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Postado às 08h45 | 28 Nov 2022 | redação Dezembro Vermelho chama a atenção para prevenção ao HIV/Aids e outras ISTs

Crédito da foto: Reprodução Em Mossoró, a campanha será lançada na próxima quinta-feira (1º)

Por Edinaldo MorenoRepórter do JORNAL DE FATO

Instituída pela lei nº 13.504/2017, a campanha Dezembro Vermelho marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis chamadas de ISTs. Ela chama a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.

O nome está relacionado à cor que simboliza a luta contra a doença e o respeito às pessoas soropositivas. A campanha é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/Aids e às demais ISTs, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais.

Em Mossoró, a campanha será aberta na próxima quinta-feira (1º). Haverá a apresentação do cronograma de atividades que serão desenvolvidas ao longo do mês de dezembro nos equipamentos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), além de uma palestra com infectologista para falar sobre o tema.

“A nossa intenção nesse ano é a de trabalhar prevenção e a temática do HIV/Aids que é um momento importante nesse Dezembro Vermelho, para promover diagnóstico precoce dessas doenças e também programamos ações nos cinco distritos onde vamos levar serviços de testagens e vacinação aos lugares onde as pessoas não têm tanta facilidade de ir aos serviços”, explicou Maria da Conceição, coordenadora do Programa IST/AIDS/Hepatites Virais da Secretaria de Saúde de Mossoró.

Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV). Esse vírus, do tipo retrovírus, ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Os pacientes soropositivos, que têm ou não Aids, podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

Todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm direito a iniciar o tratamento com os medicamentos antirretrovirais, imediatamente, e, assim, poupar o seu sistema imunológico. Esses medicamentos (coquetel) impedem que o vírus se replique dentro das células T CD4+ e evitem, assim, que a imunidade caia e que a Aids apareça.

Entre 2020 e 2022, Mossoró registrou 130 casos de Aids, sendo que o maior número foi registrado nesse ano. O ano corrente tem 49 notificações confirmadas, contra 43 em 2021 e 38 em 2020. Já em relação ao HIV, são 30 casos em 2022, 43 em 2021 e 21 no ano retrasado.

ISTs

Já as Infecções Sexualmente Transmissíveis são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada.

De maneira menos comum, as ISTs também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.

A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento e o tratamento das ISTs e do HIV/Aids são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

O termo Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotado em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.

As principais ISTs são: Herpes genital, Cancro mole (cancroide), HPV, Doença Inflamatória Pélvica (DIP), Donovanose, Gonorreia e infecção por Clamídia, Linfogranuloma venéreo (LGV), Sífilis, Infecção pelo HTLV e Tricomoníase.

RETRANCA

Preservativo é o método mais eficaz para evitar transmissão

O método mais eficaz para evitar a transmissão das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais B e C é o uso do preservativo (masculino e feminino) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais).

O Ministério da Saúde esclarece que a prevenção combinada abrange o uso do preservativo masculino ou feminino, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das ISTs, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV, redução de danos, entre outros.

Existem vários métodos anticoncepcionais, no entanto, o único que pode evitar a gravidez e também prevenir as ISTs é a camisinha (masculina ou feminina). Orienta-se que, sempre que possível, realizar a dupla proteção: uso da camisinha e de outro método anticonceptivo de escolha.

Geralmente, o termo “sexo seguro” é associado ao uso exclusivo de preservativos. Por mais que essa seja uma estratégia fundamental a ser sempre estimulada, possui limitações. Assim, outras medidas de prevenção são importantes e complementares para uma prática sexual segura, como as apresentadas a seguir:

– Usar preservativos;
– Imunizar-se para hepatite A (HAV), hepatite B (HBV) e HPV;
– Discutir com a parceria sobre a testagem para HIV e outras ISTs;
– Testar-se regularmente para HIV e outras ISTs;
– Tratar todas as pessoas vivendo com HIV;
– Realizar exame preventivo de câncer de colo do útero (colpocitologia oncótica);
– Realizar Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), quando indicado;
– Realizar Profilaxia Pós-Exposição (PEP), quando indicado;
– Conhecer e ter acesso à anticoncepção e concepção.

RETRANCA 2

Em uma década, RN registrou mais de 13 mil casos de HIV/Aids

Entre 2011 e 2021, o Rio Grande do Norte apresentou 6.470 casos de AIDS e 6.906 casos de infecção pelo HIV. Os dados são do boletim HIV/AIDS emitido este mês pelo Programa Estadual de IST, AIDS e Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap).

Do total de casos de AIDS, 64 deles foram em menores de cinco anos. Já 1.057 gestantes foram infectadas pelo HIV e 1.068 crianças expostas ao HIV. No período, segundo o documento, 1.404 óbitos por AIDS foram registrados no território potiguar.

Nesse período, percebeu-se um crescimento de 36,8% no registro de casos de AIDS, de 28,8% nos casos de infecção pelo HIV, de 74% no número de casos de gestantes infectadas pelo HIV, de 203,2% na identificação de crianças expostas ao HIV e de 19,4% na ocorrência de óbitos por AIDS. A notificação de casos de AIDS em menores de cinco anos apresentou uma redução de 100%.

A taxa de detecção de AIDS apresentou aumento no período avaliado, passando de 15,5 casos por 100 mil habitantes em 2011 para 19,1 casos por 100 mil habitantes em 2021, revelando um acréscimo de 23,3%. Entre 2011 e 2021, foram registrados 4.650 (71,9%) casos em homens e 1.820 (28,1%) casos em mulheres. Nos homens, a taxa de detecção passou de 22,7 para 29,5 casos por 100 mil habitantes, representando um aumento de 30%. Entre as mulheres, a taxa passou de 8,7 para 9,3 casos por 100 mil habitantes, revelando um crescimento de 7% nesse grupo.

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