Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024

Postado às 13h30 | 04 Out 2022 | Redação Mossoró registrou quase 1.000 casos de câncer de mama e colo do útero em 5 anos

Crédito da foto: Divulgação diagnosticados e tratados 999 casos das doenças, sendo 739 de câncer de mama e 260 de colo de útero

Edinaldo Moreno/Da Redação

A Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), referência no tratamento oncológico em Mossoró e região, diagnosticou e tratou 999 casos de câncer de mama e colo de útero no período de 2017 a 2021. Deste total, 739 são referentes a primeira doença e 260 e da segunda.

Neste período, o ano com o maior registro de casos de câncer de mama 2019. Naquele ano, foram notificados e tratados na LMECC 168 casos. O ano de 2017 teve 155 diagnósticos da doença e foi o segundo com o maior número neste período de 5 anos. Já em relação ao câncer do colo de útero o ano com mais casos notificados foi também 2019, com 75, seguido de 2018, com 68.

O maior número de casos de câncer de mama, distribuídos proporcionalmente por faixa etária, esteve entre 30 a 35 anos. Nesta faixa etária foram registrados 22 casos. A faixa com o segundo maior número foi a de 50 a 54 anos, com 19. Em relação ao câncer do colo de útero a faixa com o maior número foi a entre 30 a 35 anos, com 12 casos.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer, o INCA, no Brasil, estimam-se que 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres.

Não é a toa que o câncer de mama é uma das doenças mais temidas pelo público feminino. Além da freqüência com que ocorre e da quantidade de óbitos, o tumor pode causar muitas seqüelas, físicas e psicológicas. Políticas públicas nessa área vêm sendo desenvolvidas no Brasil desde meados dos anos 80 e foram impulsionadas pelo Programa Viva Mulher, em 1998.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. A doença também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. Relativamente raro antes dos 35 anos, ultimamente nesta idade sua incidência tem-se crescido. Após os 50 anos as estatísticas são bem maiores.

A idade continua sendo o principal fator de risco para esta enfermidade. Esta doença é mais comum em mulheres acima de 50 anos. Quanto maior a idade maior a chance de apresentar os sintomas. Mulheres entre a faixa de 25 a 35 anos temos encontrado com uma frequência relativamente crescente uma vez em que se era raro.

Outros fatores de risco já estão bem estabelecidos, como os relacionados à vida reprodutiva (obesidade, Estilo de vida não saudáveis, menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal), história familiar de câncer da mama e alta densidade do tecido mamário.

COLO DE ÚTERO

Ainda de acordo com INCA o número de casos novos de câncer do colo do útero esperados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 16.590, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o segundo mais incidente nas Regiões Norte (21,20/100 mil), Nordeste (17,62/100 mil) e Centro-Oeste (15,92/100 mil). Já na Região Sul (17,48/100 mil), ocupa a quarta posição e, na Região Sudeste (12,01/100 mil), a quinta posição.

O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos (chamados oncogênicos) do Papilomavírus Humano - HPV. A infecção genital por este vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. É o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

MORTALIDADE

O levantamento da LMECC também traz dados sobre a mortalidade no período referentes ao câncer de mama e de colo do útero. Entre 2017 e 2021 foram registrados 311 mortes, sendo 211 provocadas pelo câncer de mama e 100 motivados pelo câncer do colo de útero.

O número de mortes por câncer de mama e câncer de colo de útero (segundo a causa básica) ocorridos no Estado do Rio Grande do Norte, período 2017 – 2021, chegou a 1.934, sendo 1.387 relacionados a primeira e 547 da última.

O maior número de mortes por câncer de mama no território potiguar no período ocorreu em 2020. Naquele ano foram registrados 306. Já o maior número de mortes provocados pelo colo de útero ocorreu em 2019, com 123.

CAMPANHA

Outubro é o mês que marca a luta contra o câncer de mama. O Brasil é um dos países a aderir ao movimento que já dura mais de dez anos e começou na Califórnia. O “Outubro Rosa” é um esforço mundial para conscientizar e mobilizar a sociedade no combate à doença, principalmente o público feminino. O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano e o tumor que mais mata as mulheres.

Em Mossoró, a abertura da campanha alusiva a data ocorrerá na próxima quarta-feira (5), a partir das 8h30, no auditório da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACS/UERN).

“A Secretaria Municipal de Saúde, através da Atenção Primária em Saúde, vai trabalhar as ações desse ano do Outubro Rosa focadas na questão de prevenção. Vamos trabalhar a promoção à saúde das mulheres. Serão realizadas durante o mês de outubro várias atividades onde o foco justamente será trabalhar os fatores de risco”, explicou Suiann Costa, coordenadora da Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde.

LMECC promoverá triagem gratuita em 14 de outubro

A Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC)vai promover durante este mês de outubro mais uma triagem gratuita de pacientes com suspeita de câncer de mama. A ação está agendada para o próximo dia 14 deste mês.

O atendimento ocorrerá a partir das 13 horas. De acordo com a entidade, para participar, a paciente deve apresentar exame de imagem realizado pelo menos nos últimos 12 meses, que aponte alguma alteração. 

As pacientes podem procurar o Hospital da Liga Mossoroense (antiga Casa de Saúde Santa Luzia) onde serão atendidas. Além do exame de imagem (mamografia, ultrassonografia de mama ou ressonância), a paciente deve levar documento de identificação oficial com foto e o cartão do SUS.

O atendimento será realizado pelo Mastologista da LMECC, Dr. Dennys Fowler, por ordem de chegada, não sendo necessário agendamento prévio. Quem confirmar a suspeita será encaminhado para realizar tratamento na própria Instituição.

Para mais informações ou dúvidas, pode-se entrar em contato com a Central de Atendimento da Liga Mossoroense pelo telefone (84) 3323-7700 ou acessar o instagram oficial da Instituição @lmecc.solidariedade.

CASOS DIAGNOSTICADOS E TRATADOS (2017 A 2021)

CÂNCER DE MAMA

2017 – 155 casos

2018 – 136 casos

2019 – 168 casos

2020 – 144 casos

2021 – 136 casos

Total – 739 casos

COLO DE ÚTERO

2017 – 37 casos

2018 – 63 casos

2019 – 75 casos

2020 – 37 casos

2021 – 48 casos

Total – 260 casos

DISTRIBUIÇÃO DE CASOS POR FAIXA ETÁRIA

CÂNCER DE MAMA

30 a 34 – 16 casos

35 a 39 – 22 casos

40 a 44 – 15 casos

45 a 49 – 16 casos

50 a 54 – 19 casos

55 a 59 – 17 casos

60 a 64 – 08 casos

65 a 69 – 07 casos

70 a 74 – 06 casos

75 a 79 – 05 casos

80 ou mais – 05 casos

COLO DE ÚTERO

35 a 39 – 12 casos

40 a 44 – 10 casos

45 a 49 – 09 casos

50 a 54 – 07 casos

55 a 59 – 06 casos

60 a 64 – 03 casos

75 a 79 – 01 caso

MORTALIDADE

CÂNCER DE MAMA

2017 – 41 óbitos

2018 – 35 óbitos

2019 – 44 óbitos

2020 – 50 óbitos

2021 – 41 óbitos

Total – 211 óbitos

COLO DE ÚTERO

2017 – 14 óbitos

2018 – 18 óbitos

2019 – 24 óbitos

2020 – 23 óbitos

2021 – 21 óbitos

Total – 100 óbitos

fonte: Sistema de Informação de Mortalidade – SIM

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