Por Edinaldo Moreno / Repórter do Jornal de Fato
Dados do Sistema de Informação do Câncer em 2022 (SISCAN/RN) e divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) apontam que o Rio Grande do Norte contabilizou em 2021 o total de 51.166 mamografias bilaterais de rastreamento na faixa etária de 40 a 69 anos e 88.967 exames citopatológicos de rastreamento, na faixa etária de 25 a 64 anos na rede SUS (Sistema Único de Saúde).
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo, no Brasil e no Rio Grande do Norte. O Instituto Nacional do Câncer (INCA/MS) estima 1.130 casos novos de câncer de mama para cada ano do triênio 2020-2022 no RN, o que representa 61,85 casos para cada 100 mil mulheres. No Brasil, a previsão é de 66.280 casos novos/ano, o que corresponde a 61,61 casos para cada 100 mil mulheres. As maiores taxas de incidência esperadas ocorreram nas capitais do país.
Anualmente, a Campanha Internacional do Outubro Rosa alerta as mulheres sobre a importância do diagnóstico precoce na prevenção do Câncer de Mama. Durante todo mês de outubro, órgãos de saúde e entidades da sociedade civil se mobilizam para intensificar a realização de ações educativas e informativas relacionadas à prevenção.
De acordo com a pasta estadual, durante a pandemia da Covid-19 não houve restrições para a realização das mamografias para diagnóstico, em mulheres em acompanhamento, com histórico familiar e em mulheres que apresentaram sinais e sintomas.
A Secretaria Estadual de Saúde destaca que os 167 municípios potiguares estão mobilizados para ofertar a mamografia bilateral de rastreamento à população feminina na faixa etária de 40 a 69 anos e o exame preventivo de rastreamento para toda mulher com idade entre 25 e 64 anos.
De acordo com a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, o cuidado integral ao usuário deve ser oferecido de forma regionalizada e descentralizada. A Política estabelece que o tratamento do câncer deve ser feito em estabelecimentos de saúde habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).
O Rio Grande do Norte conta com sete locais onde são realizados o tratamento contra o câncer. Deste total, cinco estão situados em Natal e os outros dois em Mossoró. Na capital do estado são: Hospital do Coração de Natal (Unacon), Hospital Dr. Luiz Antônio/Liga Norteriograndense Contra o Câncer (Cacon com serviço de Oncologia Pediátrica), Hospital Infantil Varela Santiago/Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Rio Grande do Norte (Unacon exclusiva de Oncologia Pediátrica), Hospital Universitário Onofre Lopes - HUOL (Unacon) e Natal Hospital Center S/C Ltda (Unacon). E em Mossoró são: Hospital da LMECC (Unacon com serviço de Radioterapia) e Hospital Wilson Rosado (Unacon).
Durante a campanha do Outubro Rosa deve ser preservada a segurança de indivíduos e profissionais de saúde, de acordo com os protocolos de medidas de prevenção e proteção relativas aos efeitos da pandemia da Covid-19, observando as seguintes recomendações: consultas agendadas previamente, seguindo as indicações de periodicidade e faixa-etária; reagendar a consulta de toda mulher com sinais e sintomas suspeitos de Covid-19 antes de chegarem à sala de espera para o atendimento; o distanciamento físico deve ser estimulado, organizado e monitorado para evitar aglomerações nas salas de espera e nas áreas de atendimento; limitar a entrada de acompanhantes na unidade de saúde; desinfetar e limpar regularmente o ambiente, as superfícies e os equipamentos; usuários e profissionais de saúde devem usar máscara facial e lavar frequentemente as mãos; os profissionais de saúde devem utilizar equipamento de proteção individual (EPI), segundo orientação específica; as unidades de saúde devem agendar consultas de seguimento, evitando idas desnecessárias das usuárias às unidades de saúde para fins de marcação de novas consultas.
MOSSORÓ
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) lançou nesta quarta-feira (5) a campanha “Outubro Rosa” em Mossoró. A solenidade aconteceu no auditório da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACS/UERN).
Até o fim deste mês, várias ações em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e outros equipamentos ligados à pasta municipal serão realizadas alusivas à temática. Haverá nesse período salas de espera, calçada amiga, rodas de conversa, palestras educativas sobre os fatores de risco e prevenção ao câncer de mama e do colo do útero, entre outras.
“Nós iremos trabalhar em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), como também no PAM do Bom Jardim e no AMI (Ambulatório Materno Infantil). Nas UBSs iremos intensificar a temática com rodas de conversa e levar as informações sobre prevenção e cuidados que devemos ter e reduzir ao máximo o risco das mulheres em pegar essas doenças”, explicou Katiana Aquino, diretora da Atenção Básica da SMS.
A nutricionista Luanda Mezaab participou da abertura e tratou sobre alimentação saudável. Ela contou, citando dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que 30% de todos os cânceres podem ser reduzidos ou prevenidos se a população realizar mudanças simples na alimentação e na prática da atividade física.
“Eu não estou falando de alimentos que sejam de difícil acesso. Estou falando de alimentos que sejam da nossa região, alimentos baratos como banana, goiaba, acerola que fazem parte da nossa região, como também o jerimum. Eles são alimentos riquíssimos em nutrientes que podem vir, sim, a ajudar na prevenção do câncer”.
Fatores de risco
Não existe somente um fator de risco para câncer de mama, no entanto, a idade acima dos 50 anos é considerada o mais relevante. Outros fatores também são igualmente importantes e contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença como: fatores genéticos, hereditários, menstruação precoce, menopausa tardia, obesidade, sedentarismo, radiações ionizantes, alimentação inadequada, uso abusivo de bebidas alcoólicas, tabagismo, primeira gestação após os 30 anos, não ter tido filhos.
Alguns hábitos também ajudam a reduzir os fatores de risco para o câncer de mama em até 28%. São eles: praticar exercícios físicos; alimentar-se de forma saudável; manter o peso corporal adequado; evitar o consumo de bebidas alcoólicas; amamentar; usar hormônios sintéticos apenas com prescrição médica.
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