Por Edinaldo Moreno / Repórter do Jornal de Fato
Compreendido entre novembro e maio, quando as altas temperaturas combinadas às chuvas aceleram a reprodução do mosquito transmissor, aumentando a disseminação das arboviroses (dengue, chikungunya e zika), a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) alerta a população potiguar da chegada do período endêmico.
A pasta estadual explica que é necessário intensificar os cuidados de prevenção e pede aos municípios que reforcem as ações de vigilância, com destaque para um trabalho de sensibilização quanto à importância da notificação das arboviroses, uma vez que a análise do cenário epidemiológico é essencial para o melhor direcionamento das medidas de controle do mosquito Aedes Aegypti.
A Sesap reforça os cuidados necessários para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses. Entre eles estão manter os quintais livres de possíveis criadouros do mosquito, as caixas d´água sempre tampadas, além de não colocar lixo em terrenos baldios e também esfregar com bucha as vasilhas ou reservatórios de água de seus animais.
O órgão de saúde ressalta ainda que a população deve evitar locais que possam acumular água parada como: bandeja de bebedouros e de geladeiras, ralos, pias e vasos sanitários sem uso, receber a visita do agente de endemias, aproveitando a oportunidade para tirar possíveis dúvidas, como ainda manter em local coberto pneus inservíveis e outros objetos que possam acumular água.
“Todos devemos ser vigilantes, para que consigamos combater o mosquito nos nossos quintais, residências, ruas e bairros. É possível evitar a proliferação do Aedes aegypti por meio de medidas simples, como armazenar o lixo de forma adequada, manter as caixas d´água sempre tampadas e observar se há vasos e pratos de plantas que acumulam água parada, por exemplo”, ressaltou a responsável técnica do Programa Estadual de Controle das Arboviroses, Sílvia Dinara.
DADOS MOSSORÓ
Segundo o mais recente boletim epidemiológico das arboviroses no Rio Grande do Norte, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde nesta quinta-feira (1º), mostra que Mossoró passou de 950 casos confirmados de arboviroses no período de 1º de janeiro a 22 de outubro deste ano, compreendendo as Semanas Epidemiológicas 1 a 42.
De acordo com o documento, Mossoró somou 536 casos de dengue de 600 prováveis, 403 de chikingunya de 447 prováveis e 14 de zika de 37 prováveis, totalizando 953 casos no período citado. Ao todo, foram 1.084 notificações.
A incidência de casos de dengue em Mossoró no último levantamento ficou em 197,50 para cada grupo de 100 mil habitantes. Já em relação à chikungunya, o índice verificado ficou em 147,14, enquanto que de zika foi de 1.973,50 para a mesma proporção populacional.
O último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), divulgado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) mostrou que Mossoró registrou o menor índice de infestação predial de Aedes aegypti em 2022.
A amostra realizada entre os dias 31 de outubro e 7 de novembro ficou em 2,6%. O primeiro LIRAa do ano teve percentual de 3,7%. Ele foi feito em fevereiro. Já o segundo levantamento teve índice de 4,1%, sendo o maior registrado no ano no município. Esse monitoramento ocorreu em maio. Já em julho, o LIRAa registrou 3,7%.
Durante o LIRAa foram inspecionados 6.093 imóveis, incluindo terrenos baldios. Deste total, houve 159 imóveis que deram positivo para a presença do mosquito.
DADOS RIO GRANDE DO NORTE
No período compreendido entre a SE 1 até a 42 o Rio Grande do Norte registrou 11.330 casos confirmados de dengue. No período, foram notificados 53.014 casos de dengue no estado. Houve ainda 40.596 casos considerados prováveis e 12.418 descartados. A incidência apresentada foi de 1140,05 casos prováveis por 100.000 habitantes.
O RN contabiliza 19 óbitos confirmados e 9 em processo de investigação. As mortes foram registradas em Natal (5), Jandaíra (2), Caicó (1), Extremoz (1), Guamaré (1), João Câmara (1), Jucurutu (1), Macaíba (1), Macau (1), Nova Cruz (1), Parnamirim (1), Pedra Preta (1) e Santana do Matos (1).
Com relação à Chikungunya, foram notificados no RN, até a Semana Epidemiológica 42, 18.711 casos da doença, sendo confirmados 4.205 casos, 14.113 casos considerados prováveis, 4.598 descartados e 6 óbitos confirmados. Os óbitos foram registrados nos municípios de Mossoró (2), Natal (2), Brejinho (1) e Macaíba (1). A incidência foi de 396,33 casos prováveis por 100.000 habitantes.
Já no que diz respeito à Zika, entre a semana epidemiológica 1 e 42 de 2022 no RN, foram notificados 7.662 casos da doença, sendo confirmados 609 casos, 4.059 casos considerados prováveis, 3.603 descartados e nenhum óbito confirmado. A incidência foi de 113,99 casos prováveis por 100.000 habitantes.
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