Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) comunicou o aumento no número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e clínicos para o tratamento da Covid-19 nas regiões Metropolitana, polarizada por Natal, e Oeste, que tem Mossoró como seu principal município.
O motivo é pelo recente crescimento de casos de Covid-19 em todo o território potiguar. De acordo com a comunicação da Secretaria Estadual de Saúde, Mossoró terá inicialmente 9 leitos abertos, todos clínicos.
A secretária adjunta da Sesap, Lyane Ramalho, explicou que a pasta estadual vem acompanhando o aumento no número de casos da doença. Segundo ela, assim como nas outras ondas, o órgão de saúde estadual monitora diariamente a situação, principalmente nas unidades particulares.
“A Sesap tem acompanhado o aumento no número de casos Covid-19 nos outros estados do Brasil e assim como foi nas outras ondas nós temos monitorado diariamente aqui no estado, em todas as regiões de saúde, nas nossas portas de urgência e principalmente nos serviços privados porque nas outras ondas geralmente esse aumento de casos começou pelas urgências dos serviços privados”, disse.
Lyane Ramalho destacou ainda que é esperado para as próximas três semanas aumento considerável de casos da doença no território potiguar e a necessidade de aumentar a oferta de leitos críticos e clínicos para o tratamento de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, vírus causador da doença.
“Queremos informar a população potiguar que esperamos que nesses próximos 20 dias realmente aumente o número de casos e precisemos de um maior número de leitos, por isso que estamos monitorando diariamente para que haja um aumento no número de leitos em todas as regiões”, iniciou.
“Nesse sentido estamos aumentando o número de leitos críticos e clínicos dos nossos hospitais de referencia na região metropolitana e também no Oeste potiguar como forma de prevenção”, emendou. “Estamos aumentando leitos clínicos porque nessa lógica que com a cobertura vacinal os pacientes precisam mais de clínicos do que de críticos”, completou.
A secretária adjunta ressalta também que é necessário o suporte assistencial nesse período para que nos próximos 30 dias o Estado consiga sair desta nova onda de casos, que segundo ela, provavelmente se configurará como a quarta onda da Covid-19 no estado do Rio Grande do Norte.
Com base nos 14 boletins epidemiológicos publicados diariamente pela Secretaria Estadual de Saúde, o Rio Grande do Norte ultrapassou a marca de 2 mil novos casos até esta terça-feira (14). Somados, o número chega a 2.036 casos novos no período. O número de casos confirmados saltou de 617 em abril, para 2.098 casos em maio, um aumento superior a 200%.
MOSSORÓ
Até a manhã de ontem (14) Mossoró contabilizava 18 pessoas internadas em leitos críticos e clínicos nas redes privada e pública. Deste total, 13 estavam em leitos de hospitais públicos, o que representava apenas 16% de ocupação, e 5 em leitos da rede particular, o que correspondia a 9,8%.
SITUAÇÃO NÃO É CRÍTICA
Durante entrevista ao Bom Dia RN, programa veiculado pela Inter TV, o professor Ricardo Valentim, do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Lais/UFRN), informou que a situação no estado não é crítica, mesmo com o aumento no número de casos verificados nos últimos dias.
"Para dizer que não é crítico, a gente observa pelo número de pacientes internados. Hoje temos 15. Quando a Ômicron chegou, tivemos 120 pacientes internados e antes, com a Gama, tivemos mais de 400 pacientes. Estamos muito longe do cenário visto em janeiro e mais longe ainda do que vimos na Gama [no início de 2021]", explicou.
Ainda durante a entrevista, Ricardo Valentim salientou que o Rio Grande do Norte deveria ter alcançado o percentual de 70% de sua população com a terceira dose, fato que não ocorreu até o momento.
“O Brasil vive uma estagnação em relação à imunização. Pelas projeções, o RN no mês de maio deveria ter alcançado a marca de 70% de sua população com a 3ª dose. Justamente por não ter alcançado essa marca, estamos vendo o aumento de casos", justificou.
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