árabe.
O porta-voz falou de "combates intensos" nos vilarejos por onde soldados israelenses iniciaram a incursão por terra ao Líbano.
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Por Felippe Coaglio, Luisa Belchior, TV Globo, g1
02/10/2024 11h01 Atualizado há 46 minutos
Conselho de Segurança da ONU — Foto: Reprodução
Israel disse que a resposta ao ataque com mísseis do Irã será uma ofensiva "precisa e dolorosa" durante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira (2).
O conselho, o principal braço da ONU para tratar de conflitos e guerras, se reuniu nesta quarta-feira (2) para debater justamente a escalada de tensões no Oriente Médio. Israel e Irã participaram da reunião como convidados.
"Será uma resposta precisa e dolorosa. Vamos nos defender com força e justiça de acordo com leis internacionais", disse o embaixador a jornalistas antes de seu discurso. Na terça-feira, Israel prometeu um "ataque surpresa" ao Irã como retaliação, mas não havia informado se seria uma ofensiva ampla ou precisa.
Durante seu discurso, ele reafirmou que Israel atacará novamente e disse que "as consequências que o Irã enfrentará serão maior que qualquer uma já imaginada".
"O momento de empatia passou", afirmou.
Já o embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, disse que o ataque com mísseis a Israel de terça-feira (1º) foi uma "ação de proporcional autodefesa" e, por isso, não violou qualquer princípio da ONU sobre guerras.
Iravani disse ainda que a única forma de terminar com o conflito no Oriente Médio e evitar uma guerra generalizada é que Israel interrompa os ataques e a incursão por terra no Líbano.
O Conselho de Segurança se reúne também no mesmo dia em que o governo israelense declaraou o secretário-geral da ONU, António Guterres, "persona non grata" e o proibiu de entrar no país.
Guterres abriu a sessão — não é comum que o secretário-geral da ONU participe do Conselho de Segurança, mas fontes da ONU afirmaram à TV Globo que ele já havia pedido para participar da reunião antes da reprimenda de Israel a ele.
No discurso, o secretário-geral não falou sobre o caso, mas disse condenar "fortemente" o ataque do Irã com mísseis ao território israelense. Mais cedo, o chanceler israelense disse ter proibido a entrada de Guterres no país justamente por ele não ter condenado a ofensiva iraniana.
Ele pediu que "a soberania do Líbano seja respeitada", sem citar Israel — o Exército israelense invadiu o território libanês na segunda-feira (30) e começou uma incursão por terra no país contra o Hezbollah.
O Líbano também foi convidado para a reunião do Conselho de Segurança. Em seu discurso, o embaixador do Líbano na ONU acusou Israel de mentir sobre as características da invasão de Israel ao Líbano e chamou a ofensiva de "agressão barbárie".
"Eles dizem que o objetivo são alvos do Hezbollah. Mas há muitos civis mortos", disse. "Crianças no sul de Beirute estão dormindo nas ruas. Isso não pode mais ser tolerado".
Mahmud pediu ajuda à ONU com fundos para a recuperação do país após os bombardeios de Israel.
Já a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, reiterou a ameaça feita por Washington ao Irã na terça-feira (1º), de que um ataque a Israel teria "sérias consequências".
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'Chuva de mísseis' é vista nos céus de países Oriente Médio em ataque do Irã contra Israel
Também nesta terça, as Forças Armadas de Israel anunciaram que oito soldados morreram durante embates com membros do Hezbollah no sul do Líbano.
As mortes foram as primeiras de militares israelenses desde que Israel invadiu o Líbano por terra, na semana passada, como parte da escalada de conflitos entre as forças israelenses e o grupo extremista.
O Exército de Israel, não informou como o soldado morreu, mas, na terça-feira (1º), disse que militares israelenses haviam travado o primeiro combate direto com membros do Hezbollah desde o início da guerra na Faixa de Gaza — o Hezbollah, apesar de atuar no Líbano, apoia o Hamas, baseado em Gaza.
Em um comunicado, o Hezbollah afirmou que a morte do soldado israelense foi causada por uma emboscada que pegou os militares de surpresa em um vilarejo do Líbano.
Na terça-feira (1º), militares de Israel e membros do Hezbollah travaram o primeiro combate direto desde o início da guerra na Faixa de Gaza, segundo o porta-voz do Exército israelense para o mundo árabe.
O porta-voz falou de "combates intensos" nos vilarejos por onde soldados israelenses iniciaram a incursão por terra ao Líbano.
Persona non grata
Israel declarou nesta quarta-feira (2) o secretário-geral da ONU, António Guterres, como "persona non grata" e disse que ele está proibido de entrar no país.
A decisão, inédita na guerra no Oriente Médio, é um protesto pelo fato de a ONU não ter condenado "de forma inequívoca" o ataque com mísseis lançado pelo Irã ao território israelense na terça-feira (1º).
"Qualquer um que seja incapaz de condenar de maneira inequívoca o ataque hediondo do Irã contra Israel não merece pisar em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel, que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos", declarou o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, em um comunicado.
Na terça (1º), após o ataque do Irã, o secretário-geral da ONU condençou "a ampliação do conflito no Oriente Médio, escalada após escalada", mas não se referiu diretamente ao lançamento de mísseis por Teerã.
Na diplomacia, a classificação de alguém como "persona non grata" significa que essa pessoa — geralmente um chefe de governo ou um diplomata — não é bem-vinda em um país. A "persona non grata" não é necessariamente proibida de entrar no país.
No caso de Guterres, no entanto, sua entrada em Israel também foi banida, ainda de acordo com o chanceler israelense.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi declarado persona non grata por Israel em fevereiro. Na ocasião, o governo israelense retaliou após Lula comparar os bombardeios na Faixa de Gaza ao Holocausto, quando milhões de judeus foram exterminados pelo regime nazista de Adolf Hitler.
A ONU ainda não havia se manifestado sobre a classificação de Israel a Guterres até a última atualização desta reportagem.
Resposta a ataque
Israel está planejando uma resposta ao ataque lançado pelo Irã contra o território israelense. Segundo as autoridades, a resposta irá comprovar as capacidades de "surpresa" e "precisão" de Israel.
O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta quarta-feira (2) para discutir a crise no Oriente Médio.
Nesta quarta (2), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, declarou que a ação militar contra Israel está concluída, salvo em caso de retaliação. Ele disse também que o ato foi um exercício do direito de autodefesa do Irã.
Na terça-feira (1º), o Irã disparou cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel. Projéteis cruzaram os céus de cidades importantes, como Tel Aviv e Jerusalém. Boa parte do ataque foi interceptada pelos sistemas de defesa de Israel.
Após o ataque, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a ação iraniana como um "grande erro" e afirmou que o Irã irá "pagar" pelo ataque.
Vários países, como Estados Unidos, Reino Unido e França, condenaram o ataque do Irã contra Israel. A comunidade internacional voltou a pedir por uma desescalada no conflito no Oriente Médio.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã apelou ao Conselho de Segurança da ONU para que tome "ações significativas" para evitar ameaças contra a paz e a segurança regionais. A reunião do órgão está marcada para as 11h, pelo horário de Brasília.
Em contrapartida, o governo do Irã garantiu que qualquer contra-ataque de Israel resultaria em uma resposta "subsequente e esmagadora", além de uma "grande destruição" para infraestruturas israelenses.
Troca de ataques
Irã atacou diretamente Israel pela primeira vez em abril deste ano. À época, o país lançou mísseis e drones contra o território israelense em resposta a um bombardeio que atingiu a embaixada do Irã em Damasco, na Síria.
Dias depois, como resposta, bombardeios atingiram uma região do Irã com instalações nucleares. Embora Israel não tenha assumido a autoria, autoridades americanas confirmaram que a ação era uma resposta israelense.
Nesta terça-feira, o Irã voltou a atacar Israel. Uma operação do tipo contra o território israelense era aguardada desde o fim de julho, quando Ismail Haniyeh, então chefe do Hamas, foi assassinado na capital do Irã, Teerã.
O Irã responsabilizou Israel pela morte de Haniyeh e disse que a operação representava uma violação da soberania do país.
Nos últimos dias, o Irã voltou a prometer uma resposta à Israel pelas mortes de Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista Hezbollah, e Abbas Nilforoushan, membro da cúpula da Guarda Revolucionária do Irã. Ambos foram mortos em bombardeios israelenses em Beirute, no Líbano.
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