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Postado às 09h45 | 27 Abr 2022 | redação Mossoró tem apenas 26 casos de dengue confirmados em 2022, diz CCZ

Crédito da foto: Ilustrativa Aedes aegypti transmissor da dengue, chikungunya e zika virus

Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO

Na segunda-feira, 25, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que o estado do Rio Grande do Norte registrou um aumento de 192% no número de casos de arboviroses como a dengue, a zika e a chikungunya. Após essa informação, nesta terça-feira, 26, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de Mossoró, informou que dará início ao levantamento dos casos de arboviroses no município.

O segundo Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), que contabiliza os casos de arboviroses em Mossoró será iniciado na próxima segunda-feira, 2 de maio. O Centro de Zoonoses explica que esses estudos, que consistem na utilização de um método simplificado para obtenção rápida de indicadores, são realizados, no município, a cada três meses, e que os primeiros números de 2022 foram divulgados no mês de fevereiro.

João Paulo Silva, coordenador do CCZ de Mossoró, explica que, para realizar esse levantamento, é feita uma análise estatística onde são escolhidos os bairros e os quarteirões que vão ser analisados. O coordenador disse ainda que Mossoró tem registrado poucos casos de arboviroses, comparado a outras cidades do estado.

De acordo com os dados do Centro de Controle de Zoonoses, até o momento, Mossoró registrou somente 26 casos confirmados de dengue das 545 notificações no período. Houve ainda 88 notificações para a chikungunya e 17 casos confirmados. Em relação ao zika vírus, tiveram duas notificações e nenhum caso confirmado, desde o início do ano.

João Paulo Silva atribui o baixo número de casos ao trabalho que é executado pelos profissionais que atuam no combate às endemias. “A gente destaca que o baixo número de casos confirmados até o momento de dengue e chikungunya em Mossoró se deve principalmente pelo nosso trabalho do dia a dia e aos cuidados da população. Vale salientar que os nossos agentes de endemias estão em campo cobrindo as áreas descobertas. Fazemos também o reforço que a população continue os cuidados e redobre a atenção”, explicou.

Outro ponto destacado por João Paulo pelo baixo número de casos no município é devido à utilização do novo larvicida no combate ao mosquito. “É um larvicida com uso residual mais prolongado que o larvicida anterior. Ele mata de 80% a 90% das larvas em 24 horas e continua sua ação no reservatório até 60 dias, que é justamente o período que o agente demora a passar novamente naquela residência”, disse.

De acordo com os últimos dados da Sesap, divulgados no dia 3 de março, até aquela data, Mossoró tinha registrado 98 casos prováveis, dos quais 10 foram confirmados, totalizando uma incidência de 32% a cada 100 mil habitantes. A Sesap apontou ainda que, até o início de março, Mossoró tinha o registro de 12 casos prováveis de chikungunya e 7 confirmações. Em relação à zika, nenhum registro e nenhuma confirmação até a data do levantamento.

Os dados recentes da Sesap, apurados em 7 de abril, indicam aumentos em alto grau dos casos prováveis das três doenças em comparação a 2021. Até a segunda semana de abril, foram registrados 435 casos prováveis de dengue, enquanto em 2022 chegou a 3.995 no mesmo período - aumento de 818%. Os casos prováveis de chikungunya passaram de 570 para 1.494 - aumento de 162%. Já os casos prováveis de zika passaram de 39 ano passado para 321 em 2022. - aumento de 723%.

 

Trabalho dos agentes de endemias é fundamental no combate ao mosquito

Como não há disponíveis vacinas para proteger contra as arboviroses, a prevenção consiste no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. As ações de prevenção devem ocorrer durante todo o ano. No entanto, é quando ocorrem as chuvas que os cuidados precisam ser redobrados, já que os mosquitos tendem a proliferar em reservatórios com águas paradas.

Para desenvolver esse trabalho de combate ao mosquito, a Secretaria Municipal de Saúde informou que vem intensificando, desde dezembro de 2021, as ações de combate e controle do mosquito Aedes aegypti, por meio do Centro de Controle de Zoonoses. Desde o início do período chuvoso as visitas domiciliares foram intensificadas pelos agentes de endemias. Durante as visitas nos domicílios, os reservatórios de água das residências são vistoriados e a população recebe orientações sobre como evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Outra ação que vem sendo desenvolvida pelo CCZ é a aplicação de larvicida em locais considerados propício para a proliferação do Aedes aegypti como borracharias, oficinas, lojas de plantas, floriculturas etc. Essa ação, inclusive, chega a ser apontada pelo coordenador do Centro de Zoonoses como fundamental no combate e nos baixos índices de proliferação, na comparação com outras cidades do estado.

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