Neste período, Igreja celebra a morte e ressurreição de Cristo.
Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
Neste domingo, 17, é celebrada a Páscoa, data de grande significado para o Cristianismo, pois representa a ressurreição de Cristo, após Ele ser crucificado. Embora a comemoração desta data seja uma origem judaica, com a celebração das ações de Deus ao povo hebreu, no Cristianismo essa data passou a ter um novo significado, representando a libertação do pecado e a vida após a morte.
A reportagem do JORNAL DE FATO conversou sobre a importância de toda a Semana Santa e da Páscoa para a Igreja Católica com o padre Ivonzéliton Leite Nunes, pároco da Paróquia Sagrada Família, no bairro Vingt Rosado. O padre informa que a Semana Santa é o período mais importante para a Igreja, pois celebra a morte e ressurreição de Cristo. “O núcleo do mistério da Igreja está diretamente relacionado ao núcleo do Mistério Pascal”, informou.
Padre Ivonzéliton Leite Nunes explica que o Mistério Pascal é a celebração da ressurreição de Cristo, que ocorre no terceiro dia após a sua morte. “Do sábado para o domingo ocorre a vigília Pascal, que é quando é celebrada a primeira missa do dia, em celebração à ressurreição de Cristo. Essa missa é iniciada sempre com as luzes da igreja apagadas, celebrando a morte de Cristo e, durante a missa, é aceso o Círio Pascal (a vela branca que representa a Luz de Cristo). Nós entramos com o Círio na igreja, representando a luz de Cristo quebrando toda a nossa escuridão. Com isso, o domingo de Páscoa representa toda essa vitória de Cristo, que não foi o primeiro a morrer, mas foi o primeiro a ressuscitar”, relata o pároco.
Todos os dias da Semana Santa têm um significado específico para a Igreja Católica. Além do período da Quaresma, que simboliza os 40 dias de Jesus no deserto, e é iniciada na Quarta-feira de Cinzas e se encerra na missa de lava pés, que ocorre na Quinta-feira Santa. Ivonzéliton Leite Nunes explica que o Tríduo Pascal (quinta, sexta e sábado) tem um significado muito forte para a Igreja e, por isso, são realizadas várias atividades que lembram os últimos atos dos cristãos antes da crucificação de Cristo.
“Esses três dias (Tríduo Pascal) têm um significado muito forte para a Igreja, pois esses dias trazem a recordação dos últimos momentos de vida de Cristo sobre a terra e a experiência profunda vivida com os discípulos. Nas quintas-feiras santas, ocorrem sempre duas celebrações importantes para a igreja: pela manhã, todos os padres se reúnem com o Bispo para a missa dos Santos Óleos, que é quando o Bispo consagra todos os óleos que serão utilizados durante o ano nas celebrações”, explica Ivonzéliton Leite Nunes.
O pároco informa que, ainda na quinta-feira santa é celebrada a eucaristia, que é quando ocorre a missa de Lava Pés. Essa missa traz a memória da última ceia com os discípulos. Na sexta-feira Santa, conhecida como Sexta-feira da Paixão, é o único dia em todo o mundo que a Igreja Católica não celebra missa. Neste dia, são retiradas as imagens de Cristo, ficando apenas as cruzes.
“Esse é um momento de reflexão, introspecção, e nos faz refletir sobre a morte de Cristo. Neste dia sempre ocorre a adoração ao Santíssimo, representando o último ato dos cristãos em adoração, antes da morte de Jesus. Nesse dia, refletimos sobre a entrega de Deus do seu próprio filho, por amor e por salvar a humanidade. É nesse dia que ocorre o beijo na cruz, em sinal de salvação e amor àquele que mais nos amou. Para a Igreja Católica a cruz tem um sentido muito especial”, explica.
São todos esses significados que fazem da Semana Santa a principal data de celebração da Igreja Católica. De acordo com o padre Ivonzéliton Leite Nunes, esse momento é fundamental para que todos os cristãos reconheçam o amor de Deus pela humanidade. “Foi por amor, foi para nos salvar, que Deus deu o próprio filho em sacrifício”, finaliza.
Domingo de Páscoa marca o retorno do Abraço de Paz
Esta foi a primeira vez, depois de dois anos, que as celebrações da Semana Santa foram realizadas com a presença dos fiéis nas igrejas. Por esse motivo, o domingo de Páscoa tem um significado ainda maior para a Igreja. Neste ano, o Bispo Dom Mariano Manzana autorizou que, durante as missas que ocorrem neste domingo, 17, ocorra, novamente, o Abraço de Paz.
O abraço foi suspenso desde antes do início das medidas restritivas, para evitar a disseminação do vírus. Esse retorno em pleno domingo de Páscoa representa uma verdadeira vida nova, não só para os cristãos, mas para todos que conseguiram sobreviver à pandemia. “A Semana Santa representa a passagem de um momento de trevas para o encontro da luz. E é isso que esse momento que vivemos está representando. A luz da vida, após tantas mortes e tantos momentos difíceis”, afirma Ivonzéliton Leite Nunes.
O pároco da Paróquia Sagrada Família, no bairro Vingt Rosado, explica que os últimos dois anos foram bem difíceis, com missas feitas por formato retomo, onde só o padre e os ministros de Eucaristia participam. “Foram momentos difíceis, com perdas significativas para todos nós, mas estar de volta ao formato presencial, sem o uso de máscaras, é uma experiência renovadora para nós. Com certeza, neste ano, a Páscoa tem um maior significado para todos”, conclui.
Após a Vigília Pascal, às 19h, na Catedral de Santa Luzia, ocorrida neste sábado, 16, será realizada uma série de missas neste domingo, 17. Confira o horário das celebrações:
6h – Catedral de Santa Luzia
7h – Capela São Vicente
9h – Catedral de Santa Luzia
11h – Catedral de Santa Luzia
17h – Capela de Santa Luzia (Ilha de Santa Luzia)
19h – Catedral de Santa Luzia
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