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Postado às 20h30 | 23 Jul 2022 | redação Julho Amarelo: Mossoró registra 15 casos de hepatites virais em 2022

Crédito da foto: Ilustrativa Teste de hepatite

Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO

Na próxima quinta-feira (28) será comemorado o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. A campanha Julho Amarelo foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle desta referida doença. O Programa Municipal IST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou dados sobre o número de casos registrados em Mossoró nos primeiros seis meses de 2022.

De acordo com o levantamento mais recente, a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte registrou 15 casos da doença no período. Deste total, 13 foram de Hepatite C e 2 de Hepatite B. Entre janeiro de 2018 e junho de 2022 o número de casos chega a 104.

O monitoramento mostra que no primeiro ano da série foram confirmados 27, sendo 8 da Hepatite B e 19 da C. Já em 2019 o número caiu para 19. Destes, a Hepatite B teve 5 casos e a Hepatite B, 14. No ano seguinte, os casos caíram para 17, sendo 3 da B e 14 da C. Por fim, no ano de 2021 subiu para 26, sendo o maior número novamente de casos da Hepatite C (22) e os demais de Hepatite B (4).

Os testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C estão disponíveis, no SUS, para toda a população. Todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite e as populações mais vulneráveis precisam ser testadas periodicamente. Os sintomas podem aparecer na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, causadas por diferentes vírus que provocam alterações no fígado. No Brasil, as mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Geralmente, as pessoas não apresentam sintomas e desconhecem ter a infecção, tornando-se portadoras dos vírus B ou C. O avanço da infecção pode causar danos mais graves ao fígado, como a cirrose e o câncer.

A transmissão acontece pelo contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos; pela relação sexual desprotegida; pelo contato com sangue contaminado, da mãe para o filho durante a gravidez (transmissão vertical), e por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, esta última considerada rara.

RIO GRANDE DO NORTE

Recentemente, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) divulgou novo boletim epidemiológico das hepatites virais no Rio Grande do Norte. Dados compilados pela subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Sesap mostram que foram notificados 52 casos de hepatites virais entre janeiro e abril deste ano.

De acordo com a pasta estadual, esse número revela aumento de 36,9% nas notificações em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram notificados 38 casos.

O documento apresenta os dados da última década e aponta que entre 2011 e 2021 o estado apresentou 2.572 casos confirmados de hepatites virais, sendo 741 de hepatite A, 678 de hepatite B, 1.135 de hepatite C e 18 casos com mais de uma etiologia.

Nesse período, houve uma redução de 97,6% na identificação de casos de hepatite A e de 36,6% nos casos de hepatite B. Já a hepatite C teve crescimento de 13,4% no registro de casos. Nos últimos 10 anos, a taxa de incidência de hepatite A diminuiu 98%, passando de 5,1 para 0,1 casos por 100 mil habitantes; a taxa de detecção de hepatite B diminuiu 41,6%, passando de 2,4 para 1,4 casos por 100 mil habitantes e a taxa de detecção de hepatite C aumentou 3,6%, passando de 2,8 para 2,9 casos por 100 mil habitantes.

Em 2021, foram notificados 158 casos de hepatites virais. Quando comparado ao ano anterior, verifica-se um aumento de 1,9% no registro de casos confirmados. Atualmente, segundo a Sesap, existem 150 pessoas em tratamento para hepatite B e 41 para hepatite C nos quatro serviços de referência, no estado, localizados nos municípios de Natal (Hospital Giselda Trigueiro e Hospital Universitário Onofre Lopes), de Mossoró (Hospital Rafael Fernandes) e de Caicó (SAE Caicó). No entanto, o acompanhamento dos casos de hepatite A é realizado na atenção primária à saúde, uma vez que não há tratamento específico.

 

Em 10 anos, Rio Grande do Norte registrou 217 mortes por hepatites virais

Entre 2011 e 2021, de acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), foram identificados, no RN, 217 óbitos por causas básicas e associadas às hepatites virais. A maior concentração ocorreu na 7ª Regiões de Saúde com 52,5% do total de óbitos do estado. Desses, 141 (65%) ocorreram em homens e 76 (35%) em mulheres. A faixa etária predominante foi a 60 anos e mais com 56,2% dos casos registrados.

Quanto à classificação etiológica, no acumulado de 2011 a 2021, a maioria dos óbitos, 54,4%, foi associada à hepatite C. Verifica-se também um elevado percentual de óbitos relacionados a agente etiológico não especificado (25,3%) e um crescimento de 250% no registro de óbitos por hepatites virais não especificadas, no período avaliado, o que dificulta uma melhor avaliação dessa variável.

Os coeficientes de mortalidade por hepatites virais mostraram tendência de queda no período avaliado, entretanto, em 2021, percebe-se que, de forma oposta, a Hepatite A e a hepatite viral não especificada apresentaram aumento em comparação ao ano anterior.

Dados divulgados no último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde mostram que, em 2019, o estado apresentou coeficientes de mortalidade de hepatite B e C semelhantes aos do Nordeste e inferiores aos apresentados pelo Brasil.

MOSSORÓ

Conforme o SIM, neste período abrangido, Mossoró contabilizou 35 mortes em decorrência das hepatites virais. O ano com o maior número de mortes foi em 2013. Naquele ano foram 6 vítimas. Já os anos de 2011, 2018 e 2019 tiveram cinco óbitos, cada.

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