Edinaldo Moreno / repórter do JORNAL DE FATO
Dados da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) obtidos pela reportagem do JORNAL DE FATO mostram que o Rio Grande do Norte notificou até a tarde desta segunda-feira (1º) 25 casos de Monkeypox, mais conhecida por varíola dos macacos. Nenhuma dessas notificações ocorreu no município de Mossoró, segundo a pasta estadual.
Pelo levantamento, o RN contabiliza 2 casos confirmados, 7 casos descartados, 13 casos suspeitos, 1 em investigação e 2 sem critério. A doença não provocou óbito no território potiguar.
Os dois casos confirmados no estado são de pessoas residentes em Natal. Os dois casos são do sexo masculino, entre 30 e 40 anos. A maioria dos casos suspeitos se concentra na capital do RN.
Dos 13 casos nesta condição, 7 estão em Natal. Os demais casos suspeitos são em Parnamirim (3), Macaíba (2) e Ceará-Mirim (1). Já nos casos descartados, 5 são de Natal, 1 em Macaíba e outro em Nísia Floresta. O único caso em investigação no momento é em Jandaíra. Os dois casos sem critério são em Natal e Pureza.
A Secretaria Estadual de Saúde também informou que até o último dia 28 de julho foram notificados no mundo 21.125 casos confirmados de Monkeypox, distribuídos em 77 países. No Brasil, até o momento, foram confirmados 1.259, 1.160 na Região Sudeste, 33 na Região Sul, 44 na Região Centro Oeste, 3 na Região Norte e 19 na região Nordeste e um óbito na Região Sudeste, em Minas Gerais.
ALERTA
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Coordenação de Vigilância em Saúde (CVS), emitiu nesta segunda-feira (1º) duas notas técnicas direcionadas para as notificações dos possíveis casos de Monkeypox, conhecida como varíola dos macacos, e para orientar empregadores e trabalhadores da rede de hotéis e de motéis com relação às formas de transmissão da doença.
O documento traz os números mais atualizados da doença no território potiguar e as medidas de vigilância e monitoramento de casos suspeitos com notificação imediata, bem como divulgar de maneira rápida e eficaz as orientações para resposta ao evento de saúde pública.
Transmitida de animais para humanos, a Monkeypox (Varíola dos Macacos) é uma zoonose que provoca doença em humanos. Diante dos dados e do crescimento em todo o país da doença, a Vigilância em Saúde emitiu orientação.
A nota orienta que todos os casos suspeitos de monkeypox no RN deverão ser notificados de forma imediata, em até 24 horas, preferencialmente no “Formulário de notificação com cópia para o CIEVS Estadual, através dos canais listados abaixo, por se tratar de uma doença de notificação imediata”.
A nota orientativa para empregadores e trabalhadores da rede de hotéis e de motéis, com relação às formas de transmissão da Monkeypox, traz as medidas de Vigilância para proteger o trabalhador de possíveis contaminações, como manejo de objetos e reforço dos protocolos de higienização.
"A Vigilância em Saúde está em alerta para o crescimento dos casos em todo o país e no mundo. É importante destacar que o aparecimento de qualquer sintoma característico da doença, a população deve procurar uma unidade básica mais próxima de sua residência e garantir o diagnóstico precoce e oportuno para que não tenhamos surtos da doença no Estado do Rio Grande do Norte", explica Kelly Lima, coordenadora de Vigilância em Saúde da SESAP.
TRANSMISSÃO E SINTOMAS
A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com um animal ou humano infectado, ou com material corporal humano contendo o vírus. A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de grandes gotículas respiratórias. Como as gotículas não podem viajar muito, é necessário um contato pessoal prolongado. O vírus também pode infectar as pessoas através de fluidos corporais, ou seja, com o contato com a lesão ou contato indireto com o material da lesão.
O período de incubação da varíola dos macacos pode variar de 5 a 21 dias. O estágio febril da doença geralmente dura de 1 a 3 dias com sintomas que incluem febre, dor de cabeça intensa, linfadenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos), dor nas costas, mialgia (dor muscular) e astenia intensa (falta de energia).
O estágio febril é seguido pelo estágio de erupção cutânea, com duração de 2 a 4 semanas. As lesões evoluem de máculas (lesões com base plana) para pápulas (lesões dolorosas firmes elevadas).
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico consiste da anamnese e exame físico para diferenciar Monkeypox de outras doenças, a exemplo de: varicela, sarampo, arboviroses, infecções bacterianas da pele, sífilis primária ou secundária, cancroide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso, reação alérgica ou herpes zoster e simples, bem como de exames laboratoriais.
A nota ressalta que não existem tratamentos específicos para a infecção pelo vírus da Monkeypox e os sintomas geralmente desaparecem naturalmente. Mas, de acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o Brasil terá o antiviral para tratar dos casos mais graves da doença.
É importante manter cuidados com as erupções cutâneas, deixando-as secar naturalmente ou cobrindo-as com um curativo úmido para proteger a área afetada, se necessário. Deve-se evitar tocar em feridas na boca ou nos olhos. Além disso, os cuidados clínicos para pessoas hospitalizadas com Monkeypox devem ser voltados para aliviar os sintomas, gerenciar complicações e prevenir sequelas a longo prazo, além das medidas de prevenção de infecções secundárias.
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