Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
A greve dos professores da rede estadual de ensino foi iniciada no dia 15 de fevereiro e tem feito com que muitos alunos fiquem sem aulas. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC), a greve da categoria afeta 45% das escolas em todo o estado do Rio Grande do Norte.
No entanto, a realidade vista nas escolas de Mossoró e região é bem diferente. De acordo com as informações repassadas por Rômulo Arnauld, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do RN (SINTE/RN) de Mossoró, a grande adesão dos professores em greve fez com que as aulas de 95% das escolas da cidade ficassem suspensas.
“Nós não trabalhamos com escolas paradas, nós trabalhamos com profissionais parados. O fato é que 95% das grandes e médias escolas estão paralisadas. Temos algumas escolas, principalmente ensino fundamental menor, que são pequenas escolas e trabalham com o contingente menor de professores. Essas escolas estão funcionando. Mas, a gente não tem nenhuma dúvida que 80% dos professores de Mossoró e região estão paralisados”, informou o coordenador do Sinte Mossoró.
A reportagem do JORNAL DE FATO também entrou em contato com o diretor da 12ª Diretoria Regional de Educação e Cultura (DIREC), Jadson Arnauld, para saber sobre os percentuais de professores em greve. De acordo com a 12ª Direc, nas escolas infantis, quase todos os professores não aderiram à greve. “No ensino fundamental, as séries finais estão funcionando de forma parcial. Mas, o ensino médio está quase 100% em greve”, informou.
A greve dos professores do estado ocorre em virtude do impasse nas negociações em relação ao pagamento do reajuste do piso salarial da categoria, que é de 33,24%. Após o Governo do Estado apresentar propostas consideradas insuficientes para os professores, a categoria decidiu parar as atividades por tempo indeterminado. A paralisação ocorreu um dia após o retorno das aulas presenciais, dois anos após o início do ensino remoto, devido à pandemia.
Após o início da greve, os professores e o Governo do Estado realizam, com frequência, reuniões, para dar continuidade às negociações. Nesta sexta-feira, 4, os representantes do Sinte RN voltarão a se reunir com o Governo, que apresentará uma nova proposta para o pagamento do reajuste.
Rômulo Arnauld informa que os professores aguardam que a proposta seja satisfatória para a categoria. Ele informou ainda que, após a reunião com o Governo, a categoria se reunirá em assembleia para discutir sobre a proposta. A partir dessa assembleia será definida se a greve será mantida ou suspensa.
A última proposta apresentada pelo Governo do Estado consistia no seguinte: para os/as professores/as que recebem abaixo do valor do Piso 2022 (R$3.845,63) seria concedido o reajuste de 33,24% em março, retroativo a janeiro; para os demais educadores/as, que atualmente recebem valor acima do Piso, implantação de percentuais cumulativos, sendo: 14% em março; 4% em novembro; e 12,38% em dezembro.
Rômulo Arnaud informa que a proposta aceitável pela categoria é aquela que igualha ou se assemelha à contraproposta feita pela categoria. A proposta da categoria prevê, em resumo, o escalonamento do reajuste até junho e que todos os segmentos (ativos, aposentados e pensionistas) sejam contemplados com a primeira parcela de 20% para março, e outras duas em maio e junho, de 6,62% a cada mês.
A proposta prevê 20% de reajuste em março para ativos, aposentados e pensionistas; 6,62% em maio para ativos, aposentados e pensionistas; 6,62% em junho para ativos, aposentados e pensionistas; e pagamento do retroativo entre setembro e dezembro deste ano.
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