Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
O período chuvoso traz à tona problemas recorrentes de Mossoró. Além de ruas alagadas, dos buracos que são formados pela água da chuva, os moradores de algumas localidades ainda têm que lidar com a lama, acumulada em ruas que não são calçadas ou pavimentadas.
Esta é a realidade dos moradores do bairro Bela Vista, que apesar de ser um bairro pequeno, conta com problemas enormes. A localidade possui 17 ruas, das quais apenas 3 são calçadas. As outras 14 ruas são de barro e, com as chuvas que ocorrem neste período do ano, elas se transformam em verdadeiros lamaçais.
A situação é constantemente denunciada pelos moradores do bairro, que já informam estarem cansados de buscar uma solução para esse problema que é recorrente. Ítalo Menezes mora no bairro Bela Vista há 11 anos e comenta que todo ano, durante o período chuvoso, a situação é a mesma. Ele relata que além do risco de acidentes, pois a lama deixa as ruas escorregadias, também aumentam os riscos de assaltos.
“No período de chuva temos que reduzir a velocidade para poder conseguir trafegar pelas ruas. Isso é muito perigoso, porque aumenta o risco de assalto e de invadirem as nossas casas. Inclusive, isso já aconteceu diversas vezes com alguns moradores do bairro. Nós já pedimos ao poder público para concluir as obras de calçamento do bairro, mas nada é feito”, relata Ítalo Menezes.
O morador comenta que na Rua Zacarias Gomes de Lima a situação é bem complicada. Por ser uma rua baixa, ela acumula grande parte da água que sai das outras ruas, e forma uma verdadeira lagoa. “A Rua Zacarias Gomes de Lima não vê nenhum um sinal de terraplanagem há anos. Aí é uma das maiores baixas que tem no bairro, formando uma grande lagoa no buraco que é piorado com a chuva. Isso acaba alagando muito. Igual a ela tem várias outras em outros pontos do bairro”, informou.
Essa falta de estrutura nas 14 ruas do bairro, sem terraplanagem, calçamento e qualquer tipo de estrutura provoca muitos problemas aos moradores do bairro. Além da insegurança, os moradores sofrem com os problemas nos seus veículos. “Com as chuvas, os carros atolam, molham o motor e, por causa dos buracos, chegam a ter peças quebradas. É um verdadeiro caos”, informou o morador.
Ítalo Menezes disse ainda que os problemas não ocorrem apenas no período chuvoso. Segundo ele, na época de estiagem, os moradores também sofrem com a grande quantidade de poeira, que invade as casas e causam problemas respiratórios.
“No período de seca, quando a poeira é muito alta, qualquer veículo que passa levanta a poeira. E nessa área trafega muitos caminhões que provocam uma poeira ainda maior. Isso tudo gera muito problema para a nossa saúde, especialmente para quem sofre com rinite, sinusite e outras doenças respiratórias. A poeira é tão grande que invade as casas e ficam nos móveis. Toda essa falta de infraestrutura acarreta em vários problemas nas nossas vidas. E não é de uma a duas pessoas. São muitas pessoas”, indigna-se o morador do bairro Bela Vista.
Ítalo Menezes informa que a indignação é ainda maior porque o bairro já foi construído há mais de 15 anos e nenhum problema foi resolvido. “Fica aquela indignação, por que há mais de 15 anos o bairro foi construído, criado inicialmente como loteamento Cidade Nova, e até hoje mesmo com toda a infraestrutura que tem nessa região, não se tem nem perspectiva se as ruas do Bela Vista serão calçadas ou de quando isso vai acontecer”.
Ele informa ainda que, na última gestão municipal, a principal rua que dá acesso ao bairro foi calçada, e que essa foi a última ação do serviço público naquela localidade. Ítalo informa ainda que os moradores do local são descobertos do sistema de saúde pública, não tendo representação no Programa Saúde da Família, o que prejudica a marcação de exames e consultas por meio do serviço público.
“A comunidade ainda está descoberta dos serviços da saúde e de infraestrutura. Dessa forma, quando uma luz de um poste queima, por exemplo, demora meses para trocar. E isso só acontece quando nós, moradores, fazemos mutirão para solicitar o serviço. Infelizmente, eu sinto que somos esquecidos pela gestão municipal e padecemos com a irresponsabilidade dos nossos gestores”, informa Ítalo Menezes.
O morador informa que tudo que a população que reside no bairro espera da gestão municipal é respeito e assistência às demandas da localidade. “Então, tudo que a gente quer é respeito do poder público. Tudo que a gente quer é que seja respeitado o nosso direito enquanto cidadãos, porque nós pagamos nossos impostos e, mesmo assim, nada é feito em nosso favor”, conclui.
Moradores do Sumaré vivenciam o mesmo problema
Os moradores do bairro Sumaré estão reclamando de problemas estruturais na região, que estão sendo evidenciados pelas chuvas registradas na cidade, nos últimos dias. Segundo eles, a falta de pavimentação provoca o aparecimento de lagoas e aumento do matagal, interferindo no tráfego de veículos e pessoas.
Entre muitas ruas praticamente interditadas por causa das chuvas, moradores da Rua Josefa Maria da Silva, no bairro Alto do Sumaré, reclamam que quando chove, nem o entregador de gás pode chegar às residências. São ruas que continuam sem receber o calçamento e outras sem o asfalto.
Os moradores relataram ao site O Câmera que a situação está insustentável, que falta pavimentação, mas sobra muita lama e matagal. Os moradores informaram ainda que rezam para que não ocorra nenhuma urgência quando chove, porque a localidade fica intransitável.
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