Levantamento mais recente divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) mostra que o Rio Grande do Norte tem mais de 800 pessoas na fila aguardando pelo transporte de algum órgão, como rins, córneas, medula e coração. A campanha Setembro Verde busca sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos. Não há dados somente por município.
De acordo com a pasta estadual, a maior quantidade de pacientes em espera é pelo transplante de córneas. São, ao todo, 490 pessoas em todo o território potiguar. Na sequência da lista aparece rins com 270 pacientes aguardando. O RN tem ainda 70 pessoas esperando transplante de medula e três do coração.
“Fazer essa fila andar depende diretamente da doação de órgãos que, por sua vez, depende dos familiares aceitarem a doação. Este ato impacta não só na vida dos potiguares, mas se estende por todo o território nacional, já que podemos conseguir enviar os órgãos para estados vizinhos”, explicou Rogéria Medeiros, coordenadora da Central Estadual de Transplantes.
A Secretaria de Saúde do RN destaca ainda que se comparado ao mesmo período do ano passado, houve um crescimento de doações e transplantes no primeiro semestre de 2022. Foram 21 doações este ano (11,8 pmp - por milhão de população), enquanto que em 2021 foram 11 (6,2 pmp) O RN está próximo da média nacional de 15,4 pmp no 1º semestre de 2022 e 13,7 nesse período no ano passado.
Neste primeiro semestre de 2022 foram realizados 27 transplantes de rins no estado, 82 de córnea, 70 de medula óssea, três de pele e um de coração, que foi o primeiro em dez anos no RN. Durante o ano passado foram dois transplantes de rins, 39 de córnea e 52 de medula, não realizando de pele.
De acordo com o Ministério da Saúde, em junho de 2022 o Brasil estava com mais de 56.000 pessoas na fila de espera por transplante de órgãos. Para o aumento das doações é de suma importância a ampliação do debate sobre a temática. Pesquisas identificam que os dois principais motivos das negativas familiares são o conhecimento limitado do conceito de morte encefálica e o desconhecimento do desejo do potencial doador, tendo em vista que muitas pessoas são favoráveis à doação de órgãos, mas não expressam sua vontade em vida, para conhecimento da família.
Ações
Para celebrar o Setembro Verde, diversas ações educativas estão sendo realizadas ao longo do mês em universidades e hospitais. Também estão programadas capacitações, rodas de conversa e palestras sobre diagnóstico de morte encefálica; comunicação de más notícias e doação/transplante de órgãos e tecidos.
Hospital Tarcísio Maia registra em 2022 oito cirurgias de captação de órgãos
Dados mais recentes divulgados pela Comissão Intra- Hospitalar de Doação de Órgão e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mostram que foram realizadas em 2022 o total de oito cirurgias de captação de órgãos.
De acordo com o CIHDOTT, esse número ultrapassou a quantidade de captações feitas no ano passado. Em 2021, foram registradas seis captações. Nos últimos 6 anos, o HRTM teve 40 captações de órgãos pela equipe da CIHDOTT, composta por uma equipe multidisciplinar, reconstituída em julho de 2016.
No HRTM, é realizada a captação de múltiplos órgãos em pacientes com diagnóstico de Morte Encefálica, após consentimento familiar. O diagnóstico de Morte Encefálica é fundamental no processo de doação de órgãos, tendo em vista que alguns órgãos necessitam ser retirados antes da parada cardíaca para poder viabilizar o transplante.
Tags: