Por Edinald Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
Historicamente, o período de outubro a janeiro no Rio Grande do Norte é caracterizado por maior frequência de focos de queimadas e incêndios e de situações de baixa umidade relativa do ar e precipitação, provocando diversos riscos à saúde, em virtude da emissão de poluentes atmosféricos e da presença do fogo.
A baixa umidade do ar provoca desconforto quase imediato, com ressecamento das mucosas e risco de infecções. Por conta disso, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) alerta para riscos à saúde neste período do ano no território potiguar, essencialmente no interior do estado.
Nos períodos de estiagem, quanto maior a temperatura, menor a umidade do ar. Geralmente, o horário em que a umidade do ar está menor é entre 15h e 16h. Na última quinta-feira (3), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de baixa umidade para Mossoró e outras 70 cidades potiguares. A umidade estava entre 30% e 20%.
O Inmet alerta, no entanto, que há baixo risco de incêndios florestais e à saúde. Apesar disso, as recomendações do instituto são para beber bastante líquido, evitar desgaste físico nas horas mais secas e evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), os índices de umidade entre 50% e 80% são os ideais. Já abaixo de 30% os sinais de desconforto começam a surgir. O sinal de alerta vem aos 12%. Nele, é recomendado suspender atividades em áreas livres, como aulas de educação física nas escolas, trabalhos manuais e práticas de exercício físico.
Algumas manifestações típicas de baixos índices referentes à umidade relativa do ar são pele, olhos, nariz e garganta secos, indisposição, incêndios. Geralmente provocados por massas de ar quentes e secas, tal situação pode causar, além dos desconfortos citados, danos à saúde.
“A poluição atmosférica é o maior fator de risco ambiental à saúde, causando milhões de mortes evitáveis anualmente, além de contribuir para o adoecimento agudo e crônico da população. Manter boas condições da qualidade do ar que respiramos é fundamental para melhorarmos nossa qualidade de vida. Cuidar do nosso ar é também cuidar da gente”, observou a subcoordenadora de vigilância ambiental da Sesap, Aline Paiva.
Os cuidados básicos são: Lavar as mãos com frequência; Evitar levar as mãos à boca e nariz; Beber bastante água, mesmo sem sede; Comer frutas que tenham muito líquido para ajudar na hidratação; Ficar atento à hidratação das crianças, idosos e de pessoas doentes; Aplicar soro fisiológico no nariz e nos olhos para lubrificar as mucosas; Evitar exercícios físicos entre 10h e 16h; Usar hidratante de pele no rosto e corpo depois do banho e na hora de dormir; e Utilizar chapéu e óculos escuros para se proteger do sol.
Especialistas apontam como ter cuidados com o ambiente. Um dos principais é colocar toalhas molhadas, recipientes com água ou vaporizadores pela casa, principalmente nos quartos de dormir, além de evitar lugares com muita gente ou permanecer em locais fechados por longo período.
Deve-se ainda manter a casa limpa e arejada, pois o tempo seco aumenta a quantidade de ácaros, fungos e poeira nos móveis cortinas e carpetes, trocar a vassoura pelo aspirador de pó ou pano úmido e ligar o ventilador para cima, pois, se ligado para baixo, levanta a poeira no ar.
Por fim, para distâncias menores, preferir andar um pouco, deixando o carro em casa e não queimar lixo nem jogar pontas de cigarro na estrada. Evitar provocar queimadas por descuido ou desatenção.
INCÊNDIOS
Os incêndios florestais são verdadeiras catástrofes ambientais. Entre agosto e setembro, o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte (CBMRN) atendeu 307 ocorrências de combate a incêndios florestais em todo o estado. Somente na primeira semana de outubro, Mossoró registrou 25 queimadas florestais.
O Corpo de Bombeiros alerta que em caso de necessidade, como os agricultores que preparam seus terrenos, é importante fazer aceiros (faixas ao longo das cercas onde a vegetação foi completamente eliminada da superfície do solo, que tem como finalidade prevenir a passagem do fogo para área de vegetação) e observar qual o melhor tempo e horário.
Outra recomendação do CBMRN é que os terrenos baldios sejam mantidos limpos, sem entulhos e se alguém perceber algum foco de incêndio deve entrar em contato imediato com o Corpo de Bombeiros, por meio do telefone 193.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Subcoordenadoria de Vigilância Ambiental (SUVAM), vem atuando de forma intra e intersetorial para reduzir a exposição da população às queimadas e incêndios e minimizar os consequentes efeitos à saúde.
Confira aqui algumas orientações à população:
• Beber bastante líquido, para manter as vias respiratórias úmidas e protegidas;
• Evitar atividades que emitem poluentes atmosféricos no ar doméstico, como fumar e usar fogão a lenha;
• Em casos de exposição intensa à fumaça, fazer o uso de máscaras apropriadas (modelos respiradores tipo N95, PFF2 ou P100). O uso da máscara facial descartável ou de tecido visa proteger contra a infecção por COVID-19, que pode ser agravada pela exposição aos poluentes da fumaça;
• Evitar trabalho pesado, atividades e exercícios ao ar livre quando a qualidade do ar estiver prejudicada pela fumaça;
• Não queimar lixo;
• Não jogar cigarros ou fósforos acesos em áreas de vegetação;
• Não acender fogueiras;
• Não soltar balões ou fogos de artifícios;
• Não transportar ou manusear líquidos inflamáveis;
• Manter em fácil acesso os telefones de emergência dos órgãos locais de resgate, atendimento médico e combate às queimadas: Infrações e crimes ambientais - 0800 281 1975 / Bombeiros – 193 / Denúncias - 190
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