Sexta-Feira, 25 de abril de 2025

Postado às 16h30 | 25 Abr 2025 | redação Pobres, imigrantes e trans prestarão última homenagem ao papa Francisco

Crédito da foto: Reprpodução Altar da Basílica de Santa Maria Maggiore, no centro de Roma, onde o Papa Francisco será enterrado

Da Redação do Jornal de Fato

Um grupo de pobres, necessitados, imigrantes, trans e seis presos estará presente nos degraus que levam à Basílica papal de Santa Maria Maggiore para prestar a última homenagem ao Papa Francisco antes da sepultura do caixão neste sábado, 26. Eles receberão o caixão de Francisco em frente à basílica.

A delegação será composta por socorristas e migrantes que foram refugiados, torturados e escaparam de campos de concentração na Líbia, segundo a Mediterranea, ONG que se encontrou diversas vezes com o papa. Os seis presos encontraram o pontífice na prisão de Rebibbia por ocasião da abertura da Porta Santa.

O comunicado da Santa Sé reforça que “os pobres ocupam um lugar privilegiado no coração de Deus” e de Francisco. Foi exatamente por isso — e por um conselho de um cardeal brasileiro — que ele escolheu esse nome para o papado. No conclave de 2013, após o então novo papa atingir o número necessário para ser eleito, Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo, aproximou-se, deu-lhe um beijo e disse: “Nunca se esqueça dos pobres”.

“Foi ali que escolhi o nome que teria como papa: Francisco”, contou o pontífice em seu livro, ressaltando que foi uma homenagem a São Francisco de Assis, conhecido por ter exercido sua vida religiosa na simplicidade e se dedicando aos pobres.

O funeral acontecerá às 10h, no horário local (5h de Brasília), com forte esquema de segurança.

Francisco pediu para ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, sendo o primeiro em cerca de 100 anos a ser sepultado fora do Vaticano. No testamento de Francisco, assinado em 29 de julho de 2022, o pontífice buscou reforçar sua vontade quanto a seu sepultamento.

Ele expressou que gostaria que seus restos mortais fossem colocados na Basílica de Santa Maria Maggiore, num túmulo simples, escavado no solo, sem decoração e apenas com a inscrição “Franciscus”.

Por fim, Francisco deixou a mensagem de que ofereceu “ao Senhor o sofrimento que se fez presente na última parte da minha vida pela paz mundial e pela fraternidade entre os povos”.

“Sempre confiei minha vida e meu ministério sacerdotal e episcopal à Mãe de Nosso Senhor, Santa Maria. Portanto, peço que meus restos mortais descansem aguardando o dia da ressurreição na Basílica Papal de Santa Maria Maggiore”, diz o documento.

 

Funeral deve reunir 200 mil pessoas

O funeral do Papa Francisco deve reunir 200 mil pessoas, segundo autoridades de Roma. A cerimônia acontecerá na Praça de São Pedro, no Vaticano. Depois, haverá um cortejo fúnebre até a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde Francisco será sepultado. Ele será o primeiro pontífice em cerca de 100 anos a ser enterrado fora do Vaticano.

O percurso tem cerca de seis quilômetros. As ruas serão fechadas e não será possível acompanhar o cortejo, mas o público poderá acompanhar atrás de barreiras posicionadas nas ruas. Ainda segundo as autoridades, haverá uma procissão “muito pequena”, com alguns cardeais de carro.

O cortejo fúnebre passará pela Galleria Pasa, cruzará a ponte do Rio Tibre, o Corso Vittorio e a Piazza Venezia. Em seguida, irá para os Fóruns Imperiais, subirá a Via Labicana e entrará na Via Merulana para chegar a Santa Maria Maggiore, onde ocorrerá o sepultamento, que não será aberto ao público.

 

Homenagens antes do sepultamento

Com o caixão do Papa Francisco fechado, o cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício (integrante mais velho do grupo), iniciará o funeral celebrando a Missa das Exéquias (cerimônia para os católicos falecidos), a partir das 5h (horário de Brasília), 10h (horário local), na Praça de São Pedro.

Os funerais papais anteriores também foram realizados ao ar livre, com milhares de pessoas acompanhando a cerimônia em frente à Basílica. Este será o primeiro dia do Novendiali (novenário), os nove dias de luto e orações em honra ao papa, na Praça de São Pedro, em frente à Basílica de São Pedro, a principal do Vaticano.

Após a cerimônia, que deve contar com a presença de autoridades e líderes mundiais, o caixão será levado de volta para o interior da Basílica de São Pedro e, de lá, seguirá em procissão para a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde a cerimônia de sepultamento será realizada.

Já na capela, Diego Ravelli, mestre das cerimônias apostólicas, fará uma nova oração em latim. Então, selos do Vaticano serão colocados sobre o caixão, que será depositado na tumba, recebendo água benta em seguida.

O notário do Capítulo Libérico lavra a escritura autêntica que certifica o sepultamento e a lê aos presentes. O documento é então assinado pelo cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana, pelo Regente da Casa Pontifícia, pelo Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias e, finalmente, pelo notário.

 

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