Edinaldo Moreno/Repórter do Jornal de Fato
O boletim mais recente do Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde (CIEVS) mostrou que o número de notificações para o Monkeypox, mais conhecida como varíola dos macacos, em Mossoró subiu para quatro. O documento foi atualizado na última segunda-feira (29) e divulgado nesta terça-feira (30) pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).
O último boletim informa que Mossoró tem dois casos suspeitos, um caso confirmado e outro já descartado para a doença. O primeiro caso confirmado na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte ocorreu no início de agosto. A primeira infecção de Monkeypox no município foi confirmada num homem de 48 anos.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explica que pacientes com suspeitas da varíola dos macacos devem procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Belo Horizonte. Caso o paciente tenha alguma complicação após o diagnóstico deverá seguir para o Hospital Rafael Fernandes (HRF).
RIO GRANDE DO NORTE
A publicação mais recente do CIEVS informa que o Rio Grande do Norte contabiliza 22 casos confirmados de Monkeypox. As três maiores cidades potiguares concentram todos os casos até o momento.
Deste total, 72% dos casos foram registrados em Natal. A capital do estado registra 16 casos. Na sequência vem Parnamirim. O terceiro município mais populoso do RN soma 5 casos e o outro foi registrado em Mossoró, como citado mais acima.
Todos os 22 casos confirmados até o momento no Rio Grande do Norte foram registrados em pessoas do sexo masculino. As faixas com maior número de infectados pela doença são as de 30 a 39 anos e a de 40 a 49 anos. Ambas têm 9 casos cada. A faixa etária de 20 a 29 anos tem 2 casos. As faixas de 0 a 11 anos e a de 50 a 59 anos têm um caso cada.
O número de casos suspeitos chegou a 68 e está distribuído desta forma: Natal (24), Parnamirim (17), Extremoz (6), Jandaíra (4), São Gonçalo do Amarante (4), Nova Cruz (3), Mossoró (2), Baraúna (1), Bento Fernandes (1), Doutor Severiano (1), Equador (1), Marcelino Vieira (1), Portugal (país) (1), Riachuelo (1) e São Rafael (1). Os casos descartados somam 71 e os prováveis são 8.
NOTAS TÉCNICAS
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Coordenação de Vigilância em Saúde (CVS), emitiu no início do mês de agosto duas notas técnicas direcionadas para as notificações dos possíveis casos da varíola dos macacos, e para orientar empregadores e trabalhadores da rede de hotéis e de motéis com relação às formas de transmissão da doença.
O documento trouxe as medidas de vigilância e monitoramento de casos suspeitos com notificação imediata, bem como divulgar de maneira rápida e eficaz as orientações para resposta ao evento de saúde pública.
Transmitida de animais para humanos, a Monkeypox (Varíola dos Macacos) é uma zoonose que provoca doença em humanos. Diante dos dados e do crescimento em todo o país da doença, a Vigilância em Saúde emitiu os documentos.
A nota orienta que todos os casos suspeitos de monkeypox no RN deverão ser notificados de forma imediata, em até 24 horas, preferencialmente no “Formulário de notificação com cópia para o CIEVS Estadual, através os canais listados abaixo, por se tratar de uma doença de notificação imediata”.
A nota orientativa para empregadores e trabalhadores da rede de hotéis e de motéis, com relação às formas de transmissão da Monkeypox, traz as medidas de Vigilância para proteger o trabalhador de possíveis contaminações, como manejo de objetos e reforço dos protocolos de higienização.
TRANSMISSÃO E SINTOMAS
A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com um animal ou humano infectado, ou com material corporal humano contendo o vírus. A transmissão entre humanos ocorre principalmente através de grandes gotículas respiratórias. Como as gotículas não podem viajar muito, é necessário um contato pessoal prolongado. O vírus também pode infectar as pessoas por meio de fluidos corporais, ou seja, com o contato com a lesão ou contato indireto com o material da lesão.
O período de incubação da varíola dos macacos pode variar de 5 a 21 dias. O estágio febril da doença geralmente dura de 1 a 3 dias com sintomas que incluem febre, dor de cabeça intensa, linfadenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos), dor nas costas, mialgia (dor muscular) e astenia intensa (falta de energia).
O estágio febril é seguido pelo estágio de erupção cutânea, com duração de 2 a 4 semanas. As lesões evoluem de máculas (lesões com base plana) para pápulas (lesões dolorosas firmes elevadas).
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico consiste da anamnese e exame físico para diferenciar Monkeypox de outras doenças, a exemplo de: varicela, sarampo, arboviroses, infecções bacterianas da pele, sífilis primária ou secundária, cancroide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso, reação alérgica ou herpes zoster e simples, bem como de exames laboratoriais.
A nota ressalta que não existem tratamentos específicos para a infecção pelo vírus da Monkeypox e os sintomas geralmente desaparecem naturalmente. No Brasil também ainda não existe vacina contra a doença.
É importante manter cuidados com as erupções cutâneas, deixando-as secar naturalmente ou cobrindo-as com um curativo úmido para proteger a área afetada, se necessário. Deve-se evitar tocar em feridas na boca ou nos olhos. Além disso, os cuidados clínicos para pessoas hospitalizadas com Monkeypox devem ser voltados para aliviar os sintomas, gerenciar complicações e prevenir sequelas a longo prazo, além das medidas de prevenção de infecções secundárias.
Tags: