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Postado às 10h45 | 27 Jun 2022 | Maior evento da indústria onshore brasileira começa dia de julho em Mossoró

Crédito da foto: Jornal de Fato Presidente da Redepetro-RN, Gutemberg Dias

Por Davi Souza / Petronotícias

O principal evento da indústria onshore brasileira está prestes a começar. A Mossoró Oil & Gas Expo, organizada pela Redepetro-RN e Sebrae, será realizada entre os dias 5 e 7 de julho, marcando o retorno da feira ao formato presencial. O reaquecimento da indústria onshore do país é refletido no próprio tamanho da exposição, que estará bem maior, com mais de 90 expositores. “A nova dinâmica que está sendo implementada no onshore brasileiro está levando a essa grande procura pelo evento”, avaliou o presidente da Redepetro-RN, Gutemberg Dias.

O entrevistado aponta algumas das novidades dessa nova edição da feira, a começar por um novo formato de rodada de negócios – a Petrosupply Meeting. “Há uma perspectiva de termos uma aderência muito maior na hora de negociação, porque as duas pontas terão uma conexão direta prévia”, explicou.

Dias acrescentou ainda que o evento também ampliará o escopo de temas abordados, tratando também sobre a presença feminina na indústria petrolífera. A Mossoró Oil & Gas terá ainda um debate com os dois CEOs das maiores operadoras independentes do Brasil: Marcelo Magalhães, da PetroRecôncavo, e Ricardo Savini, da 3R Petroleum.

Quais serão algumas das novidades desta edição da Mossoró Oil & Gas?

Passamos quase três anos sem a realização do evento em formato presencial, em função da pandemia. Agora, com a retomada do formato presencial, estamos com a perspectiva de ampliação do evento. Para essa edição, estamos com 93 estandes e ficamos limitados ao tamanho do espaço onde ocorrerá a feira. E ainda continuamos percebendo uma demanda muito forte por parte dos expositores. Estamos na reta final de preparação do evento, mas o nosso setor comercial ainda continua recebendo contatos de interesse.

Na Arena Petróleo e Gás ocorrem painéis de discussões técnicas e mercadológicas. Em edições passadas, realizávamos debates focados apenas nas atividades onshore. Para este ano, estamos com uma inovação, que será um talk show para tratar do papel das mulheres no setor de óleo e gás. Cada vez mais, as mulheres estão ganhando presença nesse segmento, que era majoritariamente dominado por homens. Vamos ter também um evento, que chamamos Face2Face, com os dois CEOs das maiores operadoras independentes do Brasil – Marcelo Magalhães, da PetroRecôncavo, e Ricardo Savini, da 3R Petroleum. Eles vão falar sobre os últimos anos e a transição do modelo estatal liderado pela Petrobrás para o modelo de operação independente.

 

Ao seu ver, ao que se deve essa maior procura pelo evento?

A venda dos estandes foi muito rápida. Com menos de 30 dias, estávamos com o evento quase todo vendido. Então, isso mostra que o mercado está ativo e dinâmico. Há uma retomada muito forte das empresas. Inclusive, a Mossoró Oil & Gas terá a presença de empresas multinacionais instaladas no Brasil, além de empresas de outros estados. A procura foi muito grande.

O que levou a esse crescimento foi a mudança verificada no mercado, com a entrada das operadoras independentes. Aqui no Rio Grande do Norte temos um exemplo claríssimo da Potiguar E&P, que obteve sucesso no seu projeto Riacho da Forquilha. A empresa já conseguiu mais do que dobrar a produção de óleo no polo. Esse processo vai demandando serviços e gerando negócios na cadeia. Isso reaqueceu o mercado, que estava paralisado em função da falta de investimentos por parte da Petrobrás. Essa nova dinâmica que está sendo implementada no onshore brasileiro está levando a essa grande procura pelo evento.

 

Qual tem sido o impacto dessa nova dinâmica na indústria onshore brasileira?

Enxergamos claramente que essa mudança foi gradual e necessária. A Petrobrás, por sua disposição em operar grandes negócios, abriu mão da operação dos ativos terrestres. Isso, com certeza, abriu um leque de oportunidades para as empresas operadoras independentes, assim como para a própria cadeia fornecedora, que ganhou uma oxigenação dentro desse novo cenário.

O Rio Grande do Norte surgiu como um modelo para esse processo de desinvestimento da Petrobrás em grande escala. Os primeiros campos vendidos e todas as primeiras discussões giraram em torno da bacia Potiguar. Isso fez com que o estado se antecipasse também nesse processo das vendas dos campos e da entrada de novos operadores. Como eu disse, a Potiguar E&P é um case de sucesso com o polo Riacho da Forquilha. A 3R também é um case de sucesso com a compra do Polo Macau. Isso tudo faz com que tenhamos uma reativação da cadeia.

 

Como está a expectativa de geração de negócios durante os dias de realização da feira?

Uma inovação dessa Mossoró Oil & Gas será uma rodada de negócios que estamos chamando de “Petrosupply”. Não será uma rodada de negócios comum. As empresas já vão escolher previamente com quem irão conversar, de forma que atendam seu portfólio. Estamos fazendo isso para que exista uma maior perspectiva de geração de negócios.

Existe uma inteligência por trás dessa iniciativa que está fazendo toda a parte de conexão de negócios. A ideia do Petrosupply é que as empresas fornecedoras que se cadastraram na rodada apresentem seu portfólio, apontando aquilo que pretendem oferecer. As empresas compradoras também definiram o perfil daquilo que querem comprar.

Dentro desse processo, contratamos uma empresa que irá trabalhar para fazer essas conexões. Assim, há uma perspectiva de termos uma aderência muito maior na hora de negociação, porque as duas pontas terão uma conexão direta prévia. Por isso, acreditamos que essa conexão entre as empresas será muito maior, ampliando as possibilidades de geração de negócios.

 

E qual o futuro da indústria onshore no Rio Grande do Norte?

Para o Rio Grande do Norte, já começamos a enxergar os resultados. Começamos a observar um aumento do percentual de produção, ainda que seja pequeno. O Estado deve estar produzindo em torno de 35 mil barris de óleo equivalente. Isso é uma reação em cadeia, que transforma tudo no contexto do estado. Começamos a ter novamente sondagens e empresas que estavam adormecidas começaram a voltar à atividade.

Um exemplo maior é o da própria Redepetro-RN. No passado, a entidade contava com mais de 100 empresas ativas. Contudo, em 2005, quando eu assumi a gestão da Redepetro-RN, eram apenas 13 empresas ativas. Hoje, felizmente, estamos com cerca de 50 empresas. Isso mostra que desse período para cá houve uma retomada, inclusive de empresas retornando à Redepetro-RN, demonstrando que essas companhias estão acreditando no mercado.

 

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