Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024

Postado às 08h30 | 27 Out 2022 | redação Jovens de Mossoró apresentam papelão biodegradável em feira internacional

Crédito da foto: Divulgação Maria Eduarda, Gustavo Souza e Airton Victor são alunos da Escola Aída Ramalho

Por Marta Araújo – Especial

Estudantes de 21 estados do Brasil além do Distrito Federal e outros sete países estão reunidos em Novo Hamburgo/RS até esta quinta-feira, 27, na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia - 37ª Mostratec. Os jovens cientistas fazem fervilhar os pavilhões do Centro de Eventos da FENAC com muitas inovações e soluções para problemas complexos e cotidianos. A feira é a maior do seu estilo na América Latina e sua organização é feita pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha.

Entre os participantes estão três jovens estudantes de Mossoró: Gustavo Souza Oliveira da Silva, Maria Eduarda Dias do Nascimento e Airton Victor Sales Ferreira, da Escola Estadual em Tempo Integral Aída Ramalho Cortez Pereira.

Os estudantes mossoroenses desenvolveram um papelão biodegradável, feito de reaproveitamento do papel kraft e do pó da palha de milho. Eles perceberam que os insumos para fazer papelão estavam em escassez. Então, buscaram uma alternativa biodegradável. Primeiramente, testaram o pó da cana de açúcar, mas perceberam que com o pó da palha de milho, o material ficava mais resistente.

“A gente procurou materiais que fossem mal descartados na nossa região, que no caso foi o papel kraft, aquele papel que reveste o cimento, que é muito descartado nas construções e palha do milho, em abundância na nossa região. Observamos que o papelão ondulado, o papelão convencional que usamos, era um dos materiais em escassez, por isso que veio a ideia do projeto, tentar achar soluções para resolver esses dois problemas”, explica Maria Eduarda, de 18 anos e estudante do 3º ano.

Essa embalagem alternativa causa menos impacto ambiental. “Esse projeto no futuro vai ajudar o meio ambiente, primeiramente, porque o papelão convencional demora muito tempo para se degradar na natureza, enquanto o nosso demora 60 dias”, compara Maria Eduarda.

 Consumo de água retirada das centrais de ar

Os projetos com viés sustentável, como o de Nicolas Mateus Paiva Pereira e Thiago dos Santos Silva Nascimento, da Escola Visconde de Mauá - SESI/AMAPÁ, de Macapá/AP são bem visitados. O deles busca uma maneira de consumir a água retirada das centrais de ar. Preocupados com a sociedade em geral, eles criaram um filtro para a água em impressora 3D. “Nós verificamos que o assunto está entre os objetivos da ONU- Organização das Nações Unidas- que são os pilares do desenvolvimento sustentável, sendo o número seis – Água Potável e Saneamento”, conta o estudante do 2ª ano, Nicolas Pereira, de 16 anos. Usam como processo de filtragem o extrato da casca do caule da verônica, uma planta comum na Amazônia, e irradiaram a água coletada da central de ar com uma lâmpada UV.

Os alunos entendem a grandiosidade em buscar alternativas para o consumo de água. “Eu vejo que este projeto vai impactar a minha vida no futuro, pois é uma descoberta de uma nova fonte de água, que podemos torná-la potável. Isto pode impactar na vida, porque apenas 3% da água que existe no mundo é doce e pode ser convertida facilmente em água potável. Então uma nova fonte de água é um tema relevante agora, assim como para o longo prazo”, conclui Nicolas.

Já Letícia Silvestrim Feitoza, de 16 anos, aluna do 2º ano do Colégio Dante Alighieri, de São Paulo/SP, buscou uma maneira de reaproveitar a matéria inorgânica do resíduo sólido do camarão. Ela percebeu que no processo de limpeza e de embalagem, quando, geralmente são removidas a cabeça, o exoesqueleto e a porção posterior do camarão, os resíduos podem chegar a 40 até 52% do peso original do animal. Com isso, são geradas quantidades expressivas de resíduo sólido.

“O resíduo sólido do camarão, quando ele é descartado de maneira incorreta, prejudica muito o meio ambiente, porque são quantidades grandes, mesmo sendo matéria orgânica, impactam o ambiente”, explica Letícia. Mas como resultado o aproveitamento dos resíduos deste fruto do mar vai beneficiar a comunidade como um todo? “Eu acho que se o projeto realmente der certo, conseguir tirar um pouco de circulação esse descarte incorreto, vai poder gerar áreas mais limpas, o que afeta a vida de todo mundo. Pode causar um dia a dia muito melhor”, conclui Letícia.

No total, a feira tem 666 projetos divididos entre 329 na Mostratec (Ensino Médio e Técnico) e 337 na Mostratec Júnior (Fundamental com 264 e Infantil com 73). Além da Mostratec, ocorrerá também a Mostratec Júnior, o Seminário Internacional de Educação Tecnológica (Siet), os Jogos Mostratec, a Corrida Mostratec/Sesc e o Desafio de Robótica Mostratec Atto.

Além do Brasil, participam estudantes dos países: Argentina, Colômbia, México, Paraguai, Peru, Portugal e Taiwan. A estimativa é que o público visitante fique entre 30 e 40 mil pessoas.

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