Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
Levantamento mais recente publicado no Boletim Epidemiológico das Arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) mostra que o Rio Grande do Norte já registrou 11.427 casos prováveis de dengue. Os dados se referem até o dia 7 de maio, entre a 1ª e 18ª Semana Epidemiológica.
De acordo com a pasta estadual, a incidência geral de casos em todo o território potiguar está em 323,93 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. A maior incidência foi registrada na 1ª Região/Agreste com 489,2/100 mil habitantes. Em seguida, da 4º Região/Seridó (435,77/100 mil hab.) e 7ª Região/Metropolitana (435.06/100 mil hab.).
A Sesap explica que vem desenvolvendo, ao constatar a situação vivenciada com relação às arboviroses, uma série de ações para mitigar o número de casos e reduzir os danos causados. Assim, foram retomadas as discussões no Comitê Operacional de Emergências, no qual, além da Sesap, estão o Ministério Público Estadual, o Conselho Estadual de Saúde e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do RN.
O órgão de saúde estadual observa que o crescimento da doença no estado pode ser constatado na comparação com 2021, quando foram registrados nesse mesmo período um total de 806 casos prováveis.
“O trabalho que vem sendo feito com os carros de UBV é algo que deve ser colocado como última medida. Antes disso, todos devemos ser vigilantes para que consigamos combater o mosquito nos nossos quintais, residências, ruas e bairros. Convidamos, então, toda a população para fazer sua parte. Além disso, publicamos um plano de contingência para controle das arboviroses e estamos estimulando os municípios a elaborarem os seus planos de ações com base no estadual, para que todas essas ações sejam efetivadas de forma oportuna e obtenham sucesso. Tudo isso está sendo pensado de forma regionalizada e descentralizada, para que as ações impactem nos territórios”, disse a responsável técnica pelo Programa Estadual de Controle da Dengue, Silvia Dinara.
O que são arboviroses?
As arboviroses são doenças reemergentes, transmitidas por vetores como Aedes aegypti, que dada à sua capacidade, podem transmitir uma série de agentes infecciosos virais. Existem muitas doenças transmitidas por vetores no Brasil e no Rio Grande do Norte, dentre estas se destacam a Dengue, Chikungunya e Zika.
Os sintomas iniciais das arboviroses podem ser semelhantes e clinicamente inespecíficos, sendo imprescindível observar a diferenciação dos sintomas para que se possa conduzir o tratamento do caso de forma adequada.
As arboviroses apresentam sinais e sintomas comuns entre si, como febre, dores nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos no caso da chikungunya e zika.
MOSSORÓ
O boletim epidemiológico traz também dados relativos aos municípios potiguares. De acordo com o documento, Mossoró registrou 105 casos prováveis para a dengue até o último levantamento. No total, são 33 casos confirmados. A incidência ficou em 34,56 para cada 100 mil habitantes.
Já em relação à chikungunya, o boletim informa que a segunda maior cidade potiguar teve 26 casos prováveis com 21 casos confirmados. A taxa de incidência da doença no período foi de 8,56. O número de casos prováveis de zika chegou a quatro no período com apenas um caso confirmado. A incidência de 1,21 para a mesma proporção das taxas anteriores.
Na semana passada, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgou o segundo resultado do Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa).
O índice neste segundo momento foi maior do que o registrado no primeiro levantamento, realizado entre o final de janeiro e início de fevereiro deste ano. O índice anterior ficou em 3,7 e o atual subiu para 4,1.
Essa nova amostra, que é realizada a cada três meses, ocorreu entre os dias 2 e 6 deste mês. O LIRAa mais recente estima que de cada 100 imóveis no nosso município, quatro deles têm foco positivo da dengue.
Ainda de acordo com o levantamento, os bairros que atingiram índice acima de 5,0 foram Boa Vista, Dom Jaime Câmara, Santo Antônio, Bom Jardim, Planalto 13 de Maio, Santa Delmira e Aeroporto. Já os que apresentaram LIRAa abaixo de 2,0 foram Santa Júlia, Redenção, Monsenhor Alfredo Simonetti, Doze Anos, Centro, Nova Betânia, Bom Jesus e Itapetinga.
Quando o índice de infestação predial está acima de 4, como é o que mostra o mais recente levantamento, a cidade fica em alto risco. Quando esse índice fica entre 1,0 e 3,9 considera-se que o município está em médio risco; e quando ele está abaixo de 1,0, é de baixo risco.
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