Nos postos de combustíveis da segunda maior cidade do estado a gasolina já está sendo vendida a R$ 7,90, o que representa um aumento de mais de R$ 1 em cada litro do combustível. O preço do diesel também disparou nos postos de combustíveis da cidade
Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
Na última quinta-feira, 10, a Petrobras anunciou mais um reajuste no preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Com o reajuste feito pela estatal, o preço da gasolina ficou 18% mais caro, do diesel, 24% e do gás de cozinha, 8%. Em Mossoró, o reajuste já está sendo transferido para os consumidores, que estão tendo que pagar quase R$ 8 por um litro de gasolina.
Nos postos de combustíveis da segunda maior cidade do estado a gasolina já está sendo vendida a R$ 7,90, o que representa um aumento de mais de R$ 1 em cada litro do combustível. De acordo com o aplicativo Nota Potiguar, até esta sexta-feira, 11, eram poucos os postos que ainda vendiam o produto com o preço abaixo dos R$ 7. A previsão é de que todos os postos reajustem o preço dos produtos neste fim de semana para patamares próximos dos R$ 8.
Devido ao reajuste, ainda na quinta-feira, 10, os mossoroenses fizeram filas nos postos de combustíveis da cidade para encher o tanque dos seus veículos, aproveitando o preço antigo do produto. Na maioria dos postos, a gasolina custava, em média, R$ 6,70. A variação entre os estabelecimentos não ultrapassava os R$ 0,20.
Os consumidores mossoroenses estão indignados com o reajuste tão considerável e em pouco tempo. Alguns questionam o fato de os postos alterarem o valor do produto antes mesmo do reajuste começar a vigorar. “Na quinta-feira, 10, enquanto a gente esperava na fila para abastecer, funcionários do posto já estavam mudando os letreiros do posto. Como é possível alterar o preço sem que o reajuste realmente tenha entrado em vigor?”, questiona o motorista de aplicativo Alexandre Dantas.
Ele informou ainda que, com os constantes reajustes do preço da gasolina está sendo cada vez mais inviável trabalhar com o aplicativo de mobilidade urbana. “Quando a gasolina passou dos R$ 5, por litro, o nosso lucro no aplicativo foi diminuindo. Recentemente, estávamos trabalhando no nosso limite. A sorte de muitos motoristas é que eles mudam o sistema do carro para o gás, mas para quem não mudou ainda fica inviável continuar trabalhando com aplicativo”, informou.
O fato de a gasolina já estar custando quase R$ 8 está preocupando muitos trabalhadores, especialmente aqueles que ganham menos de dois salários mínimos. Márcio Lúcio informou que o combustível é, hoje, o principal destino da sua renda mensal, que é de R$ 1.600. “Eu tenho uma moto e trabalho num local que é distante 10 km da minha casa. São 20 km por dia para ir e voltar do trabalho. Apesar de possuir uma moto, que é mais econômica, eu ainda estou gastando cerca de R$ 400 por mês com gasolina”, informou.
Márcio Lúcio disse ainda que, com esse recente reajuste, a previsão é de que esse gasto com combustível aumente, superando os R$ 500, por mês. “O pior é que eu preciso do meu transporte para trabalhar e não posso ficar sem minha moto. É algo bastante pesado gastar 1/3 do meu salário somente com o combustível. Infelizmente, esses aumentos afetam, principalmente, os que menos têm e que precisam trabalhar”, informou.
O aumento do preço dos combustíveis ocorreu após 57 dias sem reajustes. De acordo com a estatal, o reajuste é fruto de uma elevação dos patamares internacionais do preço do petróleo. "Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento", comunicou a Petrobras.
O preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%.
Diesel ultrapassa os R$ 7 nos postos de Mossoró
Não são apenas os consumidores da gasolina que estão tendo que lidar com o aumento do preço dos combustíveis. O anúncio da Petrobras também fazia relação ao preço do diesel, que teve reajuste de quase 25%. Esse aumento fez com que o preço do diesel em Mossoró saísse de uma média de R$ 5,62 e está ultrapassando a casa dos R$ 7.
Os valores praticados pelos postos de combustíveis de Mossoró podem ser consultados pelos consumidores por meio do aplicativo Nota Potiguar. O aplicativo mostra que o menor valor do diesel praticado na cidade é de R$ 6,60, valor R$ 1 a mais do que o que vinha sendo praticado até a quinta-feira, 10.
Em alguns postos da cidade, o diesel já é vendido a um valor de R$ 7,30, conforme mostrou o aplicativo. O diesel é utilizado em veículos maiores, como caminhonetas, caminhões, ônibus, entre outros. Esse aumento considerável afetará diretamente o preço dos produtos que são consumidos pela população, já que praticamente tudo é transportado por caminhões.
O preço do gás de cozinha também foi reajustado. De acordo com a estatal, o preço médio de venda para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13 kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg, representando um aumento de 16%. No Rio Grande do Norte, o botijão de gás pode chegar a R$ 130, conforme informações do Sindicato dos Revendedores Autorizados de Gás Liquefeito de Petróleo (Singás-RN).
De acordo com o presidente do Singás-RN, Francisco Correia, o preço foi reajustado nesta sexta-feira. Ele reconhece que o aumento gera muita reclamação dos consumidores. "Nos últimos meses houve um aumento de mais de R$ 40 no preço do botijão. Realmente para a população que ganha um salário mínimo é muito difícil e a reclamação é muito grande. A insatisfação das classes C, D e E é enorme. A gente vê, inclusive, muita gente que está cozinhando à lenha por causa dessa dificuldade", disse Francisco.
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