Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Postado às 07h15 | 24 Jul 2017 | Redação Volkswagen colaborou ativamente com a ditadura brasileira, diz imprensa alemã

Crédito da foto: Metro Jornal A filial brasileira espionou seus trabalhadores e suas ideias políticas, e os dados acabaram em "lis

Da Agência EFE

A filial brasileira da Volkswagen supostamente colaborou ativamente com a ditadura no Brasil na perseguição de opositores políticos, segundo informaram neste domingo (23) o jornal Süddeutsche Zeitung e as emissoras NDR e SWR. A imprensa alemã detalha que há quase dois anos foi aberta em São Paulo uma investigação sobre a Volkswagen do Brasil para determinar a responsabilidade da empresa na violação dos direitos humanos durante a ditadura de 1964 a 1985.

Em 2016, a empresa nomeou para uma investigação sobre seu passado o historiador Christopher Kopper, que confirmou a existência de "uma colaboração regular" entre o Departamento de Segurança da filial e a polícia política do regime.

Espionagem

"O Departamento de Segurança atuou como um braço da polícia política dentro da fábrica da VW", afirmou Kooper, pesquisador da Universidade de Bielefeld.

"Permitiu as detenções" e pode ser que ao compartilhar informação com a polícia "contribuísse para elas", acrescentou o historiador.

Segundo os meios citados, a filial brasileira espionou seus trabalhadores e suas ideias políticas, e os dados acabaram em "listas negras" em mãos da polícia política. Os afetados lembram como foram torturados durante meses, após terem se unido a grupos opositores.

Galpões

Conforme estabeleceu a Comissão Nacional da Verdade, que examinou as violações dos direitos humanos cometidas pela ditadura brasileira, muitas empresas privadas, nacionais e estrangeiras deram apoio tanto financeiro como operacional ao regime militar.

No caso da Volkswagen, a comissão constatou que alguns galpões que a empresa tinha em uma fábrica de São Bernardo do Campo (SP) foram cedidos aos militares, que os usaram como centros de detenção e tortura.

Além disso, a comissão sustentou que encontrou provas que a empresa alemã doou ao regime militar cerca de 200 veículos, que depois foram usados pelos serviços de repressão.

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