Inaugurado pela governadora Fátima Bezerra na quinta, 29, o Hospital da Mulher de Mossoró Maria Correia vai iniciar o processo gradativo de atendimento ao público. A unidade tem capacidade para atender mulheres de 60 municípios da região de Mossoró
Vista aérea do Hospital da Mulher de Mossoró Parteira Maria Correia
Por Edinaldo Moreno / Repórter do JORNAL DE FATO
O Hospital da Mulher Parteira Maria Correia (HMPMC) vai iniciar os atendimentos ambulatoriais nesta segunda-feira (2), primeiro dia útil de 2023. O hospital é focado em gestação de alto risco, urgência obstétrica e ginecológica, cuidados neonatais, assistências cirúrgicas neonatal e ginecológica, apoio diagnóstico por imagem, laboratorial clínico e de pesquisa e banco de leite.
A unidade foi inaugurada na última quinta-feira (29) pela governadora Fátima Bezerra, em cerimônia realizada no espaço localizado ao lado da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), no bairro Costa e Silva.
“Esse é um momento de muita alegria para Mossoró, para o Oeste e para todo o Rio Grande do Norte. É gratificante demais entregar essa obra, agradeço a todos que tiveram espírito público e trabalharam bastante para isso”, comemorou a governadora Fátima Bezerra.
De acordo com o executivo estadual, a gestão do hospital será feita pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), em parceria com a UERN. Segundo a pasta estadual, a etapa inicial de funcionamento da unidade materno-infantil contará com serviços de atendimento às vítimas de violências, pré-natal de alto risco, ambulatório trans, mastologia, ultrassonografia, cardiopediatria e follow-up (cuidado do prematuro de risco após a alta hospitalar).
A unidade é projetada para ser a maior da rede estadual de saúde pública do Rio Grande do Norte, elevando a um novo patamar o atendimento materno-infantil nas regiões Oeste, Alto Oeste e Vale do Açu. Na solenidade de inauguração do HMPMC, o secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia, destacou a importância do novo equipamento para a saúde pública em todo o território potiguar.
"É com muita alegria que inauguramos uma obra desse porte, um complexo de saúde integrado que vai atender toda a região. Esse é o coroamento do processo de recuperação do SUS no Rio Grande do Norte que começamos em 2019", enfatizou o titular da Sesap.
O Hospital da Mulher conta com números superlativos. O prédio central está dividido em quatro andares. Em espaço físico são 15 mil m² em área construída. A estimativa é que 20 mil atendimentos anuais sejam realizados quando o hospital estiver com funcionamento total, recebendo pacientes de mais de 60 municípios. O terreno, que soma 36 mil m², terá quase 200 vagas de estacionamento.
A unidade hospitalar será comprometida com o atendimento humanizado e com a formação profissional, e a previsão é que até o primeiro semestre de 2023 esteja atendendo em sua totalidade.
“Vamos desenvolver um atendimento humanizado, acolhendo as mulheres e as pessoas com útero. Vamos oferecer um serviço de qualidade e enfrentar os desafios da melhor maneira possível”, afirma a diretora geral do Hospital da Mulher, Elenimar Costa Bezerra.
INVESTIMENTO
A obra foi construída pelo Governo do Rio Grande do Norte, em terreno cedido pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), e com recursos do Banco Mundial. O Hospital da Mulher em Mossoró conta com investimentos na ordem de R$ 134 milhões.
Os recursos estaduais aplicados na nova unidade especializada em saúde feminina foram garantidos pelo empréstimo junto ao Banco Mundial, por meio do Projeto Governo Cidadão e da Sesap, com fiscalização da Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN).
“Como cidadão mossoroense, minha satisfação é duplicada em entregar este hospital que vai trazer para as mulheres do interior do estado um tratamento de ponta na área da saúde”, disse o secretário de Estado de Infraestrutura e Coordenador do Governo Cidadão, Gustavo Coêlho, referindo-se aos mais de 160 leitos focados na atenção materno-infantil, ginecológica e obstétrica de média e alta complexidade que o hospital colocará à disposição da população potiguar.
A obra física tem um custo de R$ 89,5 milhões, enquanto as licitações para compra de equipamentos, mobiliários e veículos para a unidade somaram cerca de R$ 45 milhões. Todas as licitações contaram com consultas públicas para dar transparência e promover uma ampla concorrência entre empresas do ramo hospitalar. Além disso, foram amparadas pelas Diretrizes de Aquisições do Banco Mundial e por análises das áreas técnica e jurídica do Projeto Governo Cidadão.
RETRANCA
UERN fará gestão acadêmica e colaborará com a parte administrativa
A gestão acadêmica do Hospital da Mulher Parteira Maira Correia ficará a cargo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). A Universidade também vai colaborar com a parte administrativa, já que o local também será dedicado à formação profissional, colaborando para diminuir a escassez de trabalhadores do setor.
A reitora da UERN, Cicília Maia, destacou a importância da unidade hospitalar para toda população da região, polarizada pelo município de Mossoró. Disse ainda que a instalação do hospital focado nas mulheres é de extrema relevância para todo o Rio Grande do Norte.
"Esse é um marco não só para a UERN, mas para toda a população dessa região. Uma obra impactante, de um hospital que já nasce grande não só pelo seu tamanho físico, mas pela sua missão de alinhar o atendimento de saúde com o acolhimento de mães e crianças, de mãos dadas com a formação de profissionais", pontuou.
O ambulatório do Hospital da Mulher contará com a inserção de todos os residentes da UERN, e dos alunos de graduação, segundo informa a Diretora de Gestão Acadêmica Hospitalar da Uern, Hosana Mirelle. Ela informa que neste primeiro momento, irão atuar os alunos de Enfermagem e Medicina. “Na medida em que os serviços do Hospital forem sendo liberados, serão inseridos alunos de outros cursos da Universidade, como Biologia, Química, Serviço Social”, informa.
A Carta de Serviços do hospital – documento que guia as operações do serviço – foi produzida por um Grupo de Trabalho formado por técnicos do Governo Cidadão e da Sesap com a colaboração de universidades parceiras como a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), UERN e Universidade Federal do RN (UFRN).
“Esse hospital pretende mudar a realidade da saúde materno-infantil do Estado do RN”, disse a secretária adjunta da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Lyane Ramalho.
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