Por Edinaldo Moreno - Repórter do JORNAL DE FATO
A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Mossoró (CDL) divulgou dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) sobre o número de consumidores inadimplentes na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. Levantamento realizado pela entidade mostra que houve crescimento no mês de fevereiro.
De acordo com o balanço divulgado pela CDL Mossoró, o número de inadimplentes no município cresceu 7,84% em relação ao mesmo período de 2021. O relatório leva em consideração informações de todas as bases às quais o SPC Brasil tem acesso.
A CDL local explicou que o percentual de crescimento de pessoas inadimplentes em Mossoró ficou acima da média da região Nordeste. O percentual verificado em todo o território nordestino ficou em 7,79%. Já em relação à média nacional o índice ficou abaixo. Segundo o relatório, o percentual em todo o país foi de 8,10%.
Ainda de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas, o total de devedores mossoroenses cresceu 1,17% na passagem de janeiro para fevereiro. Na região Nordeste, na mesma base de comparação, a variação foi de 0,28%.
O relatório do SPC Brasil também destaca o percentual de devedores quanto à faixa etária. A maior se encontra entre 30 a 39 anos. Nesta faixa etária, o índice de endividados chegou a 26,12%. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,67% mulheres e 48,33% homens.
O levantamento também apontou que em fevereiro passado cada consumidor negativado na cidade devia, em média, R$ 3.453,54 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 28,69% dos consumidores mossoroenses tinham dívidas no valor de até R$ 500, percentual que chega a 45,82% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
O tempo médio de atraso dos devedores negativados da cidade é igual a 28 meses, sendo que 32,71% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos.
O presidente da CDL Mossoró, Stênio Max, destacou que o mês de março tem números mais animadores do que os dois primeiros meses de 2022. Ele destaca que os meses anteriores são em que as pessoas contraem mais dívidas, referindo-se aos meses de fevereiro, janeiro e dezembro, mais especificamente.
“O mês de março já apresenta uma evolução significativa. Estamos esperando fazer o fechamento dos números. Esse fechamento se dá até o dia 10. Os meses de janeiro e fevereiro vêm de uma ressaca. O mês de fevereiro é bem mais curto, geralmente tem o feriado e as pessoas ainda estão pagando dívidas contraídas em dezembro, tem a questão do material escolar, mas em março já temos uma expectativa bem melhor, porque fevereiro foi um recorde histórico”.
O relatório do Serviço de Proteção ao Crédito detalha também que o setor com participação mais expressiva do número de dívidas em fevereiro na cidade de Mossoró foi o de Bancos, com 62,22% do total de dívidas, seguido por Comunicação (16,27%), Outros (10,44%), Água e Luz (6,14%) e Comércio (4,94%).
Cada consumidor inadimplente em Mossoró tinha em média 1,885 dívidas em atraso em fevereiro deste ano. O número ficou acima da média da região Nordeste (1,833 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (1,863 dívidas para cada pessoa inadimplente).
RIO GRANDE DO NORTE
O número de inadimplentes do Rio Grande do Norte cresceu 4,77% em fevereiro de 2022, em relação a fevereiro de 2021. O dado ficou abaixo da média da região Nordeste (7,79%) e abaixo da média nacional (8,10%). Na passagem de janeiro para fevereiro, o número de devedores do Rio Grande do Norte cresceu 1,94%. Na região Nordeste, na mesma base de comparação, a variação foi de 0,28%.
A abertura por faixa etária do devedor mostra que o número de devedores com participação mais expressiva no Rio Grande do Norte em fevereiro foi o da faixa de 30 a 39 anos (25,75%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 52,54% mulheres e 47,46% homens.
Em fevereiro de 2022, cada consumidor negativado do estado devia, em média, R$ 3.364,00 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 33,84% dos consumidores do estado tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 50,06% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. O tempo médio de atraso dos devedores negativados do Rio Grande do Norte é igual a 27,3 meses, sendo que 35,45% dos devedores possuem tempo de inadimplência entre 1 a 3 anos.
Em fevereiro de 2022, o número de dívidas em atraso de moradores do Rio Grande do Norte cresceu 12,04%, em relação a fevereiro de 2021. O dado ficou abaixo da média da região Nordeste (13,86%) e abaixo da média nacional (12,70%). Na passagem de janeiro para fevereiro, o número de dívidas do Rio Grande do Norte cresceu 3,25%. Na região Nordeste, nessa mesma base de comparação, a variação foi de 1,29%.
Em fevereiro de 2022, cada consumidor inadimplente no Rio Grande do Norte tinha em média 1,819 dívidas em atraso. O número ficou abaixo da média da região Nordeste (1,833 dívidas por pessoa inadimplente) e abaixo da média nacional registrada no mês (1,863 dívidas para cada pessoa inadimplente).
O setor com participação mais expressiva do número de dívidas em fevereiro no estado do Rio Grande do Norte foi Bancos, com 68,96% do total de dívidas.
NATAL
Os números de endividamento e inadimplência das famílias natalenses teve uma leve queda no mês de março. O índice de famílias endividadas chegou a 90,4%, queda de 0,3 ponto percentual em relação a fevereiro (90,7%), de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de março, realizada pela Confederação Nacional do Comércio.
O número do terceiro mês do ano apresenta uma redução após quatro altas mensais consecutivas – novembro (86,3%) e dezembro (88%) de 2021, além de janeiro (89,6%) e fevereiro (90,7%) deste ano. Em relação a março do ano passado (86,4%), o índice de 2022 é 4 pontos percentuais maior.
Também houve queda entre fevereiro e março no percentual de famílias que já estão com as contas em atraso, saindo de 40,8% para 39,6% (-1,2 ponto percentual). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o índice de famílias nesta mesma condição aumentou de 38,2% para 39,6%, um incremento de 1,4 ponto percentual.
O levantamento também mostrou que o percentual de famílias da capital que informaram que não terão condições de pagar suas contas aumentou de 9,6% em fevereiro para 9,7% em março. E na comparação com março do ano passado, o crescimento foi ainda maior, quando atingiu 3,9%.
BRASIL
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer alcançou 77,5% neste mês, a maior proporção já registrada nos 12 anos do levantamento. Há um ano, essa parcela era de 67,3%, 10,3 pontos percentuais abaixo do resultado atual.
A parcela de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, permanecerão inadimplentes também acirrou, na passagem mensal, de 10,5% para 10,8% do total de famílias.
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