Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024

Postado às 08h45 | 24 Ago 2022 | redação Varíola dos macacos: oficina capacita técnicos para material coletado

Crédito da foto: Ilustrativa Rio Grande do Norte tem 18 casos cofirmados da doença

Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO

A II Unidade Regional de Saúde Pública (II Ursap) realizou nesta terça-feira (23) oficina sobre monitoramento, fluxo e coleta de amostras para a Monkeypox, mais conhecida como varíola dos macacos. A ação capacitou quase 40 técnicos das 2ª e 8ª Regiões de Saúde vinculados ao órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).

Esses técnicos serão responsáveis pela coleta das amostras nos 26 municípios da II URSAP. A capacitação foi realizada pela enfermeira do Laboratório Regional de Mossoró (LAREM), Maria das Graças.

“Ela tratou da inserção no sistema que insere os dados da coleta e como ela é realizada”, disse a técnica da II Ursap, Kleylanda Linhares, que informou ainda que a notificação do caso suspeito deve ser notificada num prazo de 24 horas. “Outro ponto que foi abordado pela enfermeira do LAREM foi que a notificação do caso suspeito da varíola dos macacos deve ser realizada em 24 horas. Foi ensinado aos profissionais como fazer a coleta, como guardar o material e o seu envio”.

Coordenaram o evento as técnicas da II URSAP, a Referência da Atenção Primária à Saúde (APS), Kleylenda Linhares, a Referência da Vigilância Epidemiológica, Vera Cristina Vale, a Referência Técnica SIM/SINASC, Vilcelânia Alves, Referência do Programa de Controle da Doença de Chagas, Valéria Duarte, Referência do Programa Saúde do Trabalhador, Lucélia Pereira, apoiadora técnica de Planejamento, Regionalização e Gestão, Beatriz Fernandes e a estagiária da APS, Gabriela Faustino.

PRIMEIRO CASO EM MOSSORÓ

A segunda maior cidade do Rio Grande do Norte confirmou o primeiro caso da doença no início de agosto. A primeira infecção de Monkeypox no município foi confirmada num homem de 48 anos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em 5 de agosto.

A pasta municipal informou à época que o homem chegou à cidade no dia 23 de julho passado sem sintomas. No dia 25, começou a apresentar os primeiros sintomas virais, como febre e calafrio e no dia 30, as primeiras “bolhas”.

O paciente se deslocou à infectologista que solicitou o exame. O exame foi colhido no dia 3 de agosto e no dia seguinte saiu o resultado para a varíola dos macacos.

A SMS acrescenta que pacientes com suspeitas da doença devem procurar a Unidade de Pronto Atendimento do bairro Belo Horizonte. Caso o paciente tenha alguma complicação após o diagnóstico deverá seguir para o Hospital Rafael Fernandes (HRF).

Na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) confirmou o segundo caso suspeito da doença.

NOTAS TÉCNICAS

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Coordenação de Vigilância em Saúde (CVS), emitiu no início do mês de agosto duas notas técnicas direcionadas para as notificações dos possíveis casos da varíola dos macacos, e para orientar empregadores e trabalhadores da rede de hotéis e de motéis com relação às formas de transmissão da doença.

O documento trouxe as medidas de vigilância e monitoramento de casos suspeitos com notificação imediata, bem como divulgar de maneira rápida e eficaz as orientações para resposta ao evento de saúde pública.

Transmitida de animais para humanos, a Monkeypox (Varíola dos Macacos) é uma zoonose que provoca doença em humanos. Diante dos dados e do crescimento em todo o país da doença, a vigilância em Saúde emitiu os documentos.

A nota orienta que todos os casos suspeitos de monkeypox no RN deverão ser notificados de forma imediata, em até 24 horas, preferencialmente no “Formulário de notificação com cópia para o CIEVS Estadual, através os canais listados abaixo, por se tratar de uma doença de notificação imediata”.

A nota orientativa, para empregadores e trabalhadores da rede de hotéis e de motéis com relação às formas de transmissão da Monkeypox, traz as medidas de Vigilância para proteger o trabalhador de possíveis contaminações, como manejo de objetos e reforço dos protocolos de higienização.

TRANSMISSÃO E SINTOMAS

A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com um animal ou humano infectado, ou com material corporal humano contendo o vírus. A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de grandes gotículas respiratórias. Como as gotículas não podem viajar muito, é necessário um contato pessoal prolongado. O vírus também pode infectar as pessoas através de fluidos corporais, ou seja, com o contato com a lesão ou contato indireto com o material da lesão.

O período de incubação da varíola dos macacos pode variar de 5 a 21 dias. O estágio febril da doença geralmente dura de 1 a 3 dias com sintomas que incluem febre, dor de cabeça intensa, linfadenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos), dor nas costas, mialgia (dor muscular) e astenia intensa (falta de energia).

O estágio febril é seguido pelo estágio de erupção cutânea, com duração de 2 a 4 semanas. As lesões evoluem de máculas (lesões com base plana) para pápulas (lesões dolorosas firmes elevadas).

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico consiste da anamnese e exame físico para diferenciar Monkeypox de outras doenças, a exemplo de: varicela, sarampo, arboviroses, infecções bacterianas da pele, sífilis primária ou secundária, cancroide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso, reação alérgica ou herpes zoster e simples, bem como de exames laboratoriais.

A nota ressalta que não existem tratamentos específicos para a infecção pelo vírus da Monkeypox e os sintomas geralmente desaparecem naturalmente. No Brasil também ainda não existe vacina contra a doença.

É importante manter cuidados com as erupções cutâneas, deixando-as secar naturalmente ou cobrindo-as com um curativo úmido para proteger a área afetada, se necessário. Deve-se evitar tocar em feridas na boca ou nos olhos. Além disso, os cuidados clínicos para pessoas hospitalizadas com Monkeypox devem ser voltados para aliviar os sintomas, gerenciar complicações e prevenir sequelas a longo prazo, além das medidas de prevenção de infecções secundárias.

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